sábado, 31 de outubro de 2009

REVISTAS: New Scientist Magazine October 31 2009

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

"Complete a bateria": baterias poderão ser reabastecidas com carga

Pesquisadores alemães apresentaram o conceito de um novo tipo de bateria recarregável que poderá fazer toda a diferença para os carros elétricos.

Quando a carga da bateria fica muito baixa, o eletrólito descarregado pode simplesmente ser substituído em um posto de reabastecimento por um novo fluido carregado - de forma tão fácil quanto encher o tanque de combustível.

Reabastecendo a bateria

As baterias de lítio oferecem hoje a melhor opção para alimentar os carros elétricos. Contudo, elas ainda pesam muito e demoram muito tempo para recarregar. E oferecem uma autonomia pequena, restringindo o uso dos veículos elétricos a percursos menores.

Os engenheiros do Instituto Fraunhofer acreditam ter encontrado uma solução promissora em um outro tipo de bateria, chamada bateria de fluxo redox - redox refere-se a uma reação de oxidação-redução.

"Estas baterias são baseadas em eletrólitos líquidos. Desta forma, elas podem ser recarregadas nos postos de abastecimento em poucos minutos - o eletrólito descarregado é simplesmente bombeado para fora e substituído por um fluido carregado," explica o engenheiro Jens Noack.

O fluido descarregado pode ser recarregado no próprio posto, sendo revendido a outro cliente. Os pesquisadores apontam ainda a possibilidade de fazer o recarregamento do fluidos utilizando energia solar ou a energia produzida por uma turbina de vento.

Baterias de fluxo redox

O princípio das baterias de fluxo redox não é novo - dois eletrólitos líquidos, contendo íons metálicos, fluem através de eletrodos porosos de grafite, separados por uma membrana que permite a passagem dos prótons. Durante esta troca de carga, uma corrente flui ao longo dos eletrodos, que pode então ser utilizada para alimentar qualquer dispositivo elétrico.

Estas baterias, até agora, apresentam a grande desvantagem de armazenar uma quantidade de energia significativamente menor do que as baterias de lítio. Equipado com baterias de fluxo redox tradicional, um veículo elétrico não teria uma autonomia muito maior do que 25 quilômetros.

Cinco vezes mais carga

O que os pesquisadores alemães conseguiram foi aumentar a densidade de carga das baterias redox em até cinco vezes, aproximando-se muito da autonomia oferecida pelas baterias de lítio instaladas nos carros elétricos e híbridos atuais, mas sem os inconvenientes destas.

A primeira célula da nova bateria já está pronta. Agora os engenheiros estão montando as diversas células para formar uma bateria. O próximo passo será otimizar o seu funcionamento, eventualmente aumentando ainda mais a capacidade de armazenamento de carga.

Por enquanto, como estão trabalhando apenas com protótipos da nova bateria, os veículos elétricos de teste são miniaturas, mas em escala precisa, com um décimo do tamanho e do peso de um veículo elétrico normal. Um veículo na escala de 1:5 já está em etapa final de preparação.

Como colocar a vida no papel

Cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram uma técnica que poderá mudar a forma como os biólogos cultivam e estudam células vivas.

O potencial da nova técnica é a sua simplicidade - tão fácil quanto usar uma toalha ou um filtro de papel.

Cultivo de células em laboratório

O cultivo de células em laboratório normalmente é feito em pequenos recipientes de vidro, chamados placas de Petri. Mas as células no organismo real não crescem em superfícies planas - elas crescem em três dimensões, para formar os órgãos.

Existem algumas técnicas para fazer isto, envolvendo a criação de suportes para as células crescerem, normalmente um gel, todas, entretanto, ainda longe da perfeição.

Como as células de diferentes pontos de um órgão consomem quantidades diferentes de oxigênio e alimento, essas culturas de laboratório não conseguem reproduzir as condições de um órgão real. Estudar as células de diferentes partes do gel, então, é ainda mais difícil.

Cultivo de células em papel

O trabalho do pesquisador Ratmir Derda consistiu em encontrar um suporte muito mais simples e fácil de manipular.

As células são cultivadas em um papel comum, que pode ser um filtro de papel ou um papel toalha. Sobre cada folha, as células formam uma camada bidimensional, exatamente como na placa de Petri. Desta forma, elas usufruem do benefício do enfoque bidimensional, que permite que todas recebam as quantidades adequadas de oxigênio e alimento.

A seguir, os pesquisadores vão empilhando as folhas de papel, cada uma com sua própria camada de células cultivadas. A porosidade do papel permite que as células se comuniquem, criando uma estrutura tridimensional que reproduz a estrutura de um órgão de forma mais precisa do que quando se utiliza o gel.

Os pesquisadores cultivaram um tumor 3D no suporte de papel que apresenta comportamentos similares ao câncer no organismo. Para estudar as células internas, basta retirar as folhas de papel sobrepostas, sem destrui-las.

Ferramenta de laboratório

O resultado poderá simplificar a criação de modelos tridimensionais realísticos de tecidos normais ou cancerosos, potencialmente tornando mais rápido e fácil testar compostos químicos candidatos a novos medicamentos.

"Esta pesquisa tem o potencial para se tornar uma ferramenta-padrão nos laboratórios, juntamente com as placas de Petri, em todos os trabalhos com células vivas," diz George Whitesides, um dos orientadores do trabalho. "Filtros e outros tipos de papel estão disponíveis em todos os lugares, e a técnica é flexível, servindo a vários propósitos, e extremamente simples."

Lixo eletrônico: o outro lado da Era da Tecnologia

Há mais de dez anos tem crescido enormemente o uso de dispositivos eletrônicos portáteis, como computadores, telefones celulares e tocadores de música (primeiramente CD e, depois, arquivos digitais).

Um dos resultados, que a princípio não parecia preocupante, é o acúmulo do lixo eletrônico, que ocorre com a rápida obsolescência desses equipamentos.

Equipamentos eletrônicos descartados

Os equipamentos eletrônicos descartados representam o tipo de resíduo sólido que mais cresce no mundo, mesmo nos países em desenvolvimento. Um dos grandes problemas desse lixo está nas baterias, que contêm substâncias tóxicas e com grande potencial de agredir o ambiente.

Em artigo publicado na edição desta sexta-feira (30/10) da revista Science, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, comentam o problema e a ausência de políticas adequadas de reciclagem.

"O pequeno tamanho, a curta vida útil e os altos custos de reciclagem de tais produtos implicam que eles sejam comumente descartados sem muita preocupação com os impactos adversos disso para o ambiente e para a saúde pública", apontam os autores.

Metais pesados

Os pesquisadores destacam que os impactos ocorrem não apenas na hora de descartar os equipamentos eletrônicos, mas durante todo o ciclo de vida dos produtos, desde a fabricação ou mesmo antes, com a mineração dos metais pesados usados nas baterias.

"Isso cria riscos de toxicidade consideráveis em todo o mundo. Por exemplo, a concentração média de chumbo no sangue de crianças que vivem em Guiyu, na China, destino conhecido de lixo eletrônico, é de 15,2 microgramas por decilitro", contam.

Segundo eles, não há nível seguro estabelecido para exposição ao chumbo, mas recomenda-se ação imediata para níveis acima de 15,2 microgramas por decilitro de sangue.

Alternativas de menor impacto ambiental

Os pesquisadores estimam que cada residência nos Estados Unidos guarde, em média, pelo menos quatro itens de lixo eletrônico pequenos (com 4,5 quilos ou menos) e entre dois e três itens grandes (com mais de 4,5 quilos). Isso representaria 747 milhões de itens, com peso superior a 1,36 milhão de toneladas.

O artigo aponta que, apesar do tamanho do problema, 67% da população no país não conhece as restrições e políticas voltadas para o descarte de lixo eletrônico. Além disso, segundo os autores, os Estados Unidos não contam com políticas públicas e fiscalização adequadas para a reciclagem e eliminação de substâncias danosas dos produtos eletrônicos.

Os pesquisadores pedem que os governos dos Estados Unidos e de outros países coloquem em prática medidas urgentes para lidar com os equipamentos eletrônicos descartados. Também destacam a necessidade de se buscar alternativas para os componentes que causem menos impactos à saúde humana e ao ambiente.

Criado um diodo molecular

Pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, construíram um diodo molecular, um componente básico da eletrônica que demonstra as possibilidades reais da chamada eletrônica molecular, quando os componentes eletrônicos - diodos e transistores, por exemplo - poderão ser compostos por moléculas individuais, levando a miniaturização a um novo patamar.

O mesmo grupo de pesquisadores havia estabelecido os fundamentos para a construção de um diodo molecular em 2006. Agora eles conseguiram realizar o feito experimentalmente.

Diodos são componentes eletrônicos que permitem que a corrente elétrica flua em um sentido, mas não no sentido oposto. Eles são elementos críticos em virtualmente todos os circuitos eletrônicos, de simples eliminadores de pilhas até os mais modernos computadores. E, para se ter uma ideia da variedade de suas aplicações, basta lembrar que um LED é um diodo emissor de luz (LED: Light Emitting Diode).

No limite da miniaturização

Fabricar os componentes eletrônicos - incluindo os diodos e os transistores - em menores dimensões significa que os computadores e os demais equipamentos eletrônicos poderão ser fabricados em menores dimensões e com menores custos. Mas significa também aplicações totalmente novas.

A promessa da eletrônica molecular sempre foi levar a miniaturização ao limite, permitindo a construção de componentes eletrônicos com moléculas. "A dimensão dos transistores está na casa de algumas dezenas de nanômetros, somente cerca de 20 vezes maior do que uma molécula," explica o professor N.J. Tao. "Esta é uma das razões pelas quais as pessoas estão entusiasmadas com a ideia da eletrônica molecular.

Diodo molecular

Para que uma molécula funcione como um diodo, segundo o Dr. Tao, ela precisa ser assimétrica, com uma ponta capaz de formar uma ligação covalente com um eletrodo de carga negativa - chamado anodo - e a outra ponta capaz de se ligar a um eletrodo positivo - chamado catodo.

A pesquisa da equipe do Dr. Tao demonstrou a importância dessa assimetria, uma vez que uma molécula simétrica permite a passagem da corrente elétrica nos dois sentidos. A molécula simétrica também é importante para a eletrônica molecular, podendo funcionar como um resistor, mas a assimétrica - formando o diodo molecular - é mais importante ainda.

A ideia de substituir os componentes eletrônicos por moléculas não é nova. A eletrônica molecular foi prevista pela primeira vez nos trabalhos dos químicos Mark Ratner e Ari Aviram, em 1974. Até agora, a maioria dos trabalhos vem sendo feito utilizando filmes finos, ou seja, utilizando várias moléculas.

A abordagem da equipe do Dr. Tao é mais purista, trabalhando apenas com moléculas individuais. Isto comporta dois desafios principais. O primeiro é conectar uma molécula individual aos eletrodos. O segundo é determinar a posição da molécula assimétrica, uma vez que ela deve conduzir energia em um sentido bem definido.

A técnica desenvolvida pela equipe do Dr. Tao consiste em uma propriedade chamada modulação de corrente alternada. "Basicamente nós aplicamos à molécula uma pequena perturbação mecânica variável. Se a molécula está firme entre os eletrodos, ela responde de uma maneira. Se ela não se fixou, nós podemos saber na hora," explica ele.

Moléculas conjugadas

Os pesquisadores usaram moléculas conjugadas, nas quais os átomos são unidos por ligações simples e múltiplas alternadamente. Estas moléculas apresentam uma grande condutividade elétrica e possuem terminações assimétricas capazes de se ligar espontaneamente a eletrodos metálicos, criando um circuito.

"Nós podemos aplicar uma tensão, uma força mecânica ou um campo óptico, medir a corrente e ver a resposta. Como a física quântica controla o comportamento das moléculas individuais, esta capacidade nos permite estudar as propriedades peculiares desses componentes moleculares, que os tornam diferentes dos componentes tradicionais," explica Tao.

Aplicações futurísticas

Ainda há um longo caminho até que os componentes eletrônicos moleculares possam ser usados em circuitos práticos. Contudo, há também várias outras aplicações possíveis e com um menor horizonte temporal, como a construção de sensores químicos mais sensíveis.

"Pessoalmente, eu não estou interessado na eletrônica molecular por causa do seu potencial de reproduzir os circuitos eletrônicos atuais baseados em silício," diz o Dr. Tao.

Segundo ele, a eletrônica molecular irá se beneficiar das propriedades únicas - eletrônicas, ópticas e mecânicas - dos componentes moleculares, levando à criação de aplicações que poderão ser complementares à eletrônica convencional, em vez de tentar substitui-la.

Essa complementaridade, a rigor, aponta para aplicações muito mais futuristas do que a simples miniaturização dos circuitos eletrônicos tradicionais.

As possibilidades incluem principalmente a ligação dos circuitos eletrônicos tradicionais a tecidos biológicos, permitindo a criação de chips neurais, implantes, próteses e dispositivos projetados para ampliar as capacidades do corpo humano.

Projetor holográfico cria painel virtual no retrovisor do carro

Alguns carros de luxo já possuem projetores que mostram informações diretamente no parabrisas, aumentando a segurança do motorista, que não precisa desviar o olhar da estrada para checar as informações no painel.

Agora, engenheiros ingleses desenvolveram um projetor a laser ultraminiaturizado que permitirá que informações sejam mostradas em espaços ainda menores, como nos retrovisores.

O protótipo, demonstrado em um simpósio realizado na semana passada nos Estados Unidos (Vehicles and Photons 2009 Symposium), projeta uma imagem sobre o retrovisor lateral de um carro dando a impressão de que a imagem está a uma distância de 2,5 metros de distância. Os símbolos ficam superpostos à imagem vista naturalmente pelo espelho.

Projetor holográfico

Enquanto o projetor usado na série 5 dos carros da marca BMW são enormes, o que inviabiliza seu uso em carros menores, a miniaturização do novo projetor permite que as imagens sejam mostradas em virtualmente qualquer ponto de um veículo.

O avanço foi possível graças a uma técnica a laser chamada projeção holográfica - o termo holográfico não se refere a uma projeção tridimensional ou a uma imagem holográfica, mas à técnica utilizada para projetar uma imagem 2D comum.

Segundo a empresa Light Blue Optics, responsável pelo desenvolvimento do novo mini projetor, a projeção holográfica utiliza padrões de interferência na luz para construir a imagem. O holograma é na verdade o padrão de difração, que é iluminado pelos feixes de laser para criar a imagem.

Autofoco

O sistema utiliza cristais líquidos sobre silício (LCOS), a mesma tecnologia reflectiva utilizada nas TVs de projeção. Os feixes de laser vermelho, verde e azul são modulados pelos cristais líquidos reflexivos para formar a imagem completa.

O uso do laser garante melhor visibilidade da imagem, melhor resolução e maior brilho. Mais importante, porém, é que o foco da imagem é mantido qualquer que seja a distância de visualização.

Segundo a empresa, os projetores holográficos também se adaptam para uso no parabrisas e no vidro traseiro do carro.

Tecnologia brasileira captura moléculas de CO2 e gera produtos

Uma tecnologia de baixo custo, desenvolvida no Brasil, permite capturar moléculas de gás carbônico e, além de impedir que elas sejam lançadas na atmosfera pelas indústrias, transforma a poluição em potencial em insumos com valor de mercado.

Esferas cerâmicas

O dispositivo central da tecnologia tem a marca da simplicidade. Ele é formado por pequenas esferas cerâmicas, de cor branca e medindo menos de meio centímetro de diâmetro. Quando colocadas nos sistemas de exaustão das indústrias, essas esferas são capazes de absorver até 40% do dióxido de carbono (CO2) expelido pelas chaminés.

A tecnologia, desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já está sendo transferida para a iniciativa privada, para início de comercialização. A implantação ainda irá exigir estudos de engenharia para cada tipo de indústria onde a tecnologia será implantada.

Outro item de destaque é que a pesquisa levou apenas dois anos, do seu início até a fase de transferência de tecnologia para o setor privado, abrindo novas perspectivas em um campo considerado bastante complexo em todo o mundo.

Alternativas para o CO2

O CO2 - um dos gases responsáveis pelo efeito estufa - desafia cientistas em busca de uma solução eficiente e viável economicamente para capturá-lo e armazená-lo.

"Realizamos investigações exaustivas em relação ao CO2. Diversas fábricas utilizam filtros que retêm material particulado, mas não evitam o lançamento do dióxido de carbono. Outras tecnologias, como injetar o gás para extrair petróleo, enterrando-o nos poços vazios, e a produção da árvore artificial que absorva CO2, são consideradas de custo elevado", observa o professor Jadson Cláudio Belchior, do Departamento de Química da UFMG e um dos autores do projeto, junto com Geraldo de Lima, também professor do mesmo Departamento.

Eles estimam que a nova tecnologia, além de abrir oportunidades econômicas no mercado de créditos de carbono, poderá propiciar lucro até dez vezes superior ao valor investido na preparação da cerâmica - e isso para apenas um dos insumos gerados no processo de reciclagem.

Fixação do gás carbônico

O estudo dos pesquisadores da UFMG baseia-se na fixação do gás carbônico por meio das esferas cerâmicas. Instaladas no sistema de exaustão das indústrias, elas interagem, por processo químico e em altas temperaturas, com o dióxido de carbono.

"Ao entrarem em contato com esse material, as moléculas são capturadas por meio de reações químicas no estado sólido", explica Jadson Belchior. Ele compara as esferas com uma mala carregada de CO2. Tão logo fiquem saturadas, elas sofrem outro processo, responsável por extrair o CO2 absorvido. A composição das esferas é mantida em sigilo.

De acordo com os professores, um dos diferenciais da tecnologia é permitir o reaproveitamento das esferas e das moléculas sequestradas. Experimentos iniciais em laboratório indicam que o material pode ser reutilizado até dez vezes. Quanto ao CO2, ele se torna insumo para a panificação ou para uma série de compostos orgânicos nas indústrias de plásticos, cerâmica, têxteis e química; e na fabricação de inseticidas, corretivos de solos, papel e sabão.

Mitos da literatura científica

A aparente simplicidade da tecnologia desenvolvida necessitou, no entanto, de certa "coragem" dos autores em descerrar o que eles denominam mitos da literatura científica.

"Todos os registros indicavam que o material que utilizamos, submetido a uma determinada temperatura, não seria efetivo para absorver CO2", relata Geraldo Lima. No entanto, com equipamentos mais modernos e sofisticados, foi possível refinar os resultados e verificar os erros. "Investigamos as melhores composições de materiais absorvedores que seriam adequadas às faixas de temperatura estudadas", acrescenta o professor.

Agentes expansores

Um dos desafios para aumentar a capacidade de fixação do dióxido de carbono nas esferas consiste em torná-las resistentes e, ao mesmo tempo, porosas o suficiente para permitir uma maior penetração do CO2 em sua estrutura. Isso significa que, se o processo de compactação das esferas não for adequado, a absorção ficará restrita à sua superfície.

Conforme explicam os pesquisadores, o problema tem sido contornado utilizando-se agentes expansores, cuja função é gerar poros no interior da estrutura das bolinhas cerâmicas.

Novos estudos pretendem aumentar a eficiência de absorção em até 60%. "Devido à complexidade dessa fase do projeto, necessitamos ampliar a equipe com pessoal qualificado - pós-doutores, técnicos e alunos de pós-graduação - para garantir os resultados esperados", ressalta Geraldo Lima.

Colaboração empresa-universidade

A proposta do trabalho surgiu por iniciativa do empresário André Santos de Rosa, interessado em investir em tecnologias produzidas por universidades. "O mundo está atrás de conhecimento para captura de carbono e essa tecnologia apresenta uma das soluções para o problema do aquecimento global", diz ele. Sua empresa, a Amatech, financiou a primeira etapa do projeto.

A patente nacional para o dispositivo foi depositada em março deste ano, por meio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG. Até fevereiro de 2010, o depósito internacional deverá ser efetuado. Nessa primeira fase, a titularidade é dividida entre a Universidade e a Amatech.

O próximo passo do projeto é aumentar a capacidade de absorção da cerâmica e desenvolver novos insumos a partir do gás - etapa que também será apoiada pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e pela Fapemig.

Robô com andar engraçado pula até 8cm de altura

O cientista Tomotaka Takahashi, da Universidade de Kyoto, no Japão, criou um robô que pula.

Batizado de Ropid - uma combinação das palavras robô e rápido, em inglês - ele usa sensores para manter o equilíbrio e obedece a comandos de voz.

O Ropid mede 38 centímetros, pesa 1,6 quilos e consegue pular a uma altura de 8 centímetros. Suas coxas e tornozelos foram projetados para conservar energia.

Takahashi levou 2 anos e meio para construir o modelo. Ele afirma que prefere fazer robôs que possam divertir as pessoas com seus movimentos e capacidade de comunicação a máquinas que sejam apenas úteis ao ser humano.

Fonte: BBC

Injeção contra ronco mostra 'resultados excelentes' na Grã-Bretanha

Um especialista britânico diz ter obtido "resultados excelentes" tratando pacientes que roncam com uma medicação que custa apenas 3 libras esterlinas (pouco mais de R$ 8).

O dr. Hadi Al-Jassim, especialista da unidade de otorrinolaringologia do hospital Southport and Ormskirk, perto de Manchester, diz que conseguiu tratar com sucesso 400 pacientes que sofrem de "ronco habitual simples" - ou seja, não causado por razões mais complexas, como a apneia do sono.

Evitando a vibração

O tratamento não é exatamente novo, mas a comunidade médica ainda está tentando determinar com precisão a sua eficácia. Consiste na aplicação de uma injeção de uma substância esclerosante - tetradecil sulfato de sódio - no céu da boca.

O agente endurece o chamado "palato mole" e evita a vibração dos tecidos da região durante a passagem de ar.

Dose certa

O problema é que, em testes anteriores, os cientistas tiveram dificuldade de determinar a quantidade de químico a ser usada.

A Associação Britânica de Ronco e Apneia do Sono previne que, se usado em excesso, a substância destrói o tecido da região desnecessariamente; se muito pouco, é ineficiente.

No Brasil os estudos com escleroterapia para tratar ronco ainda são incipientes, mas já há pesquisas, por exemplo, na Universidade de São Paulo (USP). A técnica tem sido chamada de "injeção roncoplástica".

Endurecimento por ondas de rádio

Segundo o dr. Jassim, a injeção tem a vantagem de ser barata. Para conseguir resultados semelhantes usando ondas de rádio que "endurecem" a região do palato através do calor, por exemplo, é preciso desembolsar cerca de R$ 900.

Os experimentos do médico envolveram 400 pacientes com "ronco habitual simples", ou seja, que não sofrem de problemas mais sérios capazes de originar o ronco. Estes casos respondem por 70% dos casos totais, diz o médico.

Neste universo, 80% dos pacientes roncam quando o ar passa pela úvula, ou "campainha", no céu da boca. É nesse universo de pacientes que os testes foram realizados. No restante dos casos, a vibração ocorre em partes anteriores, como a base da língua.

"Botox" bucal

Segundo o dr. Jassim, as injeções de tetradecil sulfato de sódio podem ser aplicadas a cada quatro meses, mas em alguns casos os resultados tardaram até um ano.

Ele disse que ficou "muito satisfeito" com os resultados. "Na maior parte dos casos são os homens que roncam e seus parceiros sofrem com a falta de sono, embora mulheres também ronquem", ele afirmou.

"O ronco causa todo tipo de problemas entre parceiros e leva a problemas conjugais, sociais e de saúde."

Apesar do otimismo, o médico ressalvou que sua técnica não resolve o problema de quem ronca por causa de apneia do sono, que é a suspensão temporária da respiração.

O problema afeta entre 2% e 4% da população, segundo o médico.

Cientistas criam células da reprodução humana em laboratório

Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, anunciaram ter conseguido criar em laboratório células germinativas - que podem dar origem aos gametas (células sexuais), óvulos e espermatozoides - a partir de células-tronco embrionárias.

Algumas dessas células chegaram a evoluir e se tornar espermatozoides em seus primeiros estágios de formação, segundo artigo publicado na revista Nature.

Ao acompanhar cada passo do desenvolvimento dos gametas, os cientistas esperam identificar potenciais problemas que poderiam causar a infertilidade ou defeitos no nascimento.

O avanço poderia também ajudar cientistas a desenvolver novos tratamentos para infertilidade.

Sinal verde

Cientistas da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, haviam anunciado em julho passado que criaram espermatozoides em laboratório pela primeira vez, mas o estudo foi questionado por especialistas.

Durante a pesquisa da Universidade de Stanford, os cientistas separaram células-tronco embrionárias às quais acrescentaram um gene que produziria uma proteína que levaria à emissão de uma luz verde quando fosse "ativado" outro gene, presente apenas em células germinativas.

Com a luz, é como se as células germinativas levantassem a mão para dizer que estavam lá, explicou Renee Reijo Pera, principal autora do estudo .

Depois que as células-tronco cresceram e se desenvolveram por duas semanas, os cientistas separaram aquelas que emitiram o sinal verde.

Células germinativas

Em seguida, a equipe da Universidade de Stanford conduziu uma série de testes para confirmar que as células se comportavam como germinativas. Uma vez convencidos de que elas eram de fato as células que buscavam, os pesquisadores ativaram e desativaram três genes - DAZ, DAZL e BOULE - para determinar que papel eles desempenham no desenvolvimento das células-tronco em células germinativas imaturas.

Pesquisadores já haviam descoberto que homens inférteis que não têm células germinativas normalmente também não têm o gene DAZ.

Os cientistas concluíram que o gene DAZL é necessário para transformar as células-tronco embrionárias em células germinativas.

Os genes DAZ e BOULE, em contraste, agem na maturação das células germinativas, "empurrando" as células para o processo de meiose, em que elas reduzem o número de cromossomos pela metade.

Os pesquisadores chegaram a observar células germinativas masculinas que completaram o processo de meiose, se transformando em espermatozoides em seus primeiros estágios.

Evolução humana

Estudos anteriores sobre o tema foram prejudicados porque, ao contrário de muitos outros processos biológicos, o ciclo de reprodução humana não pode ser estudado adequadamente com cobaias.

E como essas células germinativas se formam nas primeiras semanas de vida de um embrião (de 8 a 10 semanas), há escassez de material humano para se estudar.

"Este estudo abre uma nova janela sobre o que era, até agora, um estágio escondido da evolução humana", disse Susan B. Shurin, diretora interina do Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development, que financiou o estudo.

"A observação de células humanas germinativas em laboratório tem potencial de produzir importantes pistas sobre as origens das infertilidades não explicadas e sobre a gênese de muitos defeitos de nascimento e desordens de ordem cromossômica", afirmou.

Saiba como escolher um navegador GPS


Nesta semana, o gigante das buscas Google anunciou que a nova versão de seu sistema operacional para celulares, o Android, vai incorporar tecnologia GPS para traçar rotas e localizar endereços. A novidade reforça duas tendências. Primeiro, a popularização de um item muitas vezes considerado supérfluo para o público em geral. E depois que, além de produtos específicos para a função, as ferramentas GPS estão cada vez mais presentes nos telefones celulares.

Confira o restante da reportagem clicando AQUI.

Fonte: G1

Cuidado com o novo vírus que rouba senhas bancárias de correntistas

Poucos dias depois da notícia sobre a sentença judicial proferida Rio Grande do Sul (TJRS), que mudou uma sentença já dada e isentou o banco Itaú da responsabilidade de ressarcir um correntista que teve 4.487,53 reais retirados de sua conta pela web, os internautas devem tomar cuidado um novo vírus que atua sobre a transações bancárias.

Desta vez, os crakers se valem de um código malicioso que usa o Gmer, uma aplicação legítima de segurança, para realizar os ataques virtuais.

Segundo a Trend Micro, empresa especializada em segurança na web, o vilão da vez é o vírus troj_dload.bb.

Como o vírus atua

Ele funciona da seguinte forma: imagine que você decida baixar um arquivo da internet para realizar determinada atividade ou se divertir. O material, no entanto, está infectado e acaba por não funcionar direito no seu computador.

Você então o deixa para lá e pensa ser apenas um aplicativo que não deu certo, quando na verdade era o troj_dload.bb.

A partir do momento em que é executado, ele faz o download de uma cópia legítima do Gmer e de um componente malicioso detectado como troj_dammi.ab.

O truque dele é instalar automaticamente o Gmer, uma ferramenta usada justamente para remover vírus. Assim, ele retira plug-ins de segurança do banco da memória do computador, abrindo espaço para a ação criminosa. "Poderíamos chamar isso de fogo amigo. Esse vírus usa as armas de segurança para fazer o ataque", afirma o especialista em segurança da Trend Micro, Fioravante Souza.

O passo seguinte do vírus é entrar em ação no momento em que você acessar o site do banco em que mantém conta.

"Quando isso acontecer, ele vai falsear algumas algumas da página do site do banco, especialmente as que requisitam senha e dados confidenciais do cliente", explica Souza. É o que basta para o vírus capturar as informações que permitirão ao criminoso virtual acessar a sua conta bancária.

"As áreas falsas do site vão pedir dados muito detalhados, como RG, CPF e informações inteiras do cartão de senha", afirma Souza. "Se notar questionamentos desse tipo, o cliente deve desconfiar", alerta Sousa.

O que fazer

Para evitar a contaminação por esse vírus, Souza relembra os procedimentos básicos, como manter antívirus e firewall atualizados.

Mas há uma recomendação complementar. Uma boa medida ter um antivírus que trabalhe com a reputação de sites, facilitando a identificação de endereços suspeitos de infecção, avisa Souza.

Veja mais dicas de segurança aqui.

Fonte: IDG Now!

Hackers terão pouco tempo para testar urna eletrônica, diz especialista

A urna eletrônica e dos softwares de votação que serão usados nas eleições de 2010 serão colocados a prova por 32 hackers, entre os dias 10 e 13 de novembro, no auditório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.

O período de quatro dias de testes, que será aberto ao público e a representantes de partidos políticos, foi considerado insuficiente pelo engenheiro especializado em segurança Amilcar Brunazo Filho, que acompanha o desenvolvimento da urna eletrônica desde 2000.

Leia também:
> Entenda a proposta da nova lei eleitoral na web
> Publicidade online só para candidato a Presidência


“Os hackers terão quatro dias para tentar invadir o sistema, mas a urna eletrônica fica vulnerável durante 20 dias”, afirma o engenheiro referindo-se ao período em que 14 mil técnicos contratados temporariamente pelo TSE recebem a versão final do sistema de votação para instalar o programa nas urnas e distribuí-las nas zonas eleitorais.

Como representante técnico do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Brunazo encaminhou ao TSE, em 2006, um pedido de testes públicos de segurança da urna eletrônica, ao lado dos representantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido da República (PR). O grupo decidiu não participar do teste por não concordar com as condições estabelecidas para o teste, explica Brunazo.

Planos de invasão
A ideia dos testes públicos de segurança no sistema eletrônico de votação é verificar possíveis vulnerabilidades no sistema e propor melhorias, informou a assessoria de comunicação do TSE ao IDG Now!. O grupo de 32 pessoas pode ser formado tanto por especialistas independentes, como de empresas ou de partidos políticos.

Entre os planos de testes apresentados pelos candidatos, destaca-se a inserção de um software malicioso no cartão de memória flash da urna para alterar o funcionamento do sotfware de inicialização do equipamento, com o objetivo de promover desvios nos votos digitados. Outra proposta envolve a investigação de ondas eletromagnéticas que permitem a identificação das teclas apertadas pelo eleitor, quebrando o sigilo do voto.

O TSE aprovou todas as 26 inscrições recebidas com propostas de tentativas de invasão da urna eletrônica. “Os participantes que apresentarem as três ideias mais relevantes para o aprimoramento do sistema serão premiados em 5 mil reais, 3 mil reais e 2 mil reais”, informa o órgão em seu site.

O grupo será dividido em cinco e os testes serão monitorados por uma comissão técnica indicada pelo próprio TSE, fato que também foi criticado por Brunazo. “A Comissão Avaliadora [formada por membros externos à Justiça Eleitoral]e a Regulamentadora não foram indicadas pelos partidos”, afirma.

Fonte: IDG Now!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Memória óptica armazena e recupera pulsos de luz individuais

Pesquisadores australianos descobriram uma forma de armazenar e "ecoar" pulsos de luz, permitindo que disparos de raios laser funcionem como uma memória óptica, uma técnica que poderá viabilizar a criptografia quântica a grandes distâncias.

Criptografia quântica

A criptografia quântica está sendo desenvolvida para garantir o envio seguro de informações, que são codificadas em feixes de luz de uma forma que impede que algum usuário não-autorizado possa lê-la sem ser detectado.

Atualmente, os sistemas de segurança baseados na criptografia quântica funcionam bem em distâncias de no máximo 100 quilômetros. Acima disso, a perda de informações é muito grande, inviabilizando sua utilização prática.

Hub quântico

Isso agora pode mudar com a descoberta feita pelos pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália, que descobriram como os "ecos" dos fótons podem ser usados para criar um dispositivo de memória quântica - o que significa que a luz pode ser capturada, armazenada e liberada quando necessário.

Esse dispositivo poderá se transformar em um repetidor (um hub) quântico, fazendo para as redes quânticas o que os hubs tradicionais fazem para as redes ethernet - reforçar os sinais para que eles atinjam distâncias maiores.

Memória óptica

"A luz é um meio fantástico para transferir quantidades imensas de informação de forma muito rápida, mas ela não gosta de ficar no mesmo lugar por muito tempo," explica o Dr. Ben Buchler, coordenador da pesquisa.

"Este é o problema da memória óptica - como manter a informação codificada na luz em um determinado local para que você possa acessá-la mais tarde. Um método possível é diminuir a velocidade da luz de forma tão eficiente que equivalha a congelá-la num lugar por um determinado tempo. A forma que exploramos é absorver a luz em uma nuvem de átomos, que você pode depois manipular para que ela libere a luz quando você quiser," diz Buchler.

A nuvem de átomos fica circundada por uma bobina, criando um campo magnético que altera a frequência dos átomos. Depois de absorver os pulsos de laser, todos os átomos começam a girar a diferentes velocidades, dependendo de sua frequência.

Se o campo magnético é revertido, todos os átomos mudam de direção, passando a girar na direção oposta. Quando o giro dos átomos retorna para o estado em que estavam quando absorveram a luz, o pulso original de laser é liberado como se fosse um eco dos fótons originais.

Esticando e comprimindo a luz

"Mas nós fomos um pouco além disso," explica o Dr. Buchler. "Nós também esticamos, comprimimos e dividimos os pulsos quando eles são liberados. Melhor de tudo, nós podemos recuperar os fótons em qualquer ordem, exatamente como uma memória de acesso aleatório de um computador."

Para atingir esse grau de flexibilidade, os pesquisadores usaram um segundo feixe de laser para ligar e desligar a liberação dos ecos dos fótons.

Em um experimento básico com a nuvem de átomos, assim que o giro dos átomos é revertido para a sua forma original, eles começam a liberar os fótons de maneira automática, sem que nada possa parar essa liberação.

"Em nosso sistema, a combinação do feixe de controle e do campo magnético torna possível escolher exatamente quando recuperar qualquer um dos pulsos armazenados, quantos deles devem ser recuperados e em que velocidade," diz o Dr. Buchler.

O rendimento desta primeira versão do experimento é de 40%. Isto é extremamente promissor como uma prova de conceito, demonstrando que há espaço para melhoramentos que possam viabilizar o uso prático do hub quântico no futuro.

Brasil quer autossuficiência na produção de urânio até 2014

A mina de Caetité, no interior da Bahia, quebrou o recorde de extração de urânio em setembro. Foram 51 toneladas produzidas, cinco a mais que a antiga marca atingida em maio último. A expectativa é de que até dezembro a produção anual também seja superada. Faltam cerca de 46 toneladas para chegar à marca de 400 toneladas extraídas em 2008.

Segundo o presidente do Conselho Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCT), Odair Gonçalves, o Programa Nuclear Brasileiro (PNB) avança em um ótimo ritmo. "Estamos investindo muito na exploração do urânio e também em tecnologias para que o Brasil se torne autossuficiente em produção e enriquecimento até 2014".

Ciclo do urânio dominado pelo Brasil

Hoje, duas etapas do ciclo do combustível nuclear ainda não são feitas em território nacional. O minério extraído é enviado ao Canadá, onde é convertido para o estado gasoso, depois segue para a Europa para ser enriquecido e retornar ao Brasil.

Apesar de ser desenvolvido por mão-de-obra estrangeira, o Brasil detém a tecnologia para o ciclo do combustível nuclear, mas faltam equipamentos para atender a demanda industrial. "É um processo que sabemos e podemos executar, mas ainda não é rentável ao País", explica Gonçalves.

A Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ), conta com dois conjuntos de centrífugas, conhecidos como cascatas, para enriquecer o urânio. A terceira cascata deve entrar em funcionamento em final de janeiro de 2010. Todas as cascatas de enriquecimento foram construídas pela Marinha do Brasil.

Processo de enriquecimento do urânio

Os minérios que contêm o urânio são extraídos em Caetité, sudoeste da Bahia. Depois de passar por um processo de purificação, o urânio é separado do minério e concentrado sob a forma de um sal amarelo, conhecido como yellowcake.

Depois desta primeira fase, duas etapas são realizadas fora do Brasil. A primeira é no Canadá, o yellowcake é dissolvido e mais uma vez purificado, obtendo-se o urânio nuclear puro, que será convertido para o estado gasoso (hexafluoreto de urânio). A segunda fase é feita em países da Europa, quando o urânio em gás é enriquecido e enviado em contêineres à FCN.

Já em solo nacional, o urânio enriquecido é reconvertido para a forma sólida e depois transformado em pequenas pastilhas. Com pouco menos de um centímetro de comprimento e de diâmetro, as pastilhas são colocadas em um conjunto de 235 tubos metálicos (varetas), formando o elemento combustível.

Combustível nuclear

Para se ter uma ideia da capacidade desse combustível, duas pastilhas geram energia para manter funcionando por um mês uma residência média onde moram quatro pessoas. O conjunto de varetas gera energia para 42 mil residências do mesmo porte.

As varetas são enviadas às usinas Angra 1 e 2, em Angra dos Reis (RJ), que funcionam como centrais termoelétricas. O elemento combustível é aquecido, o calor liberado pelas pastilhas ferve a água de uma caldeira transformando-a em vapor que movimenta uma turbina. O movimento das hélices dá partida a um gerador que produz a eletricidade.

Reservas de urânio do Brasil

A extração anual de urânio no Brasil ainda não alcança escala industrial. O volume produzido na mina de Caetité é suficiente para atender a demanda de Angra 1 e 2. O Programa Nuclear Brasileiro propõe que até 2030 de quatro a oito usinas nucleares, além de Angra 1, 2, e 3, sejam construídas.

Segundo o gerente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) no nordeste, Hilton Mantovanni, a mina de Caetité, a única que extrai urânio na América Latina, tem capacidade para ser explorada por pelo menos 30 anos. Para atender a demanda das novas usinas do PNB, Caetité poderá extrair 1,2 mil toneladas de urânio a partir de 2017. "A mina tem um potencial muito grande. A cada dia encontramos novas anomalias que podem ser exploradas", diz.

Mesmo com a garantia de mais três décadas de produção, outra mina está em preparação em Santa Quitéria, no Ceará. Como se trata de uma jazida com predominância de fosfato, mineral que não faz parte do monopólio da União, a INB fez uma parceria com a empresa Galvani. Ela será responsável por explorar o local. A empresa fica com o fosfato e repassa o urânio a INB. A expectativa é a de que a extração comece em janeiro de 2012.

Nos primeiros anos, a produção anual da nova jazida vai girar em torno de 1,1 toneladas. Em 2017, esse número deve subir para 1,6 mil toneladas por ano. Com isso, a produção nacional de urânio pode aumentar 600% em oito anos.

Novas usinas nucleares brasileiras

As novas usinas nucleares ainda não têm local definido para serem construídas, exceto Angra 3, que ficará no Rio de Janeiro. O presidente do Cnen adianta que pelo menos uma usina será construída no Nordeste. "É preciso ter uma alternativa energética na região. Quando houve o apagão elétrico o Sudeste foi muito beneficiado. Angra 1 e 2 foram acionadas e ajudaram a suprir a demanda.", explica Gonçalves.

Juntas, Angra 1 e 2 geram cerca de dois mil megawatts de energia elétrica, quase metade do consumo do estado de Rio de Janeiro. "É muito melhor para o meio ambiente e mais barato usar a energia nuclear do que gás ou carvão. Em 2008, por exemplo, a segunda energia mais fornecida no Brasil foi a nuclear", lembrou.

O presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Trajan Filho, estima que Angra 3 entre em operação em 2015. "A partir de 2019 a primeira usina do Programa Nuclear Brasileiro deve ser ativada, em 2022 a segunda, três anos depois a terceira usina e em 2027 a quarta usina. Se houver necessidade este período pode diminuir", analisa Trajan. Segundo ele, o Brasil tem capacidade para atender toda a demanda de urânio do PNB, inclusive com sobra. O excedente pode ser exportado, mas a decisão política, a princípio, é não vender as reservas.

Armazenamento do lixo nuclear

Com o aumento da produção e enriquecimento de urânio pelo PNB, o volume de rejeito nuclear também deve aumentar. O Brasil projeta um grande depósito para armazenar esse lixo nuclear. "Estima-se que o repositório definitivo construído pela Cnen armazene 60 mil m³ de rejeitos até 2060, uma quantidade muito pequena para um prazo muito grande", diz o diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN/MCT), em Recife (PE), Ricardo Lima.

O depósito definitivo está na fase de definição de conceitos e deve começar a receber os materiais nucleares até 2016. O local onde será construído ainda não foi definido. Segundo Lima, a escolha será técnica. "Muitos municípios já se ofereceram para receber o depósito, isso porque serão pago royalties à cidade que receber a instalação. Mas, a escolha será técnica. Temos que avaliar as condições de cada município", explica.

Enquanto o depósito não entra em operação, o lixo nuclear produzido por Angra 1 e 2 é estocado em depósitos da Central Nuclear de Angra dos Reis. "Todo rejeito nuclear produzido no Brasil tem "DNA, endereço e telefone". Sabemos onde estão estocados e quanto tempo deve permanecer lá. É tudo muito seguro", garante Lima.

Tipos de lixo nuclear

Existem três tipos de lixo nuclear. O lixo de baixa atividade é gerado na mineração e na fabricação do combustível - inclui papéis, panos, ferramentas, roupas, filtros e outros objetos que contêm pequenas quantidades de radioatividade.

O lixo de média atividade inclui resinas, revestimento de metal do reator e outros materiais que contêm irradiação que levam um período um pouco maior para se descontaminar. Esses dois tipos representam 95% do rejeito nuclear que depois de um determinado período pode ser reaproveitado.

O lixo nuclear de alta atividade produzido no Brasil é o elemento combustível usado. Ele contém cerca de 1/3 do urânio que sofreu a fissão nas usinas. O rejeito nuclear de alta atividade também pode ser reaproveitado, mas ainda não é rentável.

"Para reaproveitar este material é preciso ter demanda para isso. Hoje, produzimos este tipo de lixo nuclear em baixa escala por isso nem pensamos em reprocessar. Quando as outras usinas estiverem prontas vamos pensar nisso. Mas a decisão será do governo Federal", diz o presidente da INB, Trajan Filho.

Proteção ambiental

Em Caetité, diversos programas ambientais e sociais estão em andamento para diminuir os impactos da extração. Há uma série de ações como a manutenção de um horto florestal com viveiro de mudas nativas e medicinais e reflorestamento.

Uma área de 800 hectares está em fase de recomposição - a previsão é a de que sejam plantadas cinco milhões de mudas nativas da região. Além disso, os alunos de escolas da região participam de programas de educação ambiental, apoio a reciclagem e aproveitamento de materiais alternativos.

Fonte: MCT

Robô-gari recolhe o lixo e ajuda as pessoas

Uma sociedade na qual os robôs acompanham os idosos em viagens e os ajudam a jogar fora o lixo pode estar mais perto de se tornar uma realidade do que se poderia pensar. Pelo menos nesse segundo aspecto.

Com um financiamento de 2 milhões de euros, cientistas europeus apresentaram os primeiros protótipos de robôs assistentes cujo objetivo será ajudar as pessoas a manter as suas casas limpas.

Robôs de limpeza

O primeiro deles é o DustCart, algo como "carrinho de lixo," um robô projetado para interagir com seu dono, recolher o lixo doméstico quando for orientado a isso e colocar o lixo na lixeira externa, onde o material poderá ser recolhido pelo serviço público.

O segundo robô é o DustClean ("limpador de poeira"), que também poderá se chamar robô-gari - seu principal objetivo é fazer a limpeza de calçadas, ruas e outras áreas públicas. Ele foi montado sobre a plataforma de um SegWay, o que facilita sua mobilidade.

Além dos tradicionais sistemas de visão artificial, para permitir que os robôs identifiquem a sujeira e evitem ficar batendo nas coisas, os dois protótipos foram dotados de sensores de ozônio e monóxido de carbono, permitindo que eles emitam alertas no caso da qualidade do ar cair muito.

Segundo os pesquisadores, os dois robôs representam a melhor solução disponível para a limpeza de áreas de difícil acesso e para a limpeza e coleta de lixo na frente das residências, acima de tudo, das pessoas que têm problemas de mobilidade e dificuldades para levar seu lixo doméstico para as lixeiras externas.

Guia e vigilância

Os robôs são capazes de se orientar, navegar e se comunicar com outras máquinas, o que os torna colaboradores autônomos e multifuncionais.

Isto significa que cada robô poderá ser utilizado para limpar várias áreas, e não apenas o ambiente controlado de uma residência. Por exemplo, com base nas informações de um mapa, como os encontrados nos sistemas de navegação por GPS dos automóveis, o DustBot pode monitorar a sujeira em grandes espaços.

Sem a incumbência de limpar, o robô pode ser adaptado para atuar como guia em centros comerciais e museus, para transportar mercadorias e para ajudar as pessoas com necessidades especiais dentro e fora de suas casas.

Os robôs são apenas protótipos para testes de funcionalidades e demonstrações e não deverão ser fabricados para comercialização.

Aprendendo a ver: cérebro pode ser treinado para perceber estímulos invisíveis

Embora sempre consideramos que somos capazes de ver tudo o que está em nosso campo de visão, nosso cérebro na verdade seleciona os estímulos que chegarão à nossa consciência.

Mas há uma forma de lidar com isto. Um novo estudo revela que nossos cérebros podem ser treinados para ver conscientemente estímulos que normalmente seriam invisíveis - aqueles que, mesmo sendo captados pelo nosso olho, não chegam à nossa consciência.

O estudo será publicado no próximo exemplar do Journal of Vision.

Treinando a visão consciente

O pesquisador Caspar Schwiedrzik, do Instituto Max Planck de Pesquisas do Cérebro (Alemanha), afirma que o cérebro é um órgão que se adapta continuamente ao seu ambiente, podendo ser treinado para aprimorar a percepção visual.

"Uma questão que não foi estudada até agora é se a marca registrada do cérebro humano - a sua capacidade de produzir consciência - pode ser treinada," diz Schwiedrzik. "Nossas descobertas implicam que não há uma fronteira definitiva entre as coisas que nós percebemos e as que não percebemos - esta fronteira pode ser mudada."

Treinamento para ver

Durante a pesquisa, os cientistas mostravam duas figuras, um quadrado e um losango, a voluntários com visão normal. A visão dos voluntários era então imediatamente tampada com uma máscara, composta por uma combinação de imagens, incluindo o quadrado e o losango iniciais.

A seguir os voluntários deviam identificar o formato que haviam visto. A primeira figura era invisível aos voluntários no início dos testes. Mas, após cinco sessões de treinamento, eles passaram a ser capazes de ver tanto o quadrado quanto o losango.

Visão cega

A capacidade de treinar o cérebro para ver de forma consciente poderá ajudar as pessoas cujo córtex visual primário tenha sido danificado por um derrame ou por um acidente, um problema neurológico conhecido como "visão cega."

Em 2008, pesquisadores da Harvard Medical School demonstraram que uma pessoa com visão cega pode andar corretamente em uma sala cheia de obstáculos, ainda que ela não seja capaz de ver conscientemente esses obstáculos.

Schwiedrzik afirma que sua pesquisa poderá ajudar os pacientes com visão cega a ganhar consciência daquilo que suas mentes podem de fato ver. Ele sugere, contudo, que novos estudos comparem se o processamento da informação visual ocorre da mesma forma em indivíduos saudáveis e naqueles com visão cega.

Composto presente no açafrão e no curry destrói células de câncer

Uma pesquisa realizada na Irlanda sugere que um componente encontrado no açafrão da Índia, presente no tempero curry, pode matar células cancerosas.

O componente químico curcumina já era visto como um extrato com aplicações medicinais e já estava sendo testado para outros tratamentos, como artrite, demência e outros - veja, por exemplo, Açafrão é utilizado para tratamento do câncer de pele.

Testes de laboratório realizados pelo Centro de Pesquisa do Câncer de Cork, na Irlanda, mostraram que a curcumina também pode matar células de câncer de esôfago.

Curcumina

A cientista Sharon McKenna e sua equipe descobriram que a curcumina começou a matar as células cancerosas dentro de 24 horas.

"Cientistas já sabiam há tempos que compostos naturais têm potencial para tratar células defeituosas que se transformaram em células cancerosas e suspeitamos que a curcumina poderia ter valor terapêutico", disse a cientista.

As células também começaram a se digerir, depois que a curcumina desencadeou os sinais de morte celular.

Novos tratamentos

Especialistas em câncer afirmam que a descoberta - publicada na revista especializada British Journal of Cancer - pode ajudar médicos a elaborar novos tratamentos para a doença.

Lesley Walker, diretor da organização britânica Cancer Research UK acha que os resultados da pesquisa irlandesa podem ajudar o desenvolvimento de novos tratamentos de câncer do esôfago.

"[A pesquisa] abre a possibilidade para que compostos químicos naturais encontrados no açafrão da Índia possam ser desenvolvidos para se transformar em novos medicamentos."

Câncer do esôfago

"A incidência de câncer do esôfago aumentou em mais de 50% desde os anos 70 e isto estaria ligado ao aumento da taxa de obesidade, consumo de álcool e doença do refluxo, então, descobrir formas de evitar o desenvolvimento desse tipo de câncer é importante", acrescentou.

Cientistas dizem ter criado células da reprodução humana em laboratório

Cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, anunciaram ter conseguido criar em laboratório células germinativas - que podem dar origem aos gametas (células sexuais), óvulos e espermatozoides - a partir de células-tronco embrionárias.

Algumas dessas células chegaram a evoluir e se tornar espermatozoides em seus primeiros estágios de formação, segundo artigo publicado na revista "Nature".

Ao acompanhar cada passo do desenvolvimento dos gametas, os cientistas esperam identificar potenciais problemas que poderiam causar a infertilidade ou defeitos no nascimento.

O avanço poderia também ajudar cientistas a desenvolver novos tratamentos para infertilidade.

Meiose

Cientistas da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, haviam anunciado em julho passado que criaram espermatozoides em laboratório pela primeira vez, mas o estudo foi questionado por especialistas.

Durante a pesquisa da Universidade de Stanford, os cientistas separaram células-tronco embrionárias às quais acrescentaram um gene que produziria uma proteína que levaria à emissão de uma luz verde quando fosse "ativado" outro gene, presente apenas em células germinativas.

Com a luz, é como se as células germinativas levantassem a mão para dizer que estavam lá, explicou Renee Reijo Pera, principal autora do estudo

Depois que as células-tronco cresceram e se desenvolveram por duas semanas, os cientistas separaram aquelas que emitiram o sinal verde.

Em seguida, a equipe de Stanford conduziu uma série de testes para confirmar que as células se comportavam como germinativas. Uma vez convencidos de que elas eram de fato as células que buscavam, os pesquisadores ativaram e desativaram três genes - DAZ, DAZL e BOULE - para determinar que papel eles desempenham no desenvolvimento das células-tronco em células germinativas imaturas.

Pesquisadores já haviam descoberto que homens inférteis que não têm células germinativas normalmente também não têm o gene DAZ.

Os cientistas concluíram que o gene DAZL é necessário para transformar as células-tronco embrionárias em células germinativas.

Os genes DAZ e BOULE, em contraste, agem na maturação das células germinativas, "empurrando" as células para o processo de meiose, em que elas reduzem o número de cromossomos pela metade.

Os pesquisadores chegaram a observar células germinativas masculinas que completaram o processo de meiose, se transformando em espermatozoides em seus primeiros estágios.

Modelos

Estudos anteriores sobre o tema foram prejudicados porque, ao contrário de muitos outros processos biológicos, o ciclo de reprodução humana não pode ser estudado adequadamente com cobaias.

E como essas células germinativas se formam nas primeiras semanas de vida de um embrião (de 8 a 10 semanas), há escassez de material humano para se estudar.

"Este estudo abre uma nova janela sobre o que era, até agora, um estágio escondido da evolução humana", disse Susan B. Shurin, diretora interina do Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development, que financiou o estudo.

"A observação de células humanas germinativas em laboratório tem potencial de produzir importantes pistas sobre as origens das infertilidades não explicadas e sobre a gênese de muitos defeitos de nascimento e desordens de ordem cromossômica", afirmou.

Fonte: G1

Conferência Web W3C Brasil discutirá evolução da web em São Paulo

A cidade de São Paulo receberá nos dias 23 e 24 de novembro a 1ª Conferência Web W3C Brasil, organizada pela W3C (Consórcio World Wide Web). O evento deve receber mais de 400 profissionais da área e promoverá debates sobre a evolução da web, padronização de tecnologias e o impacto na sociedade.

A conferência contará com a presença do holandês Anne van Kasteren, editor do documento “Diferenças entre HTML5 e HTML4”, publicado em janeiro de 2008. Van Kasteren trabalha para as empresas Opera Software, Limpid e Q42.

Entre os principais assuntos que serão abordados no evento estão benefícios do uso de padrões, acessibilidade e usabilidade, mecanismos de busca, governo eletrônico, mobilidade, segurança e privacidade, modelos de negócios, redes sociais e computação em nuvem.

O evento será realizado no Blue Tree Towers Morumbi, na zona sul da capital paulista. No dia 23 de novembro, a conferência começará às 12h e terminará às 18h. No dia 24, o horário previsto para início é 9h, terminando às 18h. Inscrições devem ser feitas no site oficial do evento.

Fonte: IDG Now!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Super olho de camarão inspira nova geração de DVDs

Os olhos de um crustáceo marinho estão fornecendo aos engenheiros a inspiração para o desenvolvimento de uma nova geração de aparelhos leitores de discos digitais, eventuais sucessores do DVD.

O camarão mantis (Odontodactylus scyllarus) é encontrado na Grande Barreira de Coral, na Austrália, e tem o sistema de visão mais complexo de que se tem notícia. Animais dessa espécie são capazes de enxergar 12 cores primárias - o homem vê em apenas três - e podem distinguir entre formas diferentes de luz polarizada - algo que o homem não é capaz.

Placas polarizadoras

Segundo o estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, células sensíveis à luz, presentes nos olhos do camarão, atuam como placas que alteram o plano das oscilações das ondas luminosas que passam por elas.

Essa capacidade faz com que esses crustáceos convertam luz polarizada linearmente em luz polarizada circularmente e vice-versa. Dispositivos conhecidos como placas polarizadoras de quarto de onda fazem essa função em leitores de CD ou de DVD e em filtros polarizadores de câmeras fotográficas ou de vídeo.

Entretanto, esses dispositivos fabricados pelo homem tendem a operar bem apenas para uma cor, enquanto o mecanismo natural dos olhos do camarão mantis funciona por quase todo o espectro de luz visível.

"Nosso trabalho revelou o design e mecanismos únicos da placa polarizadora no olho do camarão mantis. Trata-se de algo realmente excepcional, que supera qualquer equipamento que o homem tenha produzido nesse sentido até hoje", disse Nicholas Roberts, principal autor do estudo.

Simplicidade inteligente

Por que esse tipo de camarão precisa de tanta sensibilidade à luz polarizada é algo que os cientistas desconhecem. Mas se sabe que a visão polarizada é usada por animais para sinalização sexual ou para comunicação secreta, que evite chamar a atenção de predadores.

Os autores do estudo apontam que a capacidade inusitada do camarão mantis pode também atuar na visualização de presas, ao melhorar a capacidade de enxergar com clareza no meio aquático.

"Especialmente notável é que se trata de algo simples, um mecanismo natural composto por membranas celulares enroladas em tubos, mas que supera completamente os equipamentos artificiais", disse Roberts.

Biomimetismo

"Entender o funcionamento desse mecanismo natural poderá ajudar a fabricar melhores dispositivos ópticos, que poderiam usar, por exemplo, cristais líquidos produzidos especialmente para imitar as propriedades das células presentes nos olhos do camarão mantis", sugeriu.

Não seria o primeiro crustáceo a inspirar produtos do tipo. Em 2006, um componente presente no olho da lagosta inspirou o desenho de um detector de raio X para um telescópio europeu, em trabalho coordenado por Nigel Bannister, da Universidade de Leicester.

Magnetismo inesperado do grafite entusiasma área da spintrônica

Pesquisadores holandeses demonstraram que o grafite comum pode se tornar um ímã permanente a temperatura ambiente. E descobriram o mecanismo por trás desse comportamento inusitado.

O grafite é o material usado nos lápis. Formado unicamente de carbono, ele possui uma estrutura em camadas com interações fracas entre as camadas individuais, o que o torna também um excelente lubrificante.

Os resultados são promissores para novas aplicações em spintrônica e na nanotecnologia, como sensores e, principalmente, como biodetectores.

Fronteiras defeituosas

É totalmente inesperado que o grafite seja ferromagnético. E os pesquisadores holandeses não apenas demonstrarem a comprovação direta da ordem ferromagnética do grafite, como também explicaram o mecanismo por trás do fenômeno.

Em cada camada do grafite, áreas bem ordenadas de átomos de carbono são separadas por "fronteiras" defeituosas com dois nanômetros de largura. Nessas regiões de defeitos, os elétrons se comportam de forma diferente em relação às áreas bem ordenadas, mostrando similaridades com o comportamento dos elétrons em materiais ferromagnéticos, como o ferro e o cobalto.

Acoplamento intercamada

Os pesquisadores descobriram que as regiões de fronteira das diversas folhas individuais de grafite são magneticamente acopladas, formando redes bidimensionais.

Encerrando anos de debates, os pesquisadores holandeses demonstraram evidências experimentais diretas de que é esse acoplamento intercamada que explica o comportamento de ímã permanente do grafite. Vários grupos defendiam que as impurezas poderiam ser as responsáveis por um eventual comportamento magnético, mas definitivamente não é este o caso.

Carbono na spintrônica

Debates à parte, a pesquisa demonstrou que um material formado unicamente por átomos de carbono pode se tornar magnético. Mesmo sendo um ferromagnetismo fraco, a descoberta abre novas rotas para as pesquisas da spintrônica em materiais orgânicos (com carbono em sua composição).

No grafite, há duas características importantes para a spintrônica: os spins viajam longas distâncias sem perder o alinhamento e, quando necessário, esses spins podem ser invertidos por meio de campos magnéticos muito fracos.

O interesse no carbono é ainda maior por se tratar de um material biocompatível, o que o torna particularmente promissor para o desenvolvimento de biossensores e de equipamentos eletrônicos integrados em dispositivos médicos, que necessitem funcionar diretamente em contato com o corpo humano.

Rosetta se despedirá da Terra rumo ao espaço profundo

Rosetta, a sonda espacial "caçadora de cometas" da Agência Espacial Europeia (ESA), irá aproximar-se da Terra no próximo dia 13 de Novembro para ganhar energia orbital e começar a etapa final da sua viagem de 10 anos, até o exterior do Sistema Solar.

Está previsto que a sonda realize diversas observações do sistema Terra-Lua antes rumar até ao cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko, onde um módulo da sonda tentará pousar no cometa.

Esta será a terceira aproximação da Terra e a última das quatro assistências gravitacionais que a Rosetta precisa fazer para alcançar a sua trajetória final. Está previsto que a sonda alcance o ponto mais próximo da Terra às 05h45 do dia 13 de Novembro, no horário de Brasília.

Esta manobra dará à Rosetta o impulso necessário para continuar a viagem até ao exterior do Sistema Solar.

Pousando em um cometa

Em sua jornada, está programado um encontro com o asteroide 21 Lutetia, em Julho do próximo ano.

A nave Rosetta chegará ao seu destino final em Maio de 2014.

O ponto alto da missão será a liberação do módulo Philae, que pousará no cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko para estudar a sua superfície.

A sonda Rosetta acompanhará o cometa na sua viagem em direção ao Sol, estudando-o de perto durante os dois anos seguintes.

Rasante sobre a Terra

Quando se aproximar da Terra no próximo mês, a Rosetta terá viajado cerca de 4.500 milhões de quilômetros desde o seu lançamento, ocorrido em Março de 2004.

A sonda passará pela Terra a 13,3 km/s, sobrevoando o Oceano Índico a 109°E, 8°S, ao sul da ilha indonésia de Java. A manobra de assistência gravitacional aumentará a velocidade da nave em 3.6 km/s, relativamente ao Sol.

A equipe de controle da missão realizará uma série de ações críticas antes e depois da passagem pela Terra para assegurar que a Rosetta esteja na trajetória correta.

Os eventos mais importantes são as manobras de correção da trajetória. A primeira delas foi realizada no dia 22 de Outubro. Outras três estão previstas para que a sonda siga a trajetória de aproximação correta.

Apesar da passagem pela Terra ser crítica para conseguir a velocidade necessária para alcançar o seu destino final, a proximidade com o nosso planeta será aproveitada para o estudo do sistema Terra-Lua. Os instrumentos da sonda, que estão em estado de hibernação, serão ativados na semana anterior à passagem pela Terra.

Medicamento sino-cubano contra o câncer rompe bloqueio americano

As drogas de combate ao câncer fabricadas por uma empresa sino-cubana de biotecnologia conseguiram romper o bloqueio a Cuba, já que os bons resultados do medicamento garantiram sua liberação nos Estados Unidos.

"A FDA (agência reguladora de alimentos e medicamentos) aprova estes produtos apesar do embargo", disse José Suárez Rivero, chefe de engenharia da Biotech Pharmaceutical, que já comercializa na China um remédio com anticorpos monoclonais.

Os EUA são um dos países em testam clinicamente esse tipo de medicamento. Hospitais de Brasil, Alemanha, Canadá, Índia, Japão, Malásia e México também realizam os mesmos experimentos, prévios à comercialização do produto.

"Os resultados são bons, espetaculares, porque, além de ajudar a combater a doença, (o medicamento) não tem efeitos adversos e melhora significativamente a qualidade de vida do doente", diz Suárez.

As drogas da empresa sino-cubana são fabricadas "a partir de uma linha celular" e utilizam anticorpos monoclonais, que "reconhecem as células epiteliais doentes" e as bloqueiam, destaca a chefe de qualidade da empresa, Niuvis Pérez, que trabalhava no Centro de Imunologia Molecular do Polo Científico de Havana.

Segundo Pérez, os testes "certificam" a qualidade dos remédios, que permitiram "regressões completas no cérebro de vários pacientes" e cujas "reações adversas são mínimas, quase nulas".

A decisão de Cuba, que se encarrega da parte científica e tecnológica do projeto, de se associar a uma empresa chinesa foi resultado das boas relações entre ambos os países e do fato de haver uma elevada incidência de câncer de pele entre a enorme população chinesa.

"Nós contribuímos com a ciência, a produção e a qualidade. Nossos colegas chineses comercializam, administram e se encarregam do marketing", acrescenta Eduardo Ojito, chefe de produção da Biotech Pharmaceutical.

Fonte: G1

Espionagem por webcam?

Sim, é possível. De fato, existem cavalos de troia que são capazes de ligar e monitorar a webcam.

No entanto, é importante entender que grande maioria dos crimes na web ocorre em uma escala tão grande que fica impossível aos criminosos monitorarem a webcam de cada usuário infectado. As pragas que possuem esse tipo de função, por sua vez, são destinadas a usos e alvos bem específicos, ou seja, provavelmente seja algum adolescente sem muito o que fazer ou, no máximo, alguém que tenha algo pessoal contra a vítima. Exceto, claro, se você for uma pessoa muito importante e que mereça ser alvo de espionagem industrial.

Mas vale deixar claro que isso não é comum ao ponto que valeria a pena entrar em pânico. Muitas webcams dão algum tipo de sinal quando estão ligadas. Procure observar isso. No mais, os códigos maliciosos que realizam esse tipo de operação são alvos fáceis para os antivírus na maioria dos casos, exceto se o invasor for realmente competente.

Pedido de crédito da Nota Fiscal Paulista no IPVA termina neste sábado

Os consumidores paulistas têm até sábado (31/10) para solicitar o abatimento no IPVA por meio da utilização dos créditos gerados no programa Nota Fiscal Paulista. O pedido deve ser feito pelo site da Secretaria da Fazenda de São Paulo (www.fazenda.sp.gov.br).

Mesmo que não possua carro, o consumidor poderá transferir os valores para qualquer automóvel - basta apenas informar o Renavan. Após a transferência dos créditos disponíveis, o cidadão receberá a fatura do IPVA de 2010 já com o desconto equivalente, que pode chegar a 50%.

Caso haja crédito superior ao desconto máximo, o contribuinte poderá transferir o restante para qualquer conta bancária, poupança ou cartão de crédito.

Quem ainda não se cadastrou no sistema, mas possui as notas fiscais com CPF, pode se inscrever no site da Secretaria da Fazenda de São Paulo para ter o IPVA abatido.

Fonte: IDG Now!

Mozilla corrige 16 falhas de segurança ao divulgar Firefox 3.5.4

A Mozilla corrigiu nesta quarta-feira (28/10) 16 vulnerabilidades no Firefox ao lançar a versão 3.5.4 do navegador, sendo que 11 foram consideradas críticas, o nível mais perigoso na escala da organização.

Segundo a Mozilla, as 11 falhas críticas estavam em componentes como os sistemas para renderização de HTML e JavaScript e bibliotecas de mídia para desenvolvedores.

Sob determinas circunstâncias, as brechas poderiam ser exploradas para que códigos maliciosos fossem rodados remotamente no micro da vítima, de acordo com o grupo.

Três outras vulnerabilidades foram consideradas moderadas, segunda classificação mais severa no ranking da Mozilla, e duas foram consideradas de "baixo" risco, o nível menos perigoso.

As atualizações foram divulgadas um dia antes de a Mozilla lançar a primeira versão de testes do Firefox 3.6, atualização do navegador que deverá ser oficializada ainda em 2009 após sofrer atrasos.

Segundo declarações anteriores da Mozilla, o Firefox 3.6 será a primeira de duas atualizações "menores" que o grupo pretende divulgar até a segunda metade de 2010.

Uma atualização "menor" significa que as novidades do software se concentração mais em melhorias de desempenho que em novas ferramentas.

O diretor do Firefox na Mozilla, Mike Beltzner, escreveu à comunidade em 15 de outubro explicando que "o Firefox 3.6 será primordialmente uma divulgação com melhorias em segurança, estabilidade, rapidez e desempenho, sem qualquer mudança visível na interface em relação ao Firefox 3.5".

Dados da consultoria Net Applications apontam que o Firefox atingiu 23,7% do mercado de navegadores em setembro, crescimento de 4,7 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2008.

O Firefox 3.5.4, assim como o Firefox 3.0.15, divulgado simultaneamente, estará disponível para os sistemas Windows, Mac OS e Linux no site da Mozilla.

Quem já usa o Firefox poderá consultar a ferramenta de atualizações do navegador ou esperar 48 horas para que o browser avise automaticamente sobre sua nova versão.

Fonte: IDG Now!

Cerca de 640 mil sites no mundo estão infectados por malware

Especializada no combate a ataques virtuais, a empresa Dasient identificou que mais de 640 mil sites estão infectados por malware. O total de páginas infestadas é 5,8 milhões no mundo.

"Existem cerca de sete mil sites infectados a cada dia", diz o cofundador Dasient, Neil Daswani. Ele também observa que a taxa de reincidência da infecção em sites que já foram limpos é de 39,6%. Os responsáveis pela disseminação dos códigos usam scripts automatizados ou anúncios maliciosos, entre outros meios, para procurar continuamente carregar os malwares pelos sites.

Além da realizar investigações sobre sites infectados, a Dasient está distribuindo o "malware strings", constituído por um código de ataque para gerentes de TI, que podem examinar seus sites para saber se foram infectados.

Fonte: IDG Now!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Descubra a causa e resolva os problemas de uma rede sem fio

Problemas com rede, especificamente redes sem fio, podem ser muito simples (um roteador desligado ou a conexão com a web que caiu) ou bem complicados de resolver. Grande parte do desafio consiste em descobrir exatamente o que está causando o problema.

Nessa dica você encontrará um roteiro de testes que irá ajudar a isolar a causa da falha e, consequentemente, assim, encontrar a solução.


Sinal fraco ou ausência de sinal
Desconecte o notebook da tomada e ande com ele pela casa ou escritório, principalmente nos pontos onde provavelmente o equipamento será usado. O objetivo aqui é identificar áreas com sinal fraco ou sem sinal - chamadas áreas de sombra.


Uma forma de resolver isso é reposicionando o roteador sem fio. Quanto mais central ao ambiente como um todo e em posição mais elevada, melhor será a distribuição do sinal e, portanto, a cobertura.


Alguns elementos podem prejudicar a propagação do sinal Wi-Fi. Aquários de grandes dimensões e motores elétricos ou outra fonte capaz de gerar campos eletromagnéticos (como um telefone sem fio que utilize a mesma faixa de frequência do Wi-Fi) estão entre os principais. Se possível posicione o roteador afastados desses elementos.


Se mesmo depois de trocar o roteador de lugar ainda existirem áreas de sombra, pode-se utilizar um solução PLC, que leva o sinal da rede por meio da tomada elétrica.


Peça ajuda ao Windows

Caso haja sinal e mesmo assim a conexão wireless não se completa, rode o diagnosticador de rede do Windows. Ele raramente resolve o problema no Windows XP, mas pode ajudar no Vista. Clique com o botão direito no ícone de rede, localizado na bandeja do sistema, e selecione Diagnosticar e reparar (Vista) ou Reparar (XP).


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Se ainda assim o acesso à rede sem fio não ocorrer, conecte o portátil diretamente a roteador usando um cabo de rede e a porta Ethernet. Caso a dificuldade persista, estará confirmado que o problema não está na rede Wi-Fi.


Problemas com senha ou criptografia
Senhas incorretas podem causar muitos problemas à rede - algumas vezes, em vez de apontar esse erro, a rede simplesmente não conecta.


Desative temporariamente os recursos de segurança da rede sem fio para verificar se não é isto a causa do problema. O manual do equipamento (ou o site do fabricante) fornece instruções de como fazer isso. Se o acesso se der, terá descoberto que o problema está com as senhas usadas. Refaça todo o procedimento, tomando o cuidado de anotar e repetir cuidadosamente as senhas e tipo de criptografia usados, tanto no roteador quando no notebook.


Teste o acesso com outro dispositivo Wi-Fi
Utilize outro equipamento com Wi-Fi para testar a conexão; pode ser um celular, smartphone ou mesmo outro notebook. Caso o novo equipamento consiga se conectar e navegar na web, então o problema está com o seu notebook.


Verifique se não existe um driver novo para a placa de rede sem fio (visite o site do fabricante). Verifique também se há alguma atualização de firmware para o roteador. Caso exista, siga atentamente as instruções do fabricante para sua instalação.


Acesso limitado
Caso a conexão com a rede wireless se complete mas não seja possível navegar na web, verifique se o roteador obteve sucesso na autenticação com o provedor. Para isso, na tela de administração do equipamento deve ter sido informado corretamente o nome do usuário e a senha (e outras informações exigidas pelo provedor de acesso). Cheque, também, se o roteador está conectado ao modem ADSL.


Teste o notebook em outra rede
Verifique se o laptop é capaz de se conectar a outra rede sem fio. Tente um internet café ou mesmo na rede da sua empresa. Se a conexão ocorrer, saberá que o problema não está no computador.


Sinal intermitente
Se houver outra rede sem fio nas proximidades (quem sabe o vizinho do apartamento ao lado ou o escritório do andar de cima) pode estar havendo interferência de sinal entre elas. Modifique o canal usado pelo roteador (há vários disponíveis) - é necessário alterar isso também no laptop. Em caso de conflito, essa alteração pode resolver o problema.


Com sorte, depois de todos esses testes, você será capaz de identificar a fonte do problema da sua rede. Agora é só descobrir um jeito de consertar.

Fonte: PC World

Nanoestruturas são mapeadas em 3D por pesquisadores brasileiros

Combinando duas técnicas diferentes, pesquisadores do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), desenvolveram uma metodologia inédita capaz de mapear em três dimensões a composição química de nanoestruturas.

De acordo com Antonio Ramirez, a metodologia determina a composição química tridimensional das estruturas com dimensões de poucos nanômetros a partir de imagens obtidas por meio de microscopia eletrônica de transmissão de alta resolução (HRTEM).

"Essas imagens foram obtidas com uma técnica conhecida como reconstrução por série focal (FSR), um procedimento usado para obter imagens livres das aberrações do sistema óptico do microscópio. Essas imagens, com alta qualidade e resolução de picômetros, foram aliadas à técnica de análise de fase geométrica (GPA), que permite um mapeamento bidimensional de distorções estruturais", disse Ramirez.

Deformações estruturais

Segundo o pesquisador, a abordagem adotada pelo grupo brasileiro consistiu em usar os resultados obtidos com a combinação das duas técnicas para calcular a composição química das nanoestruturas a partir das medidas de suas deformações estruturais.

"Essas distorções, em diferentes direções cristalográficas, forneceram informações tridimensionais sobre o arranjo químico das nanoestruturas, com resolução espacial em escala nanométrica. Ao combinar as técnicas, conseguimos reconstituir a composição química nanoestrutural dessas estruturas", disse.

O Laboratório de Microscopia Eletrônica (LME) do LNLS é um laboratório multiusuário, que recebe cerca de 150 pesquisadores por ano. Em seus 11 anos, tornou-se referência em microscopia eletrônica, especialmente na área de química.

Ilhas de germânio-silício

Para realizar a pesquisa, o grupo utilizou ilhas epitaxiais de germânio-silício. "Trata-se de um sistema clássico de semicondutores. Foi um dos autores do estudo, Gilberto Medeiros-Ribeiro, que desenvolveu esse sistema", disse Ramirez.

No sistema, o germânio é depositado sobre uma superfície de nanocristais de silício - que se caracteriza por ser bastante plana - previamente aquecida a uma temperatura de cerca de 500º C. Conforme as camadas vão sendo depositadas, o germânio forma estruturas piramidais - ou "ilhas" - sobre o silício.

"O germânio e o silício têm a mesma estrutura cristalina, isto é, seus átomos se organizam em ordem semelhante. Mas seus tamanhos são ligeiramente diferentes e, por isso, o acúmulo de diversas camadas do germânio provoca distorções tão pronunciadas que formam as ilhas. Parte do silício, no entanto, é puxada para dentro dessas estruturas", contou.

Medição de alta precisão

Ramirez explica que as características desse sistema de estruturas cristalinas já haviam sido medidas em outros trabalhos com o uso de difração de raios X. Mas trata-se de uma medição muito genérica, que pressupõe determinadas distribuições.

"No nosso caso, é como se tivéssemos produzido fotos da composição dessas estruturas a partir de vários ângulos. Com isso, temos informações obtidas a partir de várias direções e, com um tratamento matemático, começamos a fazer um mapeamento tridimensional da química da nanoestrutura", disse.

Segundo o pesquisador, um aspecto importante do trabalho é que, em vez de apenas utilizar os dados obtidos por microscopia eletrônica de transmissão, o estudo agregou conhecimento ao contribuir com o desenvolvimento de novas técnicas.

"Estando em um laboratório nacional, que oferece essas técnicas avançadas, é parte da nossa obrigação não apenas utilizá-las, mas ajudar a desenvolvê-las. Essa metodologia poderá abrir novas portas para o estudo e a caracterização de materiais tecnologicamente importantes em áreas como a eletrônica", disse.

Celular 3G fornece localização precisa do usuário

Seu telefone celular de última geração - também conhecido como smart phone - logo poderá ser capaz de indicar não apenas que você está dentro do shopping center, mas também se você está na joalheria ou na loja de sapatos.

Engenheiros da computação da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, usaram os componentes-padrão dos telefones celulares 3G - acelerômetros, câmeras e microfones - para transformar as propriedades únicas de um espaço físico em uma "identidade" daquele espaço.

Impressão digital do espaço

Enquanto o sistema de GPS (Global Positioning System) civil tem uma precisão de apenas 10 metros e não funciona a contento no interior de prédios e edifícios, a nova aplicação funciona em interiores e tem uma precisão suficiente para dizer se uma pessoa está de um lado ou de outro de uma parede no interior de um edifício.

O sistema, batizado de SurroundSense, usa a câmera e o microfone do celular para gravar sons, luzes e cores, enquanto o acelerômetro registra padrões do movimento do dono do celular. Esta informação é enviada a um servidor, que processa todas as informações em uma "identidade espacial" única.

"Você não consegue muitas informações de cada uma das medições individualmente mas, quando combinadas, as informações ópticas, acústicas e de movimento criam uma impressão digital do espaço," explica Ionut Constandache, um dos membros da equipe que desenvolveu o SurroundSense.

Aprendendo com a experiência

Os pesquisadores percorreram 51 tipos diferentes de ambientes de lojas - de bares noturnos a joalherias - alimentando o sistema de análise das informações, que roda no servidor.

Isto permitiu uma precisão de 87% na determinação da posição exata do usuário do celular. O sistema fica cada vez mais preciso à medida que mais lugares são visitados e suas características identificadas e reconhecidas pelo programa.

"Conforme o sistema coleta e analisa mais e mais informações sobre um lugar em particular, a assinatura se torna mais precisa. Não é apenas a diferença de ambiência de diferentes locais, mas também pode ser diferente em momentos diferentes no mesmo local," explica o professor Romit Roy Chouhury, que coordena o projeto.

Isto significa que o sistema é capaz de reconhecer como sendo o mesmo local físico um café durante o burburinho da manhã e a mesma loja nos momentos de calmaria no meio da tarde.

Do laboratório para a loja

Há dois grandes desafios para que o SurroundSense possa se transformar em um aplicativo real.

O primeiro é habilitá-lo a funcionar quando o celular estiver no bolso ou na bolsa do usuário ou da usuária - atualmente a câmera deve estar sempre apontada para baixo. Segundo os pesquisadores, há também a possibilidade de que o próprio avanço da tecnologia resolva este problema, conforme aponta o surgimento de celulares para serem carregados no pulso ou no pescoço.

O segundo problema é, como na maioria dos dispositivos portáteis, a bateria. Os pesquisadores estão avaliando o rendimento do sistema quando o telefone somente fica ativo durante alguns momentos, e não o tempo todo, como agora.

Os pesquisadores também estão tentando determinar se todo o aplicativo deve rodar no servidor, no telefone, ou em uma combinação dos dois, como neste primeiro protótipo.