quinta-feira, 30 de junho de 2011

Laser caótico para comunicações seguras

Físicos da Universidade de Wurzburg, na Alemanha, criaram um microlaser caótico.

Embora a comportada forma de emissão de luz coerente dos lasers seja seu grande trunfo, os pesquisadores afirmam que um laser de funcionamento caótico pode ser muito útil.

"Este caos é extremamente interessante de um ponto de vista da física fundamental," explica o Dr. Stephan Reitzenstein. "Ele poderá ser usado no futuro para a construção de amplificadores e chaves", que são elementos fundamentais na transmissão de dados por fibras ópticas.

E mais: dois microlasers caóticos separados podem trocar um feedback negativo para gerar uma sincronização da sequência de pulsos, criando uma nova forma de transmissão de dados mais segura, com um nível adicional de criptografia gerada pelo próprio meio de transmissão.

Laser caótico

A chave do microlaser caótico está no desvio de uma parte da luz que ele emite, que é enviada de volta ao interior do laser por meio de um espelho.

Isso gera um processo de emissão de luz "fora de ordem", fazendo com que o microlaser emita os fótons em uma sequência de pulsos caótica, totalmente aleatória.

Os microlasers são formados por uma complexa estrutura em camadas feitas com uma sequência precisa de materiais semicondutores.

Bem no centro dessa pilha, são colocadas nanoestruturas capazes de emitir luz, chamadas pontos quânticos.

"Os fótons emitidos pelos pontos quânticos são acoplados ao modo de emissão do laser com probabilidade extremamente alta, podendo assim ser usados para uma operação muito eficiente do laser," diz Reitzenstein.

Isso significa que o microlaser é altamente sensível à quantidade e fótons presentes no ressonador - mesmo a emissão de um único fóton pode gerar confusão no funcionamento do laser.

Os cientistas capturam esses fótons e os enviam de volta para o microlaser usando um espelho, garantindo que a confusão permaneça, mantendo um funcionamento totalmente caótico.

Laser de pontos quânticos

O grupo usou apenas 10 pontos quânticos, o que exige uma corrente na casa dos microamperes. Nos lasers semicondutores tradicionais, são necessárias correntes na faixa dos miliamperes e entre 1.000 e 10.000 pontos quânticos.

Há uma corrida mundial em busca do "laser final", que possa usar um único ponto quântico como meio de ganho.

"Nós agora estamos preparando experimentos para sincronizar dois lasers tão longe quanto permite o limite quântico de apenas um fóton se movendo para frente e para trás," diz o pesquisador. "Se conseguirmos, estaremos um passo mais próximo do entendimento dos fundamentos da sincronização e de uma nova forma segura de transmissão de dados."

Para que os microlasers caóticos tornem-se práticos, contudo, eles precisarão antes ficarem mais quentes: no estágio atual, eles funcionam a -150 graus Celsius.

Estrela de nêutrons engole aglomerado de matéria

O telescópio espacial XMM-Newton detectou uma estrela aumentando em 10.000 vezes o seu brilho normal.

Os astrônomos acreditam que a explosão, observada no comprimento de ondas dos raios X, foi causada pela estrela tentando engolir um aglomerado gigante de matéria.

O brilho repentino ocorreu em uma estrela de nêutrons, o núcleo colapsado de uma estrela que já foi muito maior no passado.

Agora, com cerca de 10 km de diâmetro, a estrela de nêutrons é tão densa que gera um fortíssimo campo gravitacional.

Estrela de nêutrons é mais densa do que se acreditava possível

Projétil cósmico

O aglomerado de matéria era muito maior do que a estrela de nêutrons, e veio de sua estrela companheira, uma enorme supergigante azul.

"Foi um enorme projétil de gás que a estrela disparou e atingiu a estrela de nêutrons, permitindo que a víssemos," diz Enrico Bozzo, da Universidade de Genebra, na Suíça, e líder da equipe que fez as observações.

O brilho repentino durou quatro horas e os raios-X foram emitidos quando o gás no aglomerado de matéria foi aquecido a milhões de graus, enquanto era puxado pelo intenso campo gravitacional da estrela de nêutrons.

A duração do surto permitiu que os astrônomos estimassem o tamanho do "projétil cósmico".

Ele era muito maior do que a estrela de nêutrons, ao redor de 16.000 mil quilômetros de diâmetro, ou cerca de 100 bilhões de vezes o volume da Lua.

No entanto, de acordo com a estimativa feita a partir do brilho da explosão, o aglomerado continha apenas um milésimo da massa do nosso satélite natural, ou seja, era bem pouco denso.

Granizo estelar

Estes dados vão ajudar os astrônomos a compreenderem o comportamento da supergigante azul e da forma como ela emite matéria para o espaço.

Todas as estrelas expulsam átomos para o espaço, criando um vento estelar.

O surto de raios X mostra que esta supergigante azul em particular faz isso em blocos, e o tamanho e a massa estimados da nuvem de matéria permitem entender os limites desse processo.

Circuito óptico faz cálculos usando apenas luz

Um grupo internacional de pesquisadores construiu um bloco fundamental da computação usando apenas luz.

Os cientistas das universidades de Bristol (Reino Unido), Osaka e Hokkaido (Japão) construíram uma porta lógica com quatro partículas de luz, ou fótons.

Nessa escala, tudo o que se faz normalmente recebe o designativo "quântico", uma vez que as partículas elementares obedecem às leis da mecânica quântica, e não da mecânica clássica.

Desta forma, o que os cientistas fizeram em breve ser empregado em uma vasta gama de tecnologias quânticas, incluindo a comunicação segura e a criptografia, para medições de precisão e, finalmente, para os computadores quânticos.

Porta C-NOT

"Nós construímos um elemento fundamental para o processamento de informações quânticas - uma porta NOT-controlada, ou C-NOT - baseada em uma receita que foi proposta teoricamente há 10 anos," explicou o professor Jeremy O'Brien, coautor da pesquisa.

"A razão pela qual levou tanto tempo para alcançarmos este marco é que, mesmo para um circuito relativamente simples, nós precisamos ter um controle completo sobre quatro fótons individuais chispando por aí à velocidade da luz!" completa ele.

O experimento combina várias técnicas para a construção de circuitos ópticos que devem ser estáveis dentro de uma fração do comprimento de onda da luz, isto é, na faixa dos nanômetros - a base de todo o experimento é um chip óptico construído pela mesma equipe em 2010.

A adição de cada fóton adicional não é uma tarefa trivial, uma vez que todas as partículas devem ser idênticas em todos os quesitos - algo sem comparação no mundo clássico.

Porta lógica com fótons

"A capacidade de implementar uma porta lógica usando fótons é fundamental para a criação de circuitos em maior escala e até mesmo de algoritmos," diz O'Brien.

Em 2003, pesquisadores japoneses haviam construído uma porta C-NOT usando qubits de estado sólido.

A equipe espera aplicar seus resultados de imediato para o desenvolvimento de novas abordagens para a comunicação quântica, para a medição e, em seguida, em ferramentas de simulação - teoricamente, uma porta C-NOT pode ser usada para simular qualquer sistema quântico.

"Cada vez que adicionamos um fóton, a complexidade dos problemas que passamos a ser capazes de investigar aumenta exponencialmente. Assim, se um circuito quântico de um fóton tem 10 saídas, um sistema de dois fótons pode dar 100 resultados, um sistema de três fótons pode dar 1.000 soluções e assim por diante," explica O'Brien.

Algoritmos quânticos

A simulação de processos quânticos é essencial, dentre outras, nas pesquisas com supercondutores e com a fotossíntese artificial.

"Nossa técnica pode melhorar nossa compreensão desses processos importantes e ajudar, por exemplo, no desenvolvimento de células solares mais eficientes," diz o cientista.

Outras aplicações incluem o desenvolvimento de novos materiais de alta tecnologia e medicamentos.

A longo prazo, o objetivo da equipe é construir circuitos maiores, até atingir uma capacidade de cálculo que permita rodar algoritmos quânticos.

Quem vai programar os computadores quânticos?

Fábrica espacial fará peças usando canhão de elétrons

Imagine uma máquina capaz de construir uma peça ou uma ferramenta conforme a necessidade, seja na Terra, na Estação Espacial Internacional ou mesmo em Marte.

Engenheiros da NASA tiveram essa ideia há 10 anos.

E agora o equipamento começa a virar realidade - ainda não totalmente pronto para ir para o espaço, mas já suficiente para mudar a forma de fabricação de peças aqui na Terra.

Chamado de Electron Beam Freeform Fabrication - fabricação livre por feixe de elétrons - o equipamento usa um canhão de elétrons, um alimentador e controles computadorizados para fabricar estruturas metálicas para a construção de peças ou ferramentas em questão de horas, em vez de dias ou semanas.

Fabricação livre

O EBF3 - os três Fs vêm de FreeForm Fabrication - poderá um dia funcionar como uma espécie de fábrica espacial, diminuindo a necessidade de enviar inúmeras ferramentas e peças para as naves apenas por precaução - quando elas forem realmente necessárias, elas poderão ser fabricadas na hora.

Antes de ir ao espaço, contudo, a fábrica automatizada precisa ser testada. E os testes mostraram que ela é útil nos processos industriais mais exigentes aqui na Terra.

Além de experimentos com prototipagem rápida, o equipamento está sendo usado para a fabricação de vigas de titânio para a cauda vertical dos primeiros protótipos do caça F-35.

Os testes mostraram que a fabricação com feixes de elétrons reduz o desperdício de titânio e o tempo de usinagem e, por conseguinte, o custo das peças.

Peças mais leves

Mas o maior interesse da indústria aeroespacial está na capacidade da tecnologia para ajustar os materiais de forma a obter maior desempenho.

O EBF3 pode fabricar peças com geometria complexa em uma única operação, evitando junções e outras operações que reduzem o rendimento nominal do material.

Além de gerar formas e padrões complexos sem desperdiçar material, o equipamento pode também recobrir uma peça com um material mais duro, tornando o produto final mais leve e com a resistência esperada - para a indústria da aviação, por exemplo, mais leve significa menos consumo de combustível.

Identificado gene causador da rara síndrome da fibromatose gengival

Uma equipe internacional de pesquisadores acaba de descobrir o gene causador da síndrome da fibromatose gengival e anomalias dentais.

A doença é raríssima e as manifestações mais graves podem incorrer em retardo mental, além de os portadores apresentarem dificuldades na mastigação e na fala.

A descoberta foi feita por cientistas da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Unicamp, da Universidade de Montes Claros, em Minas Gerais, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos,

Fibromatose gengival

Em geral, a fibromatose gengival promove o crescimento exagerado da gengiva a ponto de cobrir a coroa dos dentes, impedindo a higienização adequada.

A síndrome pode apresentar ainda a malformação do esmalte dental e/ou amelogênese imperfeita, que tornam os dentes mais suscetíveis à cárie, além de interferir na estética.

A somatória de todas essas manifestações foi descrita como uma síndrome rara pelo professor da Área de Patologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Ricardo Della Coletta, em 2008, quando se investigou uma família em que a doença está sendo transmitida de geração para geração.

Naquela época, a descoberta e a caracterização da doença mereceram destaque no periódico americano Journal of Periodontology. Relatos isolados da síndrome também foram reportados na África do Sul, na Turquia em alguns países da América Latina.

No entanto, Coletta alega que a expressão fenótipa é variável. Ou seja, não necessariamente todos os pacientes possuem as manifestações juntas.

Descoberta do gene

A descoberta do gene causador da síndrome foi publicada recentemente em uma das principais revistas do mundo na área de genética humana, a The American Journal of Human Genetics.

O próximo passo das investigações conduzidas pelos pesquisadores do grupo internacional será a caracterização da função normal do gene para, então, se entender porque esse defeito causa a síndrome.

"Nós temos a síndrome, o gene e uma correlação entre eles. No entanto, o mecanismo que faz com que a doença se desenvolva ainda é desconhecido", destaca o professor Ricardo Coletta. Para isso, os pesquisadores vão buscar semelhanças com os casos já reportados em outros países e definir se são causados por mutação do mesmo gene ou não.

Há que se observar, explica Coletta, que nenhuma outra doença já descrita tem este tipo de defeito, pois não se trata de polimorfismo - ou variações genéticas. Para ele, as características do achado não se assemelham com as alterações que acontecem frequentemente na população brasileira. Daí, os subsídios de que o defeito seja o causador da síndrome.

Muitas doenças que se apresentam de forma isolada, acrescenta o pesquisador, podem ter o fator genético similar que seriam defeitos diferentes no mesmo gene. Com isso, abre-se o caminho para entender se as formas isoladas da amelogênese imperfeita são causadas por defeitos nesse gene que acaba de ser descoberto.

"Esse novo conhecimento permite um diagnóstico mais preciso, além de entender o papel do gene no desenvolvimento normal do esmalte, que é o tecido mais duro que há no corpo humano e cujo desenvolvimento ainda não é conhecido por completo", comemora o pesquisador.

Tratamento da fibromatose

O docente explica ainda que o tratamento da doença é bastante complexo. Isto porque, por meio de várias cirurgias periodontais, o excesso de tecido gengival precisa ser removido para depois se proceder a manutenção dos dentes. A cirurgia, nestes casos, aconteceria para se recobrar a funcionalidade, sem se esquecer a questão estética, também importante.

"Os adolescentes, em geral, procuram realizar o tratamento cirúrgico com mais frequência por conta da estética. Para o caso da malformação do esmalte dental, o tratamento recomendado é basicamente o restaurador. É necessário, porém, tomar medidas quanto à prevenção, porque quando há algum problema no esmalte, o dente fica mais suscetível à cárie", explica Coletta.

Hidrogel com nanopartículas pode substituir cartilagem

Devido à sua condição avascular, a cartilagem articular apresenta baixa capacidade de auto-reparação e, quando lesada, dificilmente se regenera.

Atualmente, há grande interesse no desenvolvimento de materiais e de suas aplicações, sustentadas por técnicas de engenharia tecidual, que possam substituir e até estimular a regeneração da cartilagem articular.

Agora, a bióloga Ana Amélia Rodrigues, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), descobriu biomateriais compostos de hidrogel com resultados altamente promissores.

Os resultados do estudo indicam que o hidrogel de polivinil álcool puro, quando recebe a adição de nanopartículas de carbono, pode ser um excelente substituto da cartilagem articular, também chamada hialina.

O trabalho, que contou com a participação de Vitor Baranauskas e William Dias Belangero, avaliou o uso do substituto da cartilagem em modelos animais, implantado em defeitos osteocondrais de ratos Wistar.

Cartilagem

Belangero explica que a cartilagem é formada por um emaranhado de fibras de colágeno do tipo II, proteína abundante no corpo.

Entre essas fibras, há um gel, ou substância fundamental amorfa, formada por macromoléculas de proteoglicanas, cuja parte central é protéica e de onde se originam moléculas de glicosaminoglicanas com cargas elétricas. Esta estrutura se mantém armada, a exemplo de uma esponja, mas com orientação espacial precisa.

A cartilagem absorve e mantém, em sua malha, água e outros fluidos que mantêm a cartilagem ainda mais resistente à deformação.

Por sua vez, o hidrogel é um polímero reticulado, que tem a capacidade de absorver água e que a expele quando pressionado. De certa forma, segundo Belangero, o hidrogel mimetiza a cartilagem, embora de forma muito menos sofisticada.

Hidrogel com nanopartículas

O hidrogel assemelha-se a um plástico que se torna flexível ao absorver água, conferindo-lhe propriedades que permitem utilizá-lo na substituição da cartilagem e que, além disso, permite a circulação dos fluidos corpóreos.

Ao receber nanopartículas de carbono, diz o professor, suas propriedades mecânicas aproximam-se do desejável: grande resistência à abrasão e coeficiente de atrito na superfície muito próxima da cartilagem.

Embora esse coeficiente seja ainda dez vezes maior que o da cartilagem, o pesquisador lembra que o melhor material utilizado hoje tem coeficiente cem vezes maior.

O material apresenta também uma complacência muito boa, que é a propriedade de se deformar e voltar à forma primitiva, ou seja, a cartilagem da superfície oposta passa sobre ele como em uma cartilagem natural.

Para o médico, essas propriedades é que levaram os pesquisadores a distinguir o material. "O que nos interessava era saber a sua resistência ao atrito, à abrasão, porque sua função é a de substituir a cartilagem", diz.

Estudo brasileiro desvenda mecanismo de invasão do Trypanosoma cruzi

Vários patógenos empregam uma estratégia "traiçoeira" para invadir uma célula hospedeira: eles subvertem mecanismos existentes na própria membrana celular para ter acesso ao citoplasma.

Um grupo de pesquisadores brasileiros acaba de demonstrar que o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, utiliza esse tipo de subterfúgio, aproveitando o mecanismo de reparação das membranas das células como recurso para invadi-las.

"O artigo teve grande repercussão porque demonstrou que o Trypanosoma cruzi é mais um microrganismo capaz de explorar um mecanismo constitutivo da célula hospedeira, além de descrever detalhadamente o mecanismo que o parasita utiliza para isso", disse Renato Mortara, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Membrana celular

Segundo Mortara, já se sabia que, quando a membrana da célula sofre um dano, os lisossomos são recrutados e liberam seu conteúdo, que se funde com a membrana, reparando a lesão.

"[...] esse mecanismo de reparo tem duas etapas. Quando o lisossomo se funde com a membrana, a célula continua ainda com uma ruptura. Então, uma parte da membrana é internalizada pela célula, incorporando a lesão. A ruptura é englobada por essa espécie de 'bolha', passando para o interior da célula, preservando as propriedades da membrana", explicou.

Agora, a pesquisadora Maria Cecília Fernandes juntou o conhecimento sobre a invasão do parasita e o reparo da membrana.

A pesquisadora observou que o parasita provoca um buraco na membrana, induzindo todo o processo de internalização da lesão. "Como o parasita permanece próximo à lesão, o processo acaba levando-o para o interior da célula", contou Mortara.

Mecanismo de reparo

Quando o parasita danifica a membrana, o dano não promove diretamente sua entrada no citoplasma. Mas desencadeia a mobilização dos lisossomos, que, além de liberar seu conteúdo para a superfície da célula, liberam também a enzima lisossomal esfingomielinase ácida (ASMase), dependente de cálcio.

"O estudo mostrou que as células com ASM reduzida são resistentes à infecção e que tratar as células com enzimas extracelulares é suficiente para promover a entrada do parasita. O aumento de ASM estimula a endocitose, dando ao parasita a chance para entrar na célula", explicou.

Segundo o estudo, o uso do mecanismo de reparo da membrana pelo Trypanosoma cruzi pode ajudar a explicar por que esses parasitas tendem a infectar músculos lisos e cardiomiócitos - tecidos nos quais os mecanismos de reparação são especialmente ativos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Entenda os ataques de hackers contra sites do governo brasileiro

A atividade de hackers no Brasil, assim como no exterior, se intensificou a partir do fim da década de 1990, mas foi na madrugada da última quarta-feira que começou a onda de ataques que já é a maior da história do país, segundo Karin Breitman, professora do Departamento de Informática da PUC-Rio.

Levantamento do site Zone-H, que concentra registros de sites desfigurados (quando o ataque modifica a página de abertura do portal), mostra que o número desses ataques a sites governamentais brasileiros é alto: apenas neste ano, foram 714. Porém, "até agora, nenhum grande incidente havia chegado à mídia", diz Breitman.

"No Brasil, temos um ambiente muito seguro na internet. Há poucos casos de roubo de cartão de crédito ou de informações privadas em ataques como estes. Mas agora, com os últimos incidentes e as ações do Wikileaks, as pessoas começaram a olhar para os governos", diz.

A seguir, algumas perguntas e respostas à ação dos hackers no país.

O que os hackers já conseguiram fazer?

Desde quarta-feira, eles atacaram os sites da Presidência da República, do Portal Brasil, da Receita Federal, da Petrobras, do Ministério do Esporte e, nesta sexta-feira, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Cultura.

Com as tentativas de invasão, os sites apresentaram dificuldades de navegação, saíram do ar ou foram desfigurados, caso do portal do IBGE. Na página do instituto foi publicada a imagem de um olho contendo a bandeira do Brasil, com os dizeres "IBGE Hackeado - Fail Shell". O site ficou fora do ar durante doze horas até ser restabelecido pelo órgão, que afirmou, por meio de nota, que nenhuma informação foi acessada.

"O IBGE assegura que o banco de dados de todas as pesquisas está preservado, já que não foi atingido pela ação de hackers", diz a nota.

Já o Ministério dos Esportes e a Petrobras ainda estão investigando se os hackers conseguiram extrair dados de seus sites. Breitman acredita que acredita que os hackers não estavam atrás de informações confidenciais. "O que querem fazer é mostrar a fragilidade dos sites, mostrar que são capazes de tirar as coisas do ar", diz.

Ela afirma que a maior parte de ataques foi do tipo denial of service, onde o site não consegue responder mais por causa do grande número de acessos simultâneos - na verdade feitos por robôs.

Quais são as consequências desses ataques?

Além de ter efeito negativo para a imagem do governo, os ataques podem comprometer a confiança que internautas brasileiros vêm desenvolvendo no uso de serviços públicos virtuais, aponta Karin Breitman.

"Acho que a ação tem efeito parecido com a de terroristas. As pessoas ficam receosas com informações que estão na internet. Isso é horrível, porque pode fazer com que caminhemos dez anos para trás", diz.

De acordo com a professora do Departamento de Informática da PUC-Rio, a informatização de serviços oferecidos pelo Estado à população vem tornando o acesso a esses serviços mais eficientes e menos burocráticos.

Os ataques injetam dúvidas sobre a segurança do ambiente virtual "num momento muito frágil e importante, onde a população está conseguindo acesso à internet". "Ataques desse tipo criam fantasias que são nocivas ao crescimento da utilização da internet, principalmente para a população que não conhece direito", diz.

Já o temor de que os hackers possam ter acesso a dados pessoais de funcionários ou a informações confidenciais sobre o governo é infundado, afirma ela.

"Quando a gente acessa dados na internet, está acessando um espelho, uma cópia dos dados. Os originais ficam protegidos dentro de outros servidores que não têm acesso externo", explica, acrescentando que informações cadastrais de funcionários não ficam na mesma base de dados que as informações que vão para a internet.

Como o governo tem reagido aos ataques?

De acordo com a Presidência da República, alguns sites do governo estão passando por serviços de manutenção para aumentar a segurança contra ataques. Na sexta-feira, a Polícia Federal (PF) anunciou que abriu uma investigação para chegar aos responsáveis pelos ataques aos sites do governo.

A ameaça de novos ataques fez com que o site da Infraero fosse tirado do ar durante uma hora hoje de forma preventiva. A empresa afirmou que resolveu adotar a medida para reforçar a segurança e evitar possíveis ataques virtuais.

O grupo que invadiu o site do IBGE deixou uma mensagem afirmando que, neste mês, "o governo vivenciará o maior número de ataques de natureza virtual na sua história feito pelo Fail Shell".

Fonte: BBC

Sol e planetas não foram construídos com os mesmos materiais

Depois de analisar cuidadosamente amostras trazidas pela sonda espacial Gênesis, cientistas da NASA descobriram que o nosso Sol e seus planetas interiores podem ter-se formado de maneira diferente do que se pensava.

Os dados revelaram diferenças entre o Sol e os planetas no oxigênio e no nitrogênio, que são dois dos elementos mais abundantes no nosso Sistema Solar.

Embora a diferença seja pequena, as implicações podem ajudar a determinar como o nosso Sistema Solar evoluiu.

A teoria mais aceita atualmente para a formação dos sistemas planetários propõe que o material que sobra da nebulosa original - depois que a estrela se formou - agrega-se para formar os planetas.

Se fosse assim, não deveria haver disparidade entre os elementos que formam cada um dos corpos celestes do sistema.

Isótopos de oxigênio

"Nós descobrimos que a Terra, a Lua, assim como Marte e outros meteoritos que são amostras de asteroides, têm uma menor concentração de O-16 do que o Sol", disse Kevin McKeegan, membro da equipe científica da sonda. "A implicação é que eles não se formaram a partir dos mesmos materiais da nebulosa que criou o Sol - como e por que é algo ainda por ser descoberto."

O ar na Terra contém três tipos diferentes de átomos de oxigênio, que são diferenciados pelo número de nêutrons que eles contêm. Quase 100 por cento dos átomos de oxigênio no Sistema Solar são compostos de O-16, mas há também pequenas quantidades de isótopos de oxigênio mais exóticos, chamados O-17 e O-18.

Pesquisadores que estudaram o oxigênio nas amostras trazidas pela Genesis descobriram que a porcentagem de O-16 no Sol é ligeiramente mais alta do que na Terra ou nos outros planetas terrestres. As porcentagens dos outros isótopos são ligeiramente mais baixas.

Isótopos de nitrogênio

Eles avaliaram também as diferenças entre o Sol e os planetas quanto ao elemento nitrogênio.

Como o oxigênio, nitrogênio tem um isótopo, N-14, que representa quase 100 por cento dos átomos no Sistema Solar, mas há também uma pequena quantidade de N-15.

Em comparação com a atmosfera da Terra, o nitrogênio no Sol e em Júpiter tem um pouco mais de N-14, mas 40 por cento menos N-15. Tanto o Sol quanto Júpiter parecem ter a mesma composição de nitrogênio.

Como no caso do oxigênio, a Terra e o restante do Sistema Solar interior são muito diferentes em nitrogênio.

"Estes resultados mostram que todos os objetos do Sistema Solar, incluindo os planetas terrestres, meteoritos e cometas, são anômalos em comparação com a composição inicial da nebulosa da qual o Sistema Solar se formou," coautor da pesquisa.

Coleta de vento solar

Os dados foram obtidos a partir da análise de amostras coletadas do vento solar pela Gênesis - o material ejetado da porção externa do Sol.

Esse material é uma espécie de fóssil da nossa nebulosa original, porque a maior parte das evidências científicas sugere que a camada externa do nosso Sol não mudou de forma significativa nos últimos bilhões de anos.

Lançada em 2000, a sonda ficou coletando partículas solares entre 2001 e 2004, quando sua cápsula de retorno foi fechada e enviada de volta à Terra.

Por uma falha nos pára-quedas, em vez de ser capturada por um helicóptero, a cápsula chocou-se violentamante no solo.

Pára-quedas falha e Gênesis cai como um meteoro

Apesar do incidente, os cientistas conseguiram recuperar as amostras. Com isso, a demonstração de que elas não foram contaminadas é uma parte importante para a validação dos resultados agora anunciados.

Rádio com transístor de grafeno salta para os 10 GHz

Em 2010, uma equipe da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, construiu o transístor de grafeno mais rápido do mundo.

Para isso, eles desenvolveram um novo processo de fabricação que usa um nanofio como guia para o alinhamento das "pernas" do transístor.

Agora eles demonstraram que o processo é escalável, ou seja, pode ser ampliado para a fabricação em série desses transistores de grafeno, abrindo uma porta importante para que eles possam sair dos laboratórios e se encaminhar para as fábricas.

Transístor de 50 GHz

A equipe usou uma abordagem na qual os nanofios são posicionados sobre uma grande área de grafeno criada por deposição de vapor, em vez dos flocos de grafeno descascados de uma superfície de carbono.

Isso permitiu usar uma pastilha de vidro como substrato para os transistores, produzindo em série transistores que operam com frequências de corte de 50 GHz.

Os transistores de grafeno de mais alta velocidade vêm sendo fabricados em silicone ou em substratos de silício, que apresentam "vazamentos" de carga elétrica, derrubando suas velocidades reais.

Rádio com transístor de grafeno

Para demonstrar a viabilidade da técnica de fabricação, os pesquisadores usaram esses transistores de grafeno para construir de circuitos de rádio que operaram em velocidade de até 10 GHz, uma melhoria astronômica em relação aos circuitos anteriores desse tipo, que operam na faixa dos 20 MHz.

A pesquisa abre um caminho real para a fabricação escalável de alta velocidade dos transistores de grafeno e de circuitos funcionais baseados neles.

É digna de nota também a demonstração de um transístor de grafeno com frequência de corte prática (extrínseca) acima dos 50 GHz.

Esses circuitos de radiofrequência de alta velocidade poderão ser usados em uma ampla variedade de dispositivos, incluindo rádios, computadores e telefones celulares.

A tecnologia também poderá ser utilizada em comunicações sem fios, imageamento e radar.

Régua plasmônica mede estruturas biológicas em 3D

A biologia e a ciência dos materiais convergem na escala dos nanômetros.

E, conforme as máquinas que construímos e as máquinas de que somos feitos se encontram na escala de tamanho das biomoléculas, os cientistas precisam de novos instrumentos de medição.

Régua plasmônica

Agora, cientistas das universidades de Berkeley (Estados Unidos) e Stuttgart (Alemanha) criaram uma "régua plasmônica", um instrumento capaz de medir em escala nanométrica as mudanças espaciais que ocorrem nos sistemas macromoleculares.

Essas réguas 3D plasmônicas dão aos cientistas informações com detalhes sem precedentes sobre eventos dinâmicos críticos para a biologia, como a interação do DNA com enzimas, o dobramento de proteínas, o movimento dos peptídeos ou as vibrações das membranas celulares.

Com informações suficientes sobre esses processos, os cientistas podem explorá-los em materiais artificiais ou no acoplamento entre sistemas biológicos e sistemas eletrônicos, por exemplo.

"Nós demonstramos uma régua 3D plasmônica, baseada em oligômeros plasmônicos acoplados combinados com espectroscopia de alta resolução, que nos permite detectar a configuração espacial completa de macromoléculas complexas e processos biológicos, e acompanhar a evolução dinâmica desses processos," explicou Paul Alivisatos, líder da pesquisa.

Plasmônica

O termo "plasmônica" refere-se a ondas eletrônicas superficiais, também conhecidas como plasmons de superfície, que são geradas quando a luz viaja através das dimensões restritas de nanopartículas ou estruturas feitas com metais nobres, como ouro ou prata.

Plasmônica: em busca da computação à velocidade da luz

"Duas nanopartículas de metais nobres muito próximas vão se acoplar através de suas ressonâncias plasmônicas para gerar um espectro de dispersão da luz que depende fortemente da distância entre as duas nanopartículas," explica Alivisatos. "Esse efeito de dispersão da luz tem sido usado para criar réguas plasmônicas lineares capazes de medir distâncias em nanoescala em células biológicas."

Esse mecanismo de medição é muito mais preciso do que a técnica baseada em corantes químicos ou ressonância por fluorescência - mas, até agora, os cientistas só haviam conseguido utilizá-lo para fazer medidas em uma única dimensão.

Quase tão simples quanto uma régua

Os cientistas agora conseguiram tirar proveito do fato de que o espectro de dispersão da luz é sensível a todo um conjunto de movimentações em 3D, típico das moléculas biológicas.

Eles superaram as limitações das nanorréguas 2D construindo uma régua 3D com cinco nanobastões de ouro cujos comprimento e orientação são controláveis individualmente.

Um nanobastão é colocado perpendicularmente entre dois pares de nanobastões paralelos, para formar uma estrutura que se assemelha à letra H.

"O forte acoplamento entre o nanobastão superior e os dois pares paralelos suprime o amortecimento radiativo e permite a excitação de duas ressonâncias quadrupolares que permitem fazer uma espectroscopia plasmônica de alta resolução," disse Laura Na Liu, coautora do estudo. "Qualquer mudança conformacional nessa estrutura 3D plasmônica produz mudanças facilmente observáveis nos espectros ópticos."

Edição genética cura hemofilia em animais

Os cientistas têm feito inúmeras descobertas acerca da influência dos genes sobre as características do homem.

Mas, quando se trata de medicina, o grande alvo das chamadas terapias gênicas é atuar sobre esses genes, revertendo ou evitando condições patológicas.

É isto o que estão fazendo médicos do Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos.

Edição do genoma

A equipe está desenvolvendo uma técnica inovadora, chamada edição genômica - assim como se edita um texto no computador, eles estão "reescrevendo" localizações precisas do DNA.

Eles acabam de usar a técnica para reverter a hemofilia, um distúrbio de coagulação do sangue. O experimento foi feito em animais de laboratório, usando camundongos hemofílicos.

Esta é a primeira vez que a edição do genoma, que alveja e repara com precisão um "defeito" genético, foi usada em um animal vivo e alcançou resultados clinicamente significativos.

Vírus do bem

Os cientistas usaram duas versões de um vírus geneticamente modificado (vírus adeno-associado, ou AAV), uma levando enzimas que cortam o DNA em um ponto exato, e outra carregando um gene substituto para ser copiado na sequência do DNA.

Tudo isso ocorreu nas células do fígado dos animais vivos.

"Nossa pesquisa abre a possibilidade de que a edição de genoma seja usada para corrigir um defeito genético em um nível clinicamente significativo," disse a líder do estudo, Katherine High, que estuda as terapias gênicas para hemofilia há mais de uma década.

O estudo foi publicado na revista Nature.

Nucleases dedo de zinco

Os pesquisadores usaram enzimas geneticamente modificadas, chamadas nucleases dedo de zinco (ZFNs: zinc finger nucleases), que atuam como processadores de texto moleculares, editando sequências mutacionadas de DNA.

O grupo descobriu como fabricar ZFNs personalizadas, voltadas para um local genético específico.

As ZFNs específicas para o gene do fator 9 (F9) foram concebidas e utilizadas em conjunto com uma seqüência de DNA que restaurou a função do gene normal perdida na hemofilia.

Hemofilia

Alvejando com precisão um local específico em um cromossomo, as ZFNs têm uma vantagem sobre as técnicas convencionais de terapia genéticas, que podem colocar um gene de reposição aleatoriamente em um local não desejado, passando por cima dos componentes biológicos reguladores que controlam o gene em condições normais.

Esse "errar o alvo" genético acarreta um risco de "mutagênese insercional", na qual o gene corretivo provoca uma alteração inesperada, como o surgimento da leucemia.

Na hemofilia, uma mutação de um único gene herdada apenas por homens prejudica sua capacidade para produzir uma proteína de coagulação do sangue, criando episódios de sangramento espontâneo, algumas vezes com risco de vida.

5 dicas para evitar intoxicação de crianças em casa

Um conjunto de organizações de saúde canadenses divulgou uma lista com cinco dicas para que pais evitem a contaminação de crianças por substâncias tóxicas em casa.

Elas são: evitar o acúmulo de poeira, optar por produtos de limpeza sem perfume e menos tóxicos, tomar cuidado durante reformas, evitar certos tipos de plásticos e, na alimentação, evitar certos tipos de peixe que absorvem grandes quantidades de mercúrio.

A campanha de conscientização a respeito dos efeitos da poluição ambiental sobre o cérebro em desenvolvimento foi financiada pelo governo do Canadá e inicialmente se dirige à população do país, mas se aplica na prática a pais e futuros pais em qualquer parte do mundo.

"Se os pais adotarem práticas simples nessas cinco áreas, podem reduzir significativamente a exposição dos seus filhos a substâncias tóxicas e até economizar dinheiro", disse Erica Phipps, diretora da Parceria Canadense para o Ambiente e a Saúde da Criança (CPCHE).

Poeira

Aspirar o pó ou passar pano úmido com frequência para eliminar poeira é a primeira recomendação dos especialistas.

"A poeira em casa é uma grande fonte na exposição de crianças a substâncias tóxicas, incluindo o chumbo, que mesmo em níveis baixos, é conhecido por prejudicar o desenvolvimento do cérebro", disse Bruce Lanphear, especialista em saúde ambiental infantil e consultor do CPCHE.

"O cérebro em desenvolvimento de um feto ou de uma criança é particularmente sensível aos efeitos neurotóxicos do chumbo, mercúrio e outras substâncias tóxicas", explicou Lanphear. "Uma criança absorve 50% do chumbo ingerido, enquanto um adulto absorve 10%".

Segundo o especialista, a criança tende a colocar a mão na boca com frequência, o que aumenta ainda mais os riscos de que ela absorva essas substâncias tóxicas.

Produtos de Limpeza

Os pais podem reduzir o grau de exposição da família a produtos químicos tóxicos e economizar dinheiro ao optar por produtos de limpeza mais ecológicos.

O bicarbonato de sódio pode ser usado para esfregar banheiras e pias, e vinagre diluído em água funciona bem para limpar janelas, chão e outras superfícies, disseram os especialistas.

Evitar o uso de purificadores de ar e optar por sabão sem perfume para lavar roupa pode reduzir a exposição das crianças a substâncias químicas usadas na fabricação de fragrâncias - associadas, em estudos, a distúrbios nas funções hormonais.

Reforçando recomendações feitas por entidades médicas, entre elas a Canadian Medical Association, os especialistas também desaconselharam o uso de sabão antibactericida.

Cuidados em Reformas

Quando houver reformas em casa, mulheres grávidas e crianças devem ficar longe das áreas afetadas pela obra. Isso evita sua exposição à poeira resultante da reforma - contaminada por substâncias tóxicas - e aos gases tóxicos liberados por tintas, cola e outros produtos.

Áreas não afetadas pela reforma devem ser cuidadosamente isoladas com o uso de plásticos. E a poeira deve ser aspirada durante e após a obra.

Cuidados com Plásticos

Certos plásticos devem ser evitados, especialmente quando se serve ou guarda alimentos. Os especialistas canadenses advertem os pais contra o uso de vasilhas de plástico ou de embalagens plásticas no micro-ondas, mesmo quando a etiqueta diz que o produto é seguro para uso no micro-ondas.

Produtos químicos presentes no plástico podem contaminar o alimento ou a bebida - eles explicam.

Comer alimentos frescos ou congelados sempre que possível reduz a exposição ao Bisfenol A, presente na maioria das embalagens de comida e bebida. O produto está associado a uma ampla gama de problemas de saúde, entre eles, problemas de desenvolvimento no cérebro e disfunções endócrinas.

Os especialistas também alertam contra produtos feitos de PVC, também conhecido como vinil. Ele contém um tipo de substância química chamada ftalato, que está associada a diversos problemas de saúde.

Ftalatos podem ser encontrados em cortinas de banheiro, babadores e até capas de chuva.

Componente químico de plásticos 'afemina' meninos, diz estudo

Os especialistas aconselham que os pais joguem fora brinquedos e mordedores feitos com este tipo de plástico.

Peixe Seguro

Para reduzir a exposição das crianças ao mercúrio, um metal que é tóxico para o cérebro, os especialistas aconselham que sejam escolhidas variedades de peixe que absorvem menos mercúrio, como cavala do Atlântico, truta, arenque, salmão selvagem ou em lata e tilápia.

Se for servir atum, procure as variedades "leves", que absorvem menos mercúrio do que a variedade albacore (atum branco).

Fonte: BBC

Dieta radical de 600 calorias reverte diabetes tipo 2

Um estudo publicado em uma revista científica na Grã-Bretanha sustenta que uma dieta radical de 600 calorias por dia durante oito semanas pode reverter diabetes tipo 2 em pessoas recém-diagnosticadas com a doença.

O artigo dos pesquisadores da universidade de Newcastle, publicado na revista científica Diabetologia, indicou que a dieta reduziu os níveis de gordura no fígado e no pâncreas de 11 pacientes estudados, ajudando os níveis de insulina a voltar ao normal.

Todos os 11 haviam sido diagnosticados com diabetes tipo 2 até quatro anos antes. Três meses após o tratamento, sete estavam livres da doença. O nível de produção de insulina se manteve estável mesmo após a volta à alimentação normal.

Efeitos científicos

Os pesquisadores disseram que é preciso continuar os estudos para verificar se este efeito é permanente.

O diretor do Centro de Ressonância Magnética da Universidade de Newcastle, Roy Taylor, disse que não recomenda a dieta e que o experimento teve como única finalidade observar efeitos científicos.

"Esta dieta foi usada apenas para testar a hipótese de que, ao perder peso substancialmente, as pessoas 'perdem' também a diabetes", disse o acadêmico.

"Embora este estudo seja com pessoas diagnosticadas com diabetes apenas nos últimos quatro anos, há potencial para as pessoas com diabetes de mais longo prazo tentarem reverter as coisas."

Redução de peso

A diabetes tipo 2 ocorre quando a produção de insulina, responsável por quebrar as moléculas de açúcar no sangue, é insuficiente, ou quando a insulina produzida não funciona corretamente. Dá-se então um acúmulo de açúcar no corpo.

A dieta fez com que os participantes da pesquisa cortassem radicalmente a ingestão de calorias por dois meses, consumindo apenas alimentos dietéticos líquidos e legumes sem amido.

Depois de uma semana fazendo o experimento, os pesquisadores observaram que os níveis de açúcar no sangue dos pacientes antes do café da manhã já haviam voltado ao normal.

Imagens de ressonância magnética mostraram que os níveis de gordura nos pâncreas dos estudados haviam caído de cerca de 8% - um nível elevado - para em torno de 6%.

Curados da diabetes

Três meses após o fim da dieta, quando os participantes haviam voltado a se alimentar normalmente com ajuda de nutricionistas e dicas de alimentação saudável, os médicos perceberam que a maioria já não sofria da condição.

A pesquisadora Ee Lin Lim, que fez parte da equipe, disse que nem todos se curaram da doença porque "tudo depende de quanto os indivíduos são suscetíveis" a ela.

"Precisamos descobrir por que algumas pessoas são mais suscetíveis que outras, e então trabalhar com essas pessoas. Nesse estudo, não chegamos a essas razões", disse.

Fonte: BBC

sábado, 25 de junho de 2011

REVISTAS: The Economist : 25 June 2011

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REVISTAS: Billboard: 2 July 2011

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REVISTAS: Rolling Stone: 07 July 2011

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REVISTAS: T3 UK: August 2011

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REVISTAS: Evo UK: August 2011

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REVISTAS: Digital Photo: August 2011

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REVISTAS: Turning Pro UK: Issue 7 2011

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Mistérios do PC: Como saber se um site é seguro antes de visitá-lo?

Você já deve ter ouvido falar sobre “drive-by downloads”, sites que descarregam softwares maliciosos em seu computador assim que você os visita. E é a dura verdade: o aparentemente inocente ato de clicar um link, mesmo um no topo da página de resultados do Google, pode levar a infestações por malware. E aí vem a pergunta: como saber se um link é seguro antes de clicar nele?

Um bom ponto de partida é o Web of Trust, um plugin gratuito para o navegador que é compatível com o Chrome, Firefox, Internet Explorer e Safari. Esta ferramenta veta os resultados de uma busca antes mesmo que você clique neles, usando um sistema de cores como em um semáforo (vermelho, amarelo, verde) para indicar quais sites você deve evitar, em quais deve ter cautela e onde estará seguro. A reputação de um site é atualizada dinamicamente e baseada nas experiências de outros usuários com ele, e não em algum arquivo de definição que pode ficar ultrapassado.

Só tenha em mente que o Web of Trust funciona bem dentro do navegador e em serviços de webmail como o GMail ou Yahoo!, mas não funciona em clientes de e-mail no desktop como o Outlook ou Windows Live Mail. Nesse caso, use um software de segurança tradicional, como o Norton Safe Web, parte do pacote Norton Internet Security 2011.

Fonte: IDG Now!

Super areia deixa água cinco vezes mais pura

Cientistas desenvolveram uma técnica para transformar a areia comum - o material filtrante mais usado em todo o mundo para purificar a água potável - em uma "super areia".

A super areia tem uma capacidade de filtragem cinco vezes superior à da areia regular.

Nanomaterial

Mainak Majumder e seus colegas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, lembram que a areia tem sido usada para purificar a água há mais de 6.000 anos - a areia ou cascalho de filtração de água é endossada pela Organização Mundial de Saúde.

A transformação da areia em super areia começou com um nanomaterial chamado óxido de grafite.

Os pesquisadores usaram um método simples para recobrir os grãos de areia com as nanopartículas de óxido de grafite.

O novo material filtrante conseguiu remover inclusive o metal pesado mercúrio, além das moléculas de corantes diluídas na água.

Filtro de metais pesados

No teste com o mercúrio, a areia comum ficou saturada em 10 minutos de filtração, enquanto a super areia absorveu o metal pesado por mais de 50 minutos.

Segundo os cientistas, "o desempenho da filtragem é comparável a alguns filtros de carbono ativado disponíveis comercialmente." - com a vantagem de que a super areia deverá ser um material muito mais barato.

"Estamos agora pesquisando estratégias que nos permitirão montar as partículas funcionalizadas de óxido de grafite sobre os grãos de areia de forma a aumentar ainda mais a eficiência de remoção de contaminantes," escrevem eles.

A mesma equipe já havia desenvolvido um nanofiltro usando nanotubos de carbono, capaz de remover vírus e bactérias da água. A dificuldade de processamentos dos nanotubos de carbono, contudo, tornam aquele nanofiltro menos custo-efetivo.

EUA querem nave interestelar dentro de cem anos

Procura-se um projeto de nave interestelar cuja construção seja viável nos próximos cem anos.

Qualquer pessoa com uma ideia de como fazer isso acontecer - ou alguma objeção ética ou religiosa para não fazê-lo - tem até o dia 8 de julho para apresentar sua proposta.

O 100 Year Starship Study - estudo para uma espaçonave em 100 anos, em tradução livre - está sendo promovido pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançados dos Estados Unidos (DARPA)

Aonde ninguém jamais foi antes

O objetivo é explorar e pesquisar "todas as questões ligadas aos voos espaciais de longa distância e de longa duração."

Autores de ficção científica, engenheiros e biólogos trocaram ideias durante um simpósio preliminar realizado em Janeiro deste ano.

Durante o evento, o geneticista Craig Venter teria sugerido uma solução bem pouco emocionante para os candidatos a exploradores espaciais: enviar DNA humano fragmentado para remontagem em outro planeta.

Não consta que ele tenha indicado quem, ou o que, faria essa remontagem.

Será feita uma seleção dentre as novas ideias agora apresentadas, que serão discutidas em um simpósio a ser realizado, em Orlando, na Flórida, em setembro.

Brasileiros recebem patente por sistema de distribuição de filmes HD

Assistir vídeos na tela do computador com qualidade de vídeo HD.

Este é o diferencial do GloVe (Global Vídeo Environment), um sistema inovador de distribuição de vídeo digital sob demanda, em grande escala, que já rendeu duas patentes internacionais para a Coppe, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Desenvolvida pelos pesquisadores do Laboratório de Computação Paralela (LCP), a tecnologia inédita de administração e compartilhamento de vídeos é capaz de atender a um número ilimitado de pessoas, simultaneamente, com exibição individualizada.

Desenvolvido sob a coordenação do professor Cláudio Amorim, o GloVe pode ser instalado tanto em redes locais como na internet.

Tecnologia para distribuição de vídeo

Atualmente, a tecnologia para vídeo sob demanda em grande escala é baseada em solução de hardware.

Já o GloVe inova ao ser uma solução inteiramente criada em software, capaz de reduzir o custo de investimento por cliente, de 100 a 200 vezes, em comparação às soluções disponíveis no mercado.

"É uma excelente alternativa. Além das vantagens técnicas e econômicas, a nossa tecnologia inibe a pirataria, proporcionando maior segurança ao fornecedor de conteúdo," garante Cláudio Amorim.

Para colocar em prática a tecnologia, pesquisadores do Laboratório de Computação Paralela da Coppe, criaram a empresa BrStreams que, em 2006 ingressou na Incubadora de Empresas da instituição.

"Tornamos essa tecnologia um produto que já está disponível. As aplicações do sistema são variadas e os clientes potenciais são as distribuidoras de filmes, as redes de TV que distribuem conteúdo pela internet, ou mesmo as universidades que oferecem cursos de educação à distância", explica Lauro Whately, diretor da BrStreams.

O sistema já foi disponibilizado para o projeto Orla Digital, que oferece acesso gratuito à internet, banda larga, via wi-fi, aos frequentadores das orlas de Copacabana, Ipanema e Leblon.

Rede local ou rede mundial

Claudio explica que a proposta é disponibilizar conteúdo de qualidade para o usuário, seja de âmbito cultural, educacional e de entretenimento, com qualidade de imagem idêntica à transmitida pelas emissoras de TV.

O GloVe reduz a quantidade de tráfego gerado na rede de comunicação.

A forma de distribuição do conteúdo é uma das inovações que traz uma série de vantagens para o usuário. No caso de redes locais, por exemplo, um vídeo fica geralmente hospedado no servidor central. Caso o vídeo seja popular e milhares de pessoas acessem tal conteúdo a todo instante, há riscos de lentidão na transmissão ou mesmo de interrupções.

Com o GloVe, esses problemas são praticamente eliminados, porque o sistema recicla o fluxo e redistribui o conteúdo para os usuários.

"Ao acessar o vídeo, ele será transmitido a partir da memória do servidor local, e não mais exclusivamente do servidor central onde se encontra armazenado. A nossa metodologia permite que inúmeros servidores tenham o mesmo conteúdo mantido em suas respectivas memórias, sem ocupar muito espaço, e que o mesmo seja distribuído, de forma orquestrada, sem saturar a capacidade de transmissão. Também se aplica a infra-estrutura de grande escala, como internet, exigindo pouco investimento", explica Lauro.

Patentes

As duas patentes do GloVe foram concedidas pelo escritório de patentes dos EUA (USPTO), em 2009 e 2010.

A equipe do Laboratório de Computação Paralela da Coppe já havia conquistado uma patente internacional, em 2007, também concedida pelo USPTO, para um sistema de relógio global distribuído para clusters de computadores.

No momento, mais três sistemas desenvolvidos no laboratório da Coppe aguardam concessão no INPI e no escritório de patentes dos EUA e da Europa.

Cláudio Amorim chama atenção para o fato de que as três patentes foram concedidas na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). "Uma raridade no Brasil, que ainda está muito distante de países como Japão e EUA, que têm dominado o registro de patentes e a propriedade intelectual neste setor", ressalta o professor.

Astrônomos observam colisão de aglomerados de galáxias

Uma equipe de cientistas, incluindo dois brasileiros, estudou o aglomerado de galáxias Abell 2744, conhecido como Aglomerado de Pandora, e reconstruiu a história violenta e complexa deste aglomerado utilizando telescópios no espaço e no solo, incluindo o Very Large Telescope do ESO e o Telescópio Espacial Hubble.

O aglomerado Abell 2744 parece ser o resultado de uma junção simultânea de, pelo menos, quatro aglomerados de galáxias separados. Desta complexa colisão resultaram efeitos estranhos, que nunca antes tinham sido observados ao mesmo tempo.

Isto o torna um dos objetos cósmicos mais complexos e fascinantes já encontrados.

Quando grandes aglomerados de galáxias se chocam uns com os outros, o resultado é um tesouro de informação para os astrônomos.

Ao investigar um dos mais complexos e incomuns aglomerados em colisão no céu, a equipe internacional de astrônomos reconstruiu a história de uma colisão cósmica que ocorreu durante um período de 350 milhões de anos.

Trabalho de detetive

O estudo utilizou dados sobre o Abell 2744 analisados pelo professor Eduardo Serra Cypriano, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, em sua tese de doutorado, com orientação de Laerte Sodré Júnior, também do IAG.

"Tal como um detetive que, ao estudar uma colisão, descobre a causa de um acidente, nós podemos utilizar observações destes empilhados cósmicos para reconstruir os acontecimentos que se sucederam durante um período de centenas de milhões de anos. Este estudo revela-nos como se formam estruturas no Universo e como interagem diferentes tipos de matéria ao chocar uns com os outros," explicou Julian Merten, um dos cientistas líderes deste novo estudo.

"Demos-lhe o apelido de Aglomerado de Pandora devido aos fenômenos tão diferentes e estranhos que resultaram da colisão. Alguns destes fenômenos nunca tinham sido observados anteriormente," acrescenta Renato Dupke, outro membro da equipe.

O aglomerado Abell 2744 foi estudado com um nível inédito de detalhamento, combinando dados do Very Large Telescope do ESO (VLT), do telescópio japonês Subaru, do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA e do Observatório de Raios-X Chandra da NASA.

As galáxias do aglomerado são facilmente visíveis nas imagens do VLT e do Hubble.

Matéria escura

As galáxias, embora brilhantes, correspondem na realidade a menos que 5% da massa do aglomerado. O resto é gás (cerca de 20%), tão quente que brilha apenas em raios-X, e matéria escura (cerca de 75%), que é completamente invisível.

Para compreender o que ocorreu durante a colisão a equipe precisou de mapear as posições dos três tipos de matéria no Abell 2744.

A matéria escura é particularmente difícil de observar uma vez que não emite, absorve ou reflete radiação (daí o seu nome). Apenas se torna aparente através da sua atração gravitacional.

Para determinar a localização desta substância misteriosa a equipe utilizou o efeito conhecido como lente gravitacional. Trata-se da curvatura que sofrem os raios de luz de galáxias distantes quando passam através dos campos gravitacionais presentes no aglomerado.

O resultado é uma série de distorções observadas nas imagens de galáxias de campo nas observações do VLT e do Hubble. Ao analisar cuidadosamente a forma como estas imagens estão distorcidas, é possível mapear de modo muito preciso onde é que a massa escondida - e portanto a matéria escura - se encontra.

Para comparação, encontrar o gás quente no aglomerado é bem mais fácil, já que o Observatório de Raios X Chandra da NASA consegue observá-lo diretamente. Estas observações não são apenas cruciais para determinar onde se encontra o gás, mas também nos mostram os ângulos e as velocidades às quais as diferentes componentes do aglomerado se juntaram.

Fusão de aglomerados

Quando os astrônomos estudaram todos estes resultados descobriram muitos fenômenos curiosos. "O Abell 2744 parece ter-se formado a partir de quatro aglomerados diferentes envolvidos numa série de colisões durante um período de cerca de 350 milhões de anos. A distribuição irregular e complicada dos diferentes tipos de matéria é extremamente incomum e fascinante," diz Dan Coe, o outro autor principal do estudo.

Parece que a colisão complexa separou parte do gás quente e da matéria escura de tal maneira que estes se encontram atualmente afastados um do outro e também das galáxias visíveis.

O Aglomerado de Pandora combina vários fenômenos que apenas tinham sido observados de forma individual em outros sistemas.

Próximo do centro do aglomerado encontra-se uma "bala", onde o gás de um enxame colidiu com o de outro criando uma onda de choque. A matéria escura passou pela colisão sem ser afetada. Este efeito foi observado anteriormente em algumas colisões de aglomerados de galáxias, incluindo o "Aglomerado da Bala" original.

Em outra parte do aglomerado parece haver galáxias e matéria escura, mas nenhum gás quente. O gás pode ter sido varrido durante a colisão, deixando apenas um fraco rastro.

Estranho e fascinante

Estruturas ainda mais estranhas podem ser observadas nas regiões mais exteriores do aglomerado. Uma região contém muita matéria escura, mas nenhuma galáxia luminosa ou gás quente.

Um nódulo de gás difuso e isolado foi ejetado, o qual precede, em vez de seguir, a matéria escura associada. Esta distribuição enigmática pode estar dizendo aos astrônomos algo sobre como a matéria escura se comporta e como os vários ingredientes do Universo interagem entre si.

Os aglomerados de galáxias são as maiores estruturas no cosmos, contendo literalmente bilhões de estrelas. O modo como se formam e se desenvolvem através de colisões repetidas tem profundas implicações no nosso conhecimento do Universo.

Estão em progresso mais estudos do aglomerado de Pandora, o objeto em fusão mais complexo e fascinante já encontrado.

Fonte: ESO

Novas descobertas sobre o diabetes

Uma nova rota de sinalização que torna a célula beta liberadora de insulina mais sensível a altos níveis de glicose no sangue foi descoberta por pesquisadores da universidade sueca Instituto Karolinska.

Um segundo estudo, também inédito, revela um caminho possível para retardar a doença pela inibição de uma lipoproteína.

Acetilcolina

O primeiro estudo, publicado na revista Nature Medicine fornece novos insights sobre como as células beta reagem frente a concentrações elevadas de açúcar no sangue, que ocorrem, por exemplo, após uma refeição.

O estudo centrou-se na acetilcolina, um neurotransmissor chave na função da célula beta.

Embora a substância seja liberada pelos neurônios nos camundongos, os animais de laboratório mais utilizados nas pesquisas, o mecanismo humano não era claro até agora.

Estes novos resultados mostram que a acetilcolina no pâncreas humano é produzida pelas células alfa, que também produzem glucagon, o hormônio que aumenta os níveis de açúcar no sangue.

"O fato de que a acetilcolina tem um papel central a desempenhar na secreção eficaz da insulina em resposta a um aumento nos níveis de açúcar no sangue, e que agora entendemos como essa substância é liberada pelo pâncreas humano, torna esta via muito interessante do ponto de vista do tratamento do diabetes," diz o professor Per-Olof Berggren, coordenador da pesquisa.

Retardar o surgimento do diabetes

O segundo estudo, publicado na revista PNAS, também realizada pelos pesquisadores do Instituto Karolinska, apresenta um possível meio de retardar o surgimento do diabetes.

O diabetes tipo I coincide com altas concentrações da lipoproteína apolipoproteína CIII (Apo CIII) no sangue.

A equipe já demonstrou em ratos, que desenvolvem uma forma de diabetes tipo I semelhante à da espécie humana, que os níveis de Apo CIII sobem antes do início da doença, e que isso causa a morte das células beta produtoras de insulina.

Reduzindo a produção de Apo CIII, os pesquisadores conseguiram atrasar significativamente o aparecimento do diabetes - os ratos demoraram o dobro do tempo para desenvolver a doença.

A equipe conclui que um aumento nos níveis Apo CIII é um precursor significativo do diabetes.

Eles agora esperam que o início da doença possa ser adiado em indivíduos na zona de risco para diabetes tipo I, por meio da redução da concentração de Apo CIII em seu sangue.

Célula no olho humano detecta campo magnético da Terra

Um estudo realizado por cientistas nos Estados Unidos sugere que uma proteína presente no olho humano pode atuar como uma "bússola", ajudando as pessoas a se orientarem em relação ao campo magnético da Terra.

No experimento, os estudiosos da Universidade de Massachusetts retiraram de moscas da espécie Drosophila melanogaster proteínas chamadas criptocromos, que cientistas já haviam associado à sensibilidade que a mosca e outros animais, como aves migratórias, têm ao campo magnético terrestre.

Sem as proteínas, as moscas não manifestam a habilidade de navegação com base no campo magnético. Mas quando elas receberam as proteínas retiradas do olho humano, voltaram a ter essa capacidade.

A pesquisa, liderada pelo cientista Steven Reppert e divulgada na publicação científica Nature Communications, reacende a discussão sobre se os humanos, assim como moscas e aves migratórias, também são sensíveis ao campo magnético da Terra no que se refere à orientação.

Bússola humana

As proteínas criptocromo estão presentes, em uma de suas duas variedades principais (criptocromo-1, a produzida pela Drosophila melanogaster, e criptocromo-2, encontrada nos humanos), em cada animal do planeta.

Elas teriam ligação, por exemplo, com o chamado "relógio biológico" dos humanos e de outros animais.

Também já era conhecida a faculdade da proteína de regular a orientação de animais, como borboletas e aves migratórias. A grande descoberta desta pesquisa é que essa proteína presente nos humanos cumpriu a mesma função quando transplantada nas moscas.

Sensibilidade ao campo magnético da Terra

Nos anos 1980, um estudo do cientista Robin Baker, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, concluiu por meio de experimentos com milhares de voluntários que os humanos são, sim, sensíveis ao campo magnético da Terra.

O mecanismo que define essa sensibilidade e permite a orientação nunca foi, no entanto, descoberto. Nos anos seguintes, outros pesquisadores repetiram os experimentos, mas chegaram a conclusões contraditórias.Link

Ainda que já se saiba que a proteína criptocromo está por trás do senso de orientação em animais, ainda não se conhece o seu mecanismo exato de funcionamento.

Segundo Steven Reppert, a dificuldade maior em provar que os seres humanos também têm sensibilidade aos campos magnéticos do planeta é que nós não nos damos conta se isso acontece ou não.

"Eu ficaria muito surpreso se não tivermos esse sentido (sensibilidade ao campos magnéticos da Terra)", diz o cientista. "Ele ocorre em vários outros animais. Acho que a questão é mostrar como usamos isso."

Fonte: BBC

quinta-feira, 23 de junho de 2011

REVISTAS: Amateur Photographer: 18 June 2011 UK

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REVISTAS: Practical Photoshop: July 2011

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LIVROS: Wiley: Twitter Marketing For Dummies 2011

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

LIVROS: Elsevier: Basics of Information Security 2011

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Onde eletrônica, spintrônica e computação quântica se encontram

A miniaturização dos componentes eletrônicos está chegando a um nível que está se tornando difícil construir ferramentas para fabricá-los.

Como essa tendência não mostra sinais de reversão, o problema seguirá na contramão das dimensões dos componentes: quanto menores os componentes, maiores serão as dificuldades.

É por isto que os cientistas estão apostando na chamada automontagem: processos por meio dos quais os próprios componentes constroem a si próprios por meio de reações moleculares.

Um exemplo notável dessa abordagem acaba de ser demonstrado por cientistas do Instituto Karlsruhe de Tecnologia, na Alemanha, que criaram uma rota sintética que imita um processo da natureza para controlar moléculas magnéticas individuais.

Além de produzir componentes úteis para a tecnologia eletrônica atual, ao lidar com a dimensão das moléculas os pesquisadores superam fronteiras para áreas ainda pouco exploradas, como a Spintrônica e a computação quântica, onde as leis da física clássica dão lugar às muitas vezes esquisitas leis da mecânica quântica.

Componente orgânico

Mario Ruben e seus colegas aplicaram adesivos sintéticos a moléculas magnéticas de tal forma que estas grudaram sozinhas nas posições corretas de um nanotubo de carbono, sem qualquer intervenção por parte dos cientistas.

Na natureza, as folhas crescem através de um processo de auto-organização similar.

A adoção desse princípio - o biomimetismo - para a fabricação de componentes eletrônicos representa uma verdadeira mudança de paradigma em relação à técnica tradicional de fabricação de semicondutores, baseada na fotolitografia.

Ao contrário dos componentes eletrônicos convencionais, o novo componente molecular não é feito com materiais como metais, ligas ou óxidos, mas inteiramente dos chamados materiais moles, tais como os nanotubos de carbono e moléculas - que fundamentam uma nova área de pesquisas, conhecida como eletrônica orgânica.

Integração final

O térbio é o único átomo de metal usado no dispositivo. Contudo, mesmo esse metal magnético está incorporado no material orgânico, como parte da molécula.

O térbio é altamente sensível a campos magnéticos externos. A informação sobre a maneira como esse átomo se alinha ao longo de tais campos magnéticos é transferida para a corrente que flui através do nanotubo, onde pode ser medida.

Essa possibilidade de interagir eletricamente com moléculas magnéticas individuais abre um mundo completamente novo para a spintrônica, onde memória, lógica e, possivelmente, a lógica quântica, podem ser integradas.

Descoberta maior corrente elétrica do Universo

Um jato cósmico a dois bilhões de anos-luz de distância está transportando a mais alta corrente elétrica já observada pelo homem: 1018 Ampères, ou um exa-Ampère.

Estima-se que isso seja equivalente a 1 trilhão de raios que caíssem simultaneamente - com a diferença que a corrente cósmica é duradoura.

Philipp Kronberg e seus colegas da Universidade de Toronto, no Canadá, mediram o alinhamento das ondas de rádio ao longo de uma galáxia conhecida como 3C303, que possui um jato gigante de matéria sendo disparado a partir de seu centro.

Eles observaram uma súbita mudança no alinhamento das ondas de rádio que coincide com o jato.

"Esta é uma assinatura inequívoca de uma corrente," disse Kronberg.

Buraco negro colosssal

A equipe acredita que a corrente está sendo gerada pelos campos magnéticos de um buraco negro colossal no centro da galáxia.

Esse raio galáctico é forte o suficiente para iluminar o jato de matéria e dirigi-lo através dos gases interestelares por uma distância de 150.000 anos-luz.

Equipe de robôs explora e mapeia locais desconhecidos

Todas as vezes em que se anuncia que robôs entraram em operação em alguma situação de emergência, tudo o que se vê são veículos guiados por operadores humanos por meio de um controle remoto.

Apesar de todos os avanços recentes na robótica, e de todas as ideias promissoras na área, o fato é que, na prática, os robôs têm demonstrado pouca ou nenhuma inteligência.

Henrik Christensen, do Instituto de Tecnologia da Georgia, nos Estados Unidos, acredita que não precisará ser assim por muito mais tempo.

Ainda que, para isso, seja necessário criar uma geração intermediária de robôs, ainda não exatamente capazes de resolver uma situação de emergência por si sós, mas suficientes para oferecer um mapeamento rápido do local, que possa tornar mais eficaz e mais segura a atuação das equipes humanas.

Robôs mapeadores

Os robôs criados pela equipe do Dr. Christensen são uma espécie de batedores, capazes de entrar em uma área desconhecida e traçar um mapa do local - e isto autonomamente, sem controle remoto e sem serem guiados por um operador humano.

Trabalhando sozinhos e comunicando-se somente uns com os outros, os pequenos veículos robóticos dividem entre si uma variedade de tarefas de exploração e, em poucos minutos, transmitem um mapa detalhado da área para a equipe humana.

O projeto MAST (Micro Autonomous Systems and Technology) não pretende parar nos veículos terrestres: o objetivo é criar robôs que possam rolar, pular, escalar ou voar em qualquer situação, carregando sensores que capturam e transmitem informações críticas para as equipes humanas.

Um objetivo secundário é tornar esses robôs cada vez menores: enquanto os primeiros protótipos agora apresentados medem até 30 centímetros de largura, a equipe já está trabalhando em versões que cabem na palma da mão.

Sensores dos robôs

O trabalho multidisciplinar está dividido em quatro equipes: integração, microeletrônica, mecânica de microssistemas e processamento para a operação autônoma.

Os robôs fazem o mapeamento usando dois tipos de sensores - uma câmera de vídeo e um escâner a laser. Dotada de seus próprios recursos computacionais, a câmera localiza portas e janelas, enquanto o escâner mede as paredes.

Um sensor inercial ajuda a estabilizar o robô e fornece informações sobre seu movimento.

Os dados dos sensores são integrados para formar um mapa da área, que é desenvolvido por cada robô usando uma técnica chamada SLAM (Simultaneous Localization And Mapping - localização e mapeamento simultâneos).

A abordagem SLAM permite que um veículo autônomo crie um mapa de qualquer ambiente, conhecido ou desconhecido, além de monitorar a área e relatar sua própria localização em tempo real.

A técnica SLAM é importante especialmente em áreas onde o sistema de GPS não alcança, como é comum acontecer em áreas de desastres, sobretudo no interior de edifícios - o próprio robô mantém um controle de sua posição.

Princípio inteligente

"Não há um robô líder, e ainda assim cada unidade é capaz de recrutar outras unidades para certificar-se que toda a área é explorada," explica Christensen. "Quando o primeiro robô chega a um cruzamento, ele diz a um segundo robô, 'Eu estou indo para a esquerda, você vai para a direita.'"

Christensen afirma que as habilidades dos robôs deverão se expandir para além do mapeamento em breve.

Uma versão já em desenvolvimento vai contar com um minúsculo radar, capaz de ver através das paredes e detectar objetos - ou seres humanos - por trás delas.

Os sensores infravermelhos também ajudarão nas missões de busca, localizando qualquer coisa que emita calor.

Outro desenvolvimento é uma espécie de bigode sensível, imitando o bigode dos ratos, capaz de sentir a proximidade das paredes e dos obstáculos mesmo no escuro total.

Primeiro dispositivo auto-alimentado com transmissão wireless

A equipe do Dr. Zhong Lin Wang, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, vem trabalhando em nanogeradores há anos, materiais que estão ajudando a viabilizar um outro conceito, o de colheita de energia.

Agora ele e seus colegas uniram diversos dispositivos funcionais demonstrados individualmente para criar um nanocircuito eletrônico que produz sua própria energia e transmite seus dados por conexão sem fios.

O dispositivo comprova a viabilidade de um gênero futurista de minúsculos sensores médicos implantáveis, aparelhos eletrônicos de vestir, roupas inteligentes e outros equipamentos que operam de forma independente, sem precisar de baterias, coletando sua energia a partir do ambiente.

Auto-alimentado e sem fios

Os pesquisadores explicam em seu artigo na revista Nano Letters que os avanços na eletrônica abriram as portas para o desenvolvimento de dispositivos que usam pequenas quantidades de eletricidade.

Essa energia pode ser colhida a partir da pulsação de um vaso sanguíneo, de uma brisa suave, das vibrações de uma rua ou dos movimentos de uma pessoa ao caminhar.

"Nós demonstramos o primeiro sistema auto-alimentado abastecido por um nanogerador, que funciona sem fios e de forma independente, com a transmissão de dados de longa distância", explicam os cientistas.

Nanogerador

O nanogerador é uma pequena barra oscilante construída com uma estrutura com várias camadas.

Um substrato flexível de polímero é recoberto por cima e por baixo com filmes texturizados com nanofios de óxido de zinco (ZnO), um material piezoelétrico que produz eletricidade quando tensionado.

Por cima do filme de ZnO são colocados os eletrodos, responsáveis por transferir a eletricidade gerada.

"Quando esticado a 0,12%, com uma taxa de deformação de 3,56%, a tensão de saída medida atingiu 10 V, e a corrente de saída superou 0,6 microA (uma densidade de potência correspondente a 10 mW/cm3," afirmam os cientistas.

Sem fios

O gerador piezoelétrico foi acoplado a um nanocircuito constituído por um capacitor para armazenamento da energia, circuito de retificação, sensor e um transmissor de rádio para enviar os dados.

"Os sinais wireless transmitidos pelo sistema foram detectados por um rádio comum comprado no comércio a uma distância de 5-10 metros," informaram os pesquisadores.

Cannabis atua no alívio da ansiedade provocada por trauma

Um componente químico da maconha mostra cada vez mais potencial de se transformar em aliado no tratamento das sequelas emocionais deixadas pelo trauma.

Experimentos indicam que o canabidiol, um dos mais de 80 constituintes da Cannabis sativa, pode ajudar no tratamento de indivíduos que sofrem de ansiedade provocada por experiência traumática.

Resultados positivos têm sido obtidos em pesquisas desenvolvidas junto ao Laboratório de Psicofarmacologia, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Os estudos com animais em laboratório resultaram em artigos científicos publicados em importantes periódicos internacionais, como o European Neuropsychopharmacologye.

Trauma

Nestas pesquisas os animais recebem um choque moderado nas patas, simulando uma situação traumática.

Quando são novamente expostos ao ambiente de condicionamento, relembram a situação e expressam uma reação de medo, caracterizada por imobilidade e conhecida como congelamento. Registrando o tempo de congelamento, os pesquisadores avaliam a intensidade do medo provocado pela lembrança do trauma.

O coordenador dos estudos, professor Reinaldo Takahashi, explica que é semelhante ao que acontece com uma pessoa que foi assaltada numa determinada rua da cidade e fica com medo sempre que tem que passar por ali. Ou ao medo sentido por uma pessoa que foi atropelada. toda vez que ouve uma freada de carro.

Terapia de exposição

Segundo ele, em uma perspectiva terapêutica, a maneira mais eficaz de se reduzir o medo em animais de laboratório consiste em realizar sucessivas exposições ao ambiente de condicionamento. Assim os animais se adaptam à situação e reaprendam que aquele local deixou de ser ameaçador.

Em humanos, este tratamento é chamado de terapia de exposição e funciona mais ou menos da mesma forma.

"Os principais resultados de nossos estudos demonstraram que o canabidiol facilita esse processo de reaprendizado emocional, tornando a exposição terapêutica muito mais eficiente e com efeitos prolongados", explica o professor Takahashi.

Função ansiolítica

A pesquisa indica que o canabidiol poderia ser associado a tratamentos psicológicos como a terapia comportamental, ajudando a atenuar traumas.

Além disso, o canabidiol reduziu a ansiedade dos animais que passaram pelo processo de condicionamento.

A avaliação faz a equipe supor que esse constituinte da maconha funciona como um ansiolítico, o medicamento que combate a ansiedade.

A vantagem é que o canabidiol possui características mais interessantes do que as substâncias benzodiazepínicas comumente usadas nesta terapia e que podem ter entre seus efeitos colaterais dependência, sonolência excessiva, piora da memória, tonturas e zumbidos.

Outra vantagem sinalizada pelos estudos realizados na UFSC é que o canabidiol também não provoca efeitos típicos da maconha, como falhas na memória recente, taquicardia, boca seca, incoordenação motora, agitação e tosse.

Esses sintomas são causados principalmente por outro canabinoide, o conhecido tetrahidrocanbinol (THC). "Então, além de ser terapêutico, estima-se que se o canabidiol for utilizado como medicamento, terá poucos efeitos colaterais", complementa o professor.

Reaprendizado emocional

Os estudos desenvolvidos na UFSC auxiliam também na compreensão da fisiologia do cérebro, dos processos cerebrais relacionados à retomada da memória traumática e ao consequente reaprendizado emocional.

Dando continuidade aos experimentos, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da UFSC Rafael Bitencourt, orientando do professor Reinaldo Takahashi, aprofundou as pesquisas e obteve resultados importantes.

Seus estudos sugerem que há uma interação entre o sistema responsável por parte das respostas ao estresse, o sistema corticosteróide, e o sistema endocanabinoide, que ocorre no decorrer do processo de reaprendizado.

O primeiro está relacionado a hormônios que possuem um papel importante na regulação do metabolismo e o segundo, o sistema endocanabinoide, é formado por mensageiros cerebrais produzidos pelo próprio organismo e que parecem ter evoluído como parte da comunicação entre os neurônios (uma espécie de "fábrica natural" de maconha que os vertebrados possuem).

"Um determinado nível de estresse diante de uma situação traumática é necessário para que ocorra liberação de substâncias no nosso cérebro, levando à indução da produção dos endocanabinoides. Estes endocanabinoides facilitariam o processo de reaprendizado emocional, impedindo ou amenizando as chances de uma pessoa desenvolver um trauma", explica Rafael.

Memória traumática

Para os pesquisadores, o melhor entendimento do processo de reaprendizado emocional em situações potencialmente traumáticas pode facilitar a procura por condutas terapêuticas para aqueles indivíduos que desenvolvem algum transtorno relacionado à persistência de uma memória traumática.

O conhecimento sobre os endocanabinoides também pode ajudar na concepção de terapias que aproveitem as propriedades terapêuticas da maconha.

"O futuro dirá se os canabinoides um dia passarão de substâncias proibidas a aliados no tratamento das sequelas emocionais deixadas pelo trauma", complementa o professor Takahashi.

Energia de luz focalizada destrói tumores

Um novo tipo de tratamento, que destrói células cancerosas através do calor, está trazendo esperança a pacientes que, antes, tinham poucas opções.

Os médicos da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, estão entre os primeiros a usar a ablação a laser, guiada por imagens de ressonância magnética (IRM), para aquecer e destruir tumores no fígado, rim e próstata.

"Com a ablação a laser, podemos alvejar com precisão os tumores e matá-los, sem danificar o resto de um órgão", diz o radiologista intervencionista Eric Walser. "Acreditamos que existem vários usos potenciais para essa técnica, o que é muito estimulante", afirma.

Ablação a laser

Na ablação a laser, uma pequena agulha é inserida no tumor. A energia da luz é transmitida através da agulha até o tumor para destruí-lo.

Esse procedimento ambulatorial é realizado com a orientação de um aparelho de IRM, que pode monitorar com precisão a temperatura dentro e em volta do tumor. Quando o tumor e uma pequena porção do tecido circundante (que pode conter células cancerosas) são aquecidos até o ponto de destruição, o laser é desligado.

De acordo com o radiologista, é a combinação do laser com o IRM que garante o sucesso desse tipo de tratamento.

"Com um aparelho de IRM, somos capazes de localizar com exatidão as lesões e observar no monitor a destruição delas. Podemos concentrar o laser precisamente no tumor, pela quantidade exata de tempo, deixando os órgãos ao redor incólumes", ele afirma.

Anestesia geral

Eric Walser lidera os esforços para o uso da ablação a laser no combate a tumores no rim e no fígado, enquanto adapta o procedimento para destruir tumores no pulmão, tireóide e ossos. Até agora, cerca de 15 pacientes já foram submetidos à ablação a laser.

"Os candidatos mais indicados para esse procedimento são os pacientes com um tumor solitário ou com um câncer metastático que ainda está confinado a um órgão", ele explica.

Tumores com 5 centímetros de diâmetro ou menores são mais receptivos a esse tipo de tratamento. Tumores maiores são, normalmente, tratados com quimioterapia ou radioterapia. Como o procedimento é realizado dentro de um aparelho de IRM, os pacientes com marcapassos ou outros implantes metálicos não são candidatos a esse procedimento.

Os pacientes são submetidos a anestesia geral, para impedi-los de se mover enquanto os feixes de laser estão ativos, o que dura apenas 2,5 minutos, aproximadamente, no caso de tumores no fígado e no rim. Muitos pacientes podem voltar para casa no mesmo dia. Podem sentir alguma dor no local e sintomas parecidos ao da gripe, porque o corpo está absorvendo o tecido destruído. Efeitos colaterais desaparecem em uma semana, normalmente.