terça-feira, 18 de março de 2008

Consumo de álcool deve superar o de gasolina até abril

Até o próximo mês, o consumo de álcool deve superar o de gasolina no Brasil. A estimativa é da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP), e foi anunciada nesta terça-feira (18), no Centro do Rio.

Segundo a agência, a tendência é apontada com base no comportamento dos dois combustíveis nos últimos 12 meses, somados o consumo de álcool hidratado (vendido diretamente aos consumidores) e o de anidro (misturado à gasolina, na proporção de 25%).

Para Edson Silva, superintendente de abastecimento da ANP, se o quadro for confirmado, deve ser comemorado como “um marco histórico”. Apenas na década de 80, durante o Proálcool, o país vivia situação semelhante.

“Acho que, se forem mantidas essas condições de produção e mercado, poderemos confirmar esse quadro em abril e comemorar essa data como um marco definitivo.”

Em janeiro de 2007, o Brasil consumiu 1,520 bilhão de litros de gasolina, contra 1,088 bilhão de litros de álcool. A diferença chegava a 432 milhões de litros. Em dezembro, o consumo de gasolina atingiu 1,703 bilhão e o de álcool, 1,604 bilhão, com a diferença em 99 milhões de litros. Em janeiro deste ano, as vendas de gasolina totalizaram 1,515 bilhão e as de álcool, 1,466 bilhão, com a diferença de 49 milhões de litros.

Biodiesel

Silva mostrou-se preocupado sobre a articulação dos produtores e declarou que eles terão de se profissionalizar para produzir e dar estabilidade ao consumo crescente do produto no mercado. A afirmação foi feita durante o anúncio sobre o aumento do percentual de biodiesel no diesel de 2% para 3% a partir de 1º de julho.

Para o chamado B3 (com a adição de 3% ao diesel mineral), a estimativa de consumo no segundo semestre é de, no mínimo, 660 mil metros cúbicos. Serão realizados dois leilões em abril para aquisição de 330 mil metros cúbicos. O prazo de fornecimento será de três meses.

O consumo de óleo diesel já apresenta um aumento de 10%, considerado expressivo se comparado com o crescimento de 6,3% entre 2006 e 2007. Silva disse que o mercado exige compromisso dos produtores.

Ele lembrou que a Petrobras vai interromper contratos com duas empresas, das 11 credenciadas, por não cumprirem prazos de entrega. Elas correm o risco de perde o registro. Silva garantiu, no entanto, que isso não compromete o fornecimento.

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