sábado, 28 de julho de 2012

Black Hat: Pesquisador demonstra como hackear smartphones por NFC

Na conferência Black Hat em Las Vegas, na quarta-feira (25/7), o pesquisador da Accuvant Labs Charlie Miller mostrou como ele descobriu uma maneira de invadir tanto o Samsung Nexus S e Nokia N9 por meio da capacidade de Comunicação de Campo Próximo (NFC) dos smartphones.

O NFC ainda é novo, mas está começando a ser adotado em smartphones, particularmente para realizar compras. O experimento que Miller fez, demonstrado no evento, mostrou que é possível iniciar uma transferência via NFC para compartilhar conteúdo entre smartphones com a intenção de fazer hacks como se aproveitar de falhas para travar smartphones ou até mesmo ler arquivos no aparelho.

"Sou capaz de ler todos os arquivos", disse Miller sobre como ele fez para invadir o Nokia N9, enquanto o seu dispositivo caseiro ficava em uma distância muito próxima ao smartphone-alvo. "Eu posso fazer chamadas telefônicas, também." Segundo Miller, As vulnerabilidades identificas no Nexus S foram localizadas na interface do navegador. O NFC funciona apenas quando os dispositivos estão bem próximos - não poderia ser utilizado para atacar de qualquer distância.

Miller disse que seus esforços envolveram nove meses de experimentos com técnicas chamadas de "fuzzing" - técnica utilizada para testar segurança em softwares e sistemas de computador -, e a ajuda de amigos e colegas pesquisadores. Ele disse que planeja liberar sua ferramenta para ajudar com os testes de implementações de NFC, "já que não há realmente nenhuma que faça isso atualmente".

Fonte: IDG Now!

Dispositivo hacker é capaz de abrir milhões de fechaduras em hotéis

Se você estiver hospedado em um hotel, pode ser uma boa idéia verificar o fabricante da sua fechadura. Um hacker revelou um método que permite que um dispositivo de hardware bastante simples destrave fechaduras fabricadas pela Onity.

Cody Brocious, desenvolvedor de software da Mozilla, descobriu recentemente duas vulnerabilidades dentro de fechaduras Onity. Brocious afirmou que foi capaz de explorar essas falhas com um dispositivo que lhe custou 50 dólares para ser construído. Ele apresenta esquemas open source e está disponível na web. O hacker apresentará suas descobertas na conferência de segurança Black Hat, em Las Vegas, esta semana.

A Onity disse a PCWorld que está ciente do trabalho de Brocious, mas não quis comentar o assunto até que possa analisar informações adicionais sobre o hack. "A Onity está preparada para enfrentar possíveis problemas por conta dessa apresentação," um porta-voz.

As fechaduras fabricadas pela empresa são encontradas em quatro e cinco milhões de portas de quartos de hotéis em todo o mundo. O dispositivo de Brocious se conecta à porta DC, no exterior da fechadura.

"Parece uma porta padrão de alimentação DC, que você veria em algo como um roteador", disse Brocious. Quando o dispositivo está conectado e ligado, ele irá, em teoria, desbloquear a porta. O truque simula um recurso usado por operadores de salas de hotéis para programar fechaduras para aceitar certas chaves-mestras.

O dispositivo lê a memória da fechadura, obtém as informações de chaves criptográficas, e, em seguida, envia essa informação para a fechadura da porta, permitindo que o hacker entre no quarto.

Brocious explicou que a informação-chave é facilmente acessível e não está protegida, permitindo assim que seu dispositivo chegue até ela tão facilmente.

Ainda assim, o hack não funciona todas as vezes. Nos testes realizados para a Forbes Magazine, Brocious só foi capaz de abrir uma das três fechaduras Onity em um hotel de Nova Iorque, e somente depois de tentar duas vezes, a porta foi finalmente desbloqueada. O problema parece surgir no momento em que o dispositivo se comunica com a fechadura.

Independentemente disso, a questão é séria o suficiente para causar preocupação para os operadores de quartos de hotel. Roubo a quartos já é algo com que eles têm que lidar regularmente: se um dispositivo como este cai em mãos erradas, os ladrões serão ainda mais eficientes.

Fonte: IDG Now!

Baterias de ar-lítio recebem uma nova carga

Cientistas têm demonstrado enormes esperanças em relação às baterias de ar-lítio, que poderiam finalmente impulsionar os veículos elétricos.

Uma bateria de ar-lítio pode seguramente armazenar 10 vezes mais energia do que as melhores baterias de íons de lítio disponíveis no mercado atualmente - alguns cálculos teóricos fazem estimativas muito mais promissoras.

Em vez de usar óxidos metálicos no eletrodo positivo, as baterias de ar-lítio usam carbono, que é mais leve e mais barato, e reage com o oxigênio do ar ambiente para produzir uma corrente elétrica.

O problema é que todos os protótipos têm-se mostrado extremamente instáveis, deteriorando-se após alguns poucos ciclos de carga e descarga.

Bateria de ar-lítio estável
 
Mas uma nova esperança está descrita em um artigo que chamou a atenção dos editores da revista Science.

A equipe do Dr. Peter Bruce, da Universidade de St.Andrews, no Reino Unido, um grupo que é pioneiro nesse campo, afirma ter construído a primeira bateria de ar-lítio estável.

Eles substituíram o material à base de carbono usado no catodo por um outro material, contendo nanopartículas inertes de ouro.

A equipe também substituiu o eletrólito, que antes era feito de policarbonatos ou poliéteres, por um solvente chamado DMSO (dimetilsulfóxido), que estudos anteriores demonstraram ser menos sujeito a reagir com o catodo.

A nova receita funcionou: as baterias suportaram 100 ciclos de carga e descarga, com uma perda de potência de apenas 5%.

"Os resultados são muito encorajadores ao mostrarem que nem tudo está perdido" na tentativa de viabilizar aquele que seria o primeiro passo importante na tecnologia das baterias em muitos anos, comentou a química Linda Nazar, ouvida pela revista.

Mais trabalho

Talvez o mais importante nesse resultado seja que a pesquisa mostrou que é possível trabalhar com componentes muito diversos daqueles dos protótipos iniciais, mas mantendo os ganhos da tecnologia.

Por outro lado, também não se pode dizer que os pesquisadores tenham obtido uma solução pronta para ir ao mercado.

O primeiro problema é que o ouro é pesado e caro, dois elementos aos quais as baterias são muito sensíveis.

Além disso, a Dra. Nazar acrescentou que o DMSO pode reagir com o próprio lítio metálico no anodo, destruindo o eletrólito, o que representaria uma barreira para se atingir o número mágico de 1.000 ciclos de carga e descarga, que é o valor nominal para as baterias de íons de lítio.

"Assim, ainda que os novos resultados sejam animadores para a área, um trabalho considerável ainda terá que ser feito para tornar as baterias de lítio-ar uma tecnologia do mundo real," concluiu o parecerista da Science.

Chip quântico demonstra poder da nanofabricação

O primeiro processador quântico a chegar ao mercado levantou controvérsias, e foram necessários anos para que a comunidade científica reconhecesse que ele realmente "tem lá o seu lado quântico".

Isto porque ele ainda está bastante distante daquilo que se espera de um "processador totalmente quântico", tanto em termos de projeto, quanto em termos de desempenho.

Mas a cavalaria já está chegando.

Plataforma quântica

Engenheiros do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido acabam de construir o primeiro chip capaz de manter múltiplos qubits operando conjuntamente.

Os pesquisadores incorporaram em um chip de silício uma plataforma de aprisionamento de bits quânticos baseados em íons - ou qubits iônicos - um dos tipos mais promissores de qubits em estudo atualmente, sobretudo porque porque ser operados em dispositivos de estado sólido.

Segundo a equipe, o chip poderá se tornar um processador quântico capaz de lidar simultaneamente com centenas de qubits.

Usando outro tipo de qubit, uma equipe austríaca conseguiu recentemente aprisionar 64 qubits, mas conseguiu ativar simultaneamente apenas 14 deles. Para se ter ideia, um simulador quântico de 350 qubits teria capacidade para calcular 10100 estados diferentes.

Nanofabricação 3D

O avanço agora obtido não pertence ao campo da computação quântica propriamente dita, sendo mais propriamente um feito notável nas técnicas de nanofabricação.

Embora já tenham sido demonstrados vários tipos de armadilhas para manter os íons isolados do ambiente, todos se baseavam em estruturas bidimensionais de eletrodos.

O novo chip, contudo, usa uma estrutura 3D, que possui duas vantagens cruciais: ela pode ser ampliada continuamente, para acomodar um número virtualmente ilimitado de qubits, e permite a manipulação muito mais livre e precisa de cada qubit individualmente.

Até agora, essas duas características vinham-se mostrando excludentes, sobretudo por deficiências nas técnicas de fabricação.

A equipe britânica usou técnicas de fabricação de componentes semicondutores, aplicando-as a uma pastilha híbrida de silício e óxido de silício.

Várias aplicações

O chip é uma plataforma customizável e altamente flexível, com várias aplicações possíveis.

"O chip poderá ser a base de um futuro relógio atômico, essencial para serviços de localização, temporização e navegação, ou mesmo a base de um futuro processador quântico baseado em íons, para uso em um computador quântico ou em redes quânticas de informações," disse Alastair Sinclair, membro da equipe.

Criptografia neurocientífica gera senha que você usa sem conhecer

Mesmo os mais sofisticados sistemas de segurança eletrônica podem ser desmontados forçando alguém a revelar uma senha.

Mas que tal se as informações sensíveis pudessem ser armazenadas em seu cérebro de tal forma que você não pudesse acessá-las conscientemente, não importando o quanto você tentasse?

Essa é a promessa de uma nova técnica que combina a criptografia com a neurociência.

Nos testes iniciais, os voluntários aprenderam uma senha, e a utilizaram posteriormente para passar por um teste, mas não conseguiram lembrar e verbalizar a senha quando isso lhes foi solicitado.

Aprendizado implícito

O sistema é baseado na aprendizagem implícita, um processo pelo qual é possível aprender um padrão inconscientemente.

Hristo Bojinov, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, projetou um jogo no qual os jogadores interceptam a queda de objetos pressionando uma tecla. Os objetos aparecem em uma de seis posições, cada uma correspondendo a uma chave diferente.

Sem que os jogadores o saibam, as posições dos objetos não são sempre aleatórias.

Dentro do jogo está escondida uma sequência de 30 posições sucessivas, que é repetida mais de 100 vezes durante os 30 a 45 minutos que dura o jogo.

Os jogadores cometem menos erros quando se deparam com esta sequência de rodadas sucessivas, e esse aprendizado persistiu quando os jogadores foram testados novamente, duas semanas depois.

Isso mostra que o jogo pode formar a base de um sistema de geração de senhas por aprendizagem implícita: cada usuário aprenderia uma sequência exclusiva em uma sessão inicial, sem conhecer conscientemente essa sequência.

E, o que é crucial para a segurança, estudos anteriores já demonstraram que as pessoas não conseguem recitar as sequências aprendidas desta forma.

Tortura criptográfica

Um invasor pode tentar descobrir a sequência forçando o titular da senha a jogar um jogo similar, e esperando para ver quando ele comete menos erros.

Contudo, como a sequência é composta por 30 teclas pressionadas em seis posições diferentes, as chances de remontar a sequência autêntica são muito baixas.

Os pesquisadores estimam que 100 usuários, jogando sem parar durante um ano, teriam menos de 1 em 60.000 chances de extrair a sequência verdadeira.

Fragilidades e aplicações
 
Por outro lado, o sistema compartilha a fragilidade de outros sistemas de segurança, que podem ser quebrados invadindo não o sistema de geração de senhas, mas o sistema utilizado para autenticar os usuários.

Por isto, Bojinov afirma que é mais provável que sua criptografia neurocientífica encontre aplicações em cenários de alto risco, quando o detentor da senha precisa de estar fisicamente presente, como para obter acesso a instalações críticas, como usinas nucleares.

Fonte: New Scientist

Fotografia termal mostra nível de gordura boa no corpo

Pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, descobriram uma técnica inovadora para detectar a gordura marrom no corpo.

Também chamada de "gordura boa", a gordura marrom ganhou recentemente uma companheira, a gordura bege, que também é capaz de queimar energia, em vez de armazená-la.

A Dra. Helen Budge e seus colegas descobriram que não é necessário fazer exames invasivos ou coletas de tecidos para ver quanto uma pessoa possui de gordura boa.

Basta fazer uma fotografia que mostra o calor do corpo, usando o chamado imageamento termal, um tipo de câmera normalmente usado para vigilância e para observações científicas.

Reservas de gordura boa

Como é queimadora de energia, a gordura marrom gera 300 vezes mais calor do que o tecido adiposo comum - isso é mais calor do que qualquer outro tecido no corpo.

Assim, fazendo uma imagem termal - uma imagem que mostra o calor emanado do corpo - é possível medir com precisão a quantidade de gordura marrom presente no organismo.

Quanto mais gordura marrom uma pessoa possui, menor é a chance de que ela transforme o alimento em novas reservas de gordura e ganhe peso.

Índice termogênico

"Esta técnica completamente não-invasiva poderá desempenhar um papel crucial na nossa luta contra a obesidade.

"Potencialmente, poderíamos adicionar um índice termogênico aos rótulos dos alimentos para mostrar se o produto vai aumentar ou diminuir a produção de calor na gordura marrom.

"Em outras palavras, se o alimento vai acelerar ou diminuir a quantidade de calorias que queimamos," disse o professor Michael Symonds, principal autor do estudo.

Os pesquisadores afirmam que agora vão usar sua nova técnica para investigar intervenções destinadas a promover a queima de energia na forma de calor, por sua vez impedindo o ganho de peso, tanto em crianças como em adultos.

Celular faz exame para anemia sem picada para retirar sangue

Um grupo de estudantes de engenharia desenvolveu uma técnica que torna o telefone celular capaz de detectar anemia em uma pessoa, sem precisar coletar seu sangue.

O exame indolor e não-invasivo é feito na hora.

O objetivo do dispositivo, batizado de HemoGlobe, é prover uma forma rápida, barata, e não-invasiva, para detectar a anemia em comunidades carentes, que não têm acesso aos exames tradicionais.

Análise da hemoglobina por luz

Em vez de uma picada para retirar o sangue, o aparelho usa um sensor que ilumina a pele com diferentes cores de luz.

A reflexão da luz indica os níveis de hemoglobina presentes no sangue.

A leitura do sensor é interpretada por um programa que roda no telefone celular.

O resultado aparece na tela, na forma de um código de cores, indicando os casos de anemia, de inexistente a ameno, moderado ou grave.

Após cada exame, o celular pode enviar automaticamente uma mensagem de texto com os resultados para um servidor central, que produz um mapa em tempo real mostrando as áreas onde a anemia é mais prevalente.

Anemia no celular

Soumyadipta Acharya, pesquisador da Universidade Johns Hopkins (EUA), afirma que o sistema para exame de anemia baseado no celular poderia ser fabricado industrialmente a um custo entre US$10 e US$20.

"Esse dispositivo tem potencial para virar o jogo," afirmou Acharya. "Ele poderia equipar milhões de trabalhadores na saúde ao redor do globo, detectando com rapidez e segurança essa condição, principalmente em mulheres e recém-nascidos."

"A equipe percebeu que cada agente comunitário de saúde já leva um computador poderoso no bolso - seu telefone celular," disse Acharya. "Então, nós não tivemos que construir um computador para o nosso aparelho de exames, e não tivemos que projetar uma tela. Nosso dispositivo de baixo custo usará os celulares dos trabalhadores de saúde para estimar e relatar os níveis de hemoglobina."

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brasileiro propõe novo controlador de freios ABS

Em um mundo em que quase tudo é automatizado, a maioria das pessoas dá por garantido o funcionamento desses "automatismos".

Contudo, por trás de cada aparelho, do forno de microondas ao piloto automático de um avião, existem programas de computador dizendo aos aparelhos o que eles devem fazer em cada situação.

"Tudo o que é automatizado requer um processo de controle e para isso é necessário um grande suporte da matemática," explica Tiago Roux de Oliveira, autor de um estudo realizado na Coppe/UFRJ - atualmente ele é professor da UERJ.

O que Tiago fez foi criar um novo algoritmo que permite a elaboração de processos de controle mais simples, mais eficazes e com uma resistência muito maior a falhas e variações imprevistas no processo.

Em tese, o projeto de um controlador eletrônico para automatizar um sistema envolve a descrição matemática de todas as variáveis relevantes, o processamento de todas as suas inter-relações, e a geração da saída corresponde.

Mas tudo começa a se complicar quando se depara, no mundo real, com situações que não são lineares - há muitos sistemas que são não-lineares, e há ainda alguns conhecidos como fortemente não-lineares. Além de um número maior de entradas, para se assegurar de que todos os fatores estão sendo levados em conta, o processamento interno é muito mais complexo.

Pode ocorrer, por exemplo, que a relação de entrada e saída do sistema esteja adequada, mas seus estados internos podem estar atingindo valores não previstos, ocasionando risco de danos ao sistema - pense no controle de um avião, navio, ou mesmo do piloto automático de um carro, e pode-se imaginar quais são esses riscos.

Controle do freio ABS

O trabalho de Tiago - aquele tipo de teoria com potencial de impacto imediato na prática - consistiu na criação de algoritmos de controle com uma quantidade reduzida de informações, medindo apenas algumas variáveis do sistema. Essa simplificação torna o programa de controle muito mais resistente a falhas.

"Meu objetivo inicial era trabalhar com classes mais gerais de sistemas não-lineares. Mas, à medida que trabalhávamos, fomos descobrindo aplicações para a teoria, o que foi a parte mais gratificante do trabalho," conta ele.

O primeiro experimento, ainda em nível de simulação numérica, teve como resultado uma nova proposta de controlador para os freios ABS (Antilock Braking System), o sistema que impede o travamento das rodas durante a frenagem de um carro.

Enquanto os freios comuns tentam zerar instantaneamente a velocidade angular das rodas, os freios ABS utilizam uma variável que corresponde à maior força de atrito, o que resulta em uma parada mais suave em um espaço menor, sem que a roda trave.

"Em nosso experimento na Coppe, conseguimos alcançar o ponto máximo da frenagem sem conhecer a velocidade angular ou o coeficiente de deslizamento da pista, apenas conhecendo a velocidade linear do carro," conta Tiago.

Robôs autônomos

A estratégia proposta pode também ser aplicada a outros problemas de otimização.

Por exemplo, em um tipo de sistema de navegação chamado servovisão, pelo qual o controle dos movimentos de um robô é feito através das imagens captadas por sua câmera, e não pela informação medida nos motores das suas juntas.

Hoje, a tecnologia permite a servovisão com uma câmera alinhada com o robô. Na proposta de Tiago, tornou-se possível controlar o robô com a câmera em qualquer ângulo.

É uma excelente saída para ambientes inóspitos, como o fundo do mar, e espaços com radioatividade, quando pode ser impraticável fazer ajustes na câmera.

A teoria está pronta. Agora só falta o interesse da indústria.

"Precisamos de apoio para tirar essas ideias do papel. Sobre o freio ABS, conseguimos chegar a um esquema que se mostrou mais eficiente do que o tradicional e seria muito bom testar a aplicação desse algoritmo em nossos carros. Ideias nós temos, sabemos fazer. Só faltam o interesse das empresas e os incentivos," diz Tiago.

Fonte: Planeta Coppe

Biomineração usa bactérias e fungos para extrair metais

O mundo não se pode dar ao luxo de abrir mão da mineração, que é um dos motores da economia global e que está na base de todas as demais indústrias.

Mas talvez possa ser possível fazê-la de uma forma mais eficiente.

É nessa direção que caminham os esforços de cientistas que pretendem substituir os métodos tradicionais da atividade mineradora por outros, que se aproveitam do trabalho silencioso e invisível dos micro-organismos, particularmente bactérias.

É a biomineração.

Bactérias naturalmente encontradas junto a grandes depósitos de cobre, níquel e ouro vêm sendo estudadas por cientistas como Denise Bevilaqua, do Instituto de Química da Unesp de Araraquara, que busca uma forma economicamente viável de extrair esses minerais da natureza, por meio de um processo conhecido como biolixiviação ou bio-hidrometalurgia.

Segundo a pesquisadora, a biomineração pode ser menos agressiva ao ambiente.

"A grande vantagem," afirma a pesquisadora, "é que na biomineração a liberação do material de interesse não exige queima, como nos métodos tradicionais [pirometalurgia], o que elimina a emissão de gases poluentes, como o monóxido de carbono e o óxido sulfuroso".

Biomineração de cobre

Os micro-organismos mineradores consomem substâncias conhecidas como sulfetos, e os convertem em ácido sulfúrico, que acaba tornando solúveis os minérios de interesse econômico. Estes, por sua vez, são recuperados posteriormente, na forma sólida.

"Cerca de 20% do cobre produzido no mundo já é extraído por biomineração, e boa parte dele vem do Chile, onde o processo está mais desenvolvido", diz Denise.

Lá, pesa ainda o fato de ser muito caro levar uma infraestrutura complexa até grandes altitudes, na região dos Andes. "Por isso os chilenos preferem carregar equipamentos mais simples usados na biolixiviação, que é feita in loco", acrescenta a pesquisadora.

Maior produtor mundial, o Chile foi responsável por 36% dos 16 milhões de toneladas de cobre comercializados em 2010, segundo o Grupo Internacional de Estudos sobre o Cobre (ICSG, na sigla em inglês). O Brasil é o 15º maior produtor mundial do metal, com produção estimada de 230 mil toneladas em 2010.

Resíduos e dejetos

Espera-se também que a biomineração aumente a eficiência do processo extrativo.

Os micróbios mineradores podem ser usados em materiais com baixo teor do metal de interesse, quando o custo de empregar as tecnologias atuais não compensa. Isso significa explorar depósitos que hoje são considerados economicamente inviáveis.

Usar a mão de obra invisível também é conveniente quando o substrato é complexo, porque aglutina diferentes tipos de minerais, o que hoje representa um desafio para a mineração tradicional.
Mas o melhor de se colocar as bactérias para trabalhar como mineiras é que elas conseguem retirar metais de resíduos e dejetos da indústria mineradora, fazendo ao mesmo tempo a extração do material de interesse econômico e o tratamento dos efluentes.

O grupo de pesquisa chefiado por Denise em Araraquara trabalha com a calcopirita (CuFeS2), o minério bruto de onde é extraído o cobre.

Apesar de abundante, a calcopirita não é o subtrato que mais facilita o trabalho bacteriano, por isso mesmo ninguém desenvolveu ainda um método de larga escala para biomineração.

A bactéria eleita para a tarefa chama-se Acidithiobacillus ferrooxidans.

Não tão amigável

Para que o processo possa ser colocado em prática, nem sempre será necessário que haja uma inoculação de bactérias no local.

O que pode ser feito é o despejo de um meio ótimo para que os micro-organismos já presentes naquele material cresçam e se desenvolvam satisfatoriamente.

Esse meio líquido seria despejado em uma pilha de minério, posta sobre uma camada impermeabilizante e ligada a um sistema de drenagem.

Em alguns casos, é realizada também a inoculação da linhagem desenvolvida, sempre em pilhas isoladas do restante da mina.

"É muito importante controlar o meio e impedir que ele vaze e alcance os rios, já que todo processo de extração mineral é contaminante", pondera Denise, ressaltando que a biolixiviação é um processo mais amigável ao ambiente que os usados tradicionalmente, mas não chega a ser tão amigo assim.

"É uma operação muito mais econômica e tem um gasto de energia bem menor, mas não deixa de degradar. Tem que arrancar a pedra, quebrar, explodir, não tem jeito."

Terras raras

Mas nem só com bactérias se faz biomineração.

O grupo de pesquisa coordenado por Sandra Sponchiado, também do Instituto de Química de Araraquara, trabalha com fungos e já identificou em certas espécies o potencial para obter metais valiosos por meio da biossorção - nome dado aos processos em que um sólido de origem biológica retém certos tipos de metal.

Os metais em questão são as cobiçadas terras raras, elementos químicos do grupo dos lantanídeos - a penúltima linha da tabela periódica - que têm grande valor por serem matérias-primas de boa parte dos aparelhos de alta tecnologia desenvolvidos no Vale do Silício - smartphones e tablets, por exemplo.

Nesse caso, empregam-se os chamados fungos filamentosos pigmentados. Segundo Sandra, a presença dos pigmentos é justamente o que faz com que a biomassa produzida pelo fungo tenha grande capacidade de se ligar a metais.

O grupo de Sandra realizou um amplo estudo com diversas espécies de fungos, o que levou à escolha definitiva de um deles: o Cladosporium sp.

"A grande vantagem dos fungos é que podemos obter a biomassa com baixo custo. É muito barato cultivá-los", afirma a pesquisadora.

Atualmente ela trabalha com uma linhagem mutante da espécie Aspergillus nidulans, isolada em seu laboratório, cuja capacidade biossortiva está se mostrando superior à do Cladosporium.

"O intuito dessa pesquisa, na verdade, é fazer a extração desses metais contidos em resíduos industriais", diz Sandra. "Há resíduos com quantidades de terras raras que não podem mais ser retiradas por meio de processos químicos. Com o alto valor que esses metais possuem, uma biomassa de fungos que ainda consiga extrair mais um pouco pode ser uma possibilidade interessante".

Células solares transparentes viabilizam janelas que geram energia

Uma nova célula solar transparente poderá permitir que as janelas dos edifícios e casas gerem energia, como vem sendo proposto há algum tempo, mas sem perderem a característica essencial de permitir que as pessoas vejam do lado de fora.

Trata-se de uma célula solar polimérica - de plástico - que produz eletricidade absorvendo a luz infravermelha, e não a luz visível.

Isso permite que célula solar de plástico alcance uma transparência de quase 70%.

"Isso abre a possibilidade de usar as células solares de polímeros transparentes como componentes que poderão ser adicionados a equipamentos eletrônicos portáteis, janelas inteligentes, painéis fotovoltaicos incorporados em edifícios e várias outras aplicações," disse o Dr. Yang Yang, coordenador da pesquisa.

O Dr. Yang é um dos pioneiros nesse campo, tendo criado algumas das primeiras células solares de plástico feitas de "materiais comuns", passíveis de fabricação em larga escala.

Células solares poliméricas

Têm sido feitas várias tentativas no sentido de dar transparência às células solares PSC ("Polymer Solar Cells").

Essas demonstrações, contudo, têm resultado em baixa transparência ou em perda de eficiência da célula solar porque os materiais fotovoltaicos poliméricos e os materiais condutores dos eletrodos - usados para transferir a eletricidade para fora da célula - não podem ser alocados de forma otimizada.

A equipe do professor Yang encontrou literalmente uma solução, uma forma de misturar os componentes fotovoltaicos em forma líquida, aplicando-os sobre o plástico por um sistema de impressão de alta qualidade.

Usando apenas elementos fotoativos sensíveis à luz infravermelha, preservou-se quase totalmente a transparência do plástico que serve de base para a célula solar.

Fios transparentes

Outro avanço foi a construção de elementos condutores transparentes compostos de uma mistura de nanofios de prata e nanopartículas de dióxido de titânio, em substituição aos eletrodos metálicos usados até agora, que não são transparentes.

Com essa combinação, obteve-se uma eficiência na conversão da radiação solar em eletricidade de 4% - muito bom para o segmento das células solares orgânicas.

Esses fios condutores transparentes são muito mais baratos do que, por exemplo, os compostos ITO, usados em telas sensíveis ao toque - que puderam ser substituídos quase totalmente. Isso vai na direção proposta pelo pesquisador de trabalhar com materiais menos exóticos.

Mas se ele conseguir encontrar um substituto para a prata poderá tornar suas células solares de plástico, além de transparentes e eficientes, também mais baratas.

Descoberto novo tipo de ligação química no espaço

Cientistas descobriram a possibilidade de um novo tipo de ligação química, mantida por campos magnéticos extremamente fortes.

A reação não poderia ocorrer nas condições naturais da Terra e nem mesmo do Sistema Solar inteiro: ela só ocorre nas proximidades de estrelas de nêutrons ou anãs brancas.

Na Terra, os átomos se ligam por ligações covalentes, ou ligações de hidrogênio - quando eles compartilham elétrons - ou por ligações iônicas - quando a atração eletrostática faz com que íons de cargas opostas se juntem.

No novo tipo de ligação, que Kai Lange e seus colegas da Universidade de Oslo, na Noruega, chamaram de ligação paramagnética, é o magnetismo que mantém os átomos coesos.

Ligação magnética

Os campos magnéticos presentes naturalmente na Terra mal perturbam as forças eletromagnéticas que ligam os átomos em moléculas.

Mas nas anãs brancas, estrelas no fim de suas vidas, extremamente densas, os campos magnéticos podem atingir 100.000 Teslas. As estrelas de nêutrons, por sua vez, podem gerar campos magnéticos de 10.000.000 de Teslas.

Para comparação o recorde de campo magnético mais forte já gerado na Terra é de exatos 100,75 Teslas.

Naquela atração magnética extrema, os cientistas calculam - a conclusão veio de uma simulação em computador, logicamente - que átomos podem se juntar magneticamente, por meio da interação entre os spins de seus elétrons.

Nessas condições, átomos como o pouco reativo hélio, podem se juntar em pares. O mesmo ocorre com o hidrogênio. Os cientistas não fizeram cálculos para átomos mais complexos.

Ligação química paramagnética

Aqui na Terra, as ligações químicas normalmente emparelham elétrons com spins opostos. Mas, nessas estrelas supercompactas, o campo magnético intenso interage com o spin dos elétrons, fazendo-os funcionar como pequenos ímãs.

Com isto, os spins dos dois elétrons se alinham com o campo magnético, forçando um deles a se mover para uma posição conhecida como orbital de anti-ligação.

Aqui na Terra, isso representaria a quebra da ligação química, o que mostra que a "química das estrelas" pode ser bem mais complexa do que aquilo que a "química terrestre" conhece.

Como elétrons em orbitais de anti-ligação são "proibidos" nos dois tipos de ligação química conhecidos - covalente e iônica - os cientistas afirmam ter descoberto um novo tipo de ligação química, que eles batizaram de "ligação paramagnética perpendicular".

Assim, os cálculos demonstram a existência de uma "química exótica" no espaço, o que pode ajudar a explicar estranhos comportamentos detectados nas condições extremas do Universo.

Lâmpadas fluorescentes compactas podem causar danos à pele

As lâmpadas fluorescentes compactas (PLs) têm sido vendidas à população como sendo mais vantajosas ao meio ambiente.

No entanto, elas podem potencialmente fazer mal à pele.

Um estudo após o outro, têm mostrado preocupações crescentes sobre o impacto que essas lâmpadas podem ter sobre a saúde humana.

Há poucos dias, outra pesquisa demonstrou que o mercúrio liberado pelas lâmpadas fluorescentes compactas pode exceder os níveis seguros.

Nos EUA, alguns hospitais já estão substituindo as lâmpadas fluorescentes - não apenas as compactas - por um tipo de iluminação mais saudável.

Raios ultravioleta das lâmpadas

Agora, inspirados por um estudo europeu que fez alertas adicionais sobre a sensibilidade à luz, uma equipe de pesquisadores dos EUA analisou os impactos que a exposição aos raios ultravioletas emitidos pelas lâmpadas fluorescentes compactas podem ter sobre os tecidos da pele humana saudável.

Os resultados revelaram níveis significativos de UVC e UVA (raios ultravioleta C e A), que aparentemente se originam de fissuras nos revestimentos de fósforo das lâmpadas, que foram detectadas em todas as fluorescentes compactas analisadas.

Os pesquisadores compraram lâmpadas PL em vários locais diferentes e mediram a quantidade de emissões de raios ultravioleta (UV) e a integridade do revestimento de fósforo de cada bulbo.

Danos a células da pele

A equipe então pegou as mesmas lâmpadas e estudou os efeitos da incidência de sua luz sobre células saudáveis da pele humana, incluindo: fibroblastos, um tipo de célula encontrada no tecido conjuntivo, que produz o colágeno, e queratinócitos, uma célula epidérmica que produz queratina, o material estrutural essencial na camada exterior da pele humana.

Os testes foram repetidos com lâmpadas incandescentes de mesma intensidade e potência, e com a adição de nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2), que são encontradas em produtos de cuidados pessoais para a absorção de UV, como os protetores solares.

"Nosso estudo revelou que a resposta das células da pele saudáveis à radiação UV emitida pelas lâmpadas PL é consistente com os danos da radiação ultravioleta," disse Miriam Rafailovich, professora de ciência dos materiais e engenharia da Universidade Stony Brook.

"Os danos às células da pele foram ainda mais reforçados quando baixas doses de nanopartículas de TiO2 foram introduzidas nas células da pele antes da exposição," completa.

Cuidados com as fluorescentes compactas

A luz das lâmpadas incandescentes de mesma intensidade não teve nenhum efeito sobre as células da pele saudável, com ou sem a presença de TiO2.

"Apesar de sua grande economia de energia, os consumidores devem ter cuidado ao utilizar lâmpadas fluorescentes compactas," aconselha Rafailovich. "Nossa pesquisa mostra que é melhor evitar usá-las a distâncias muito curtas, e que elas se tornam mais seguras quando colocadas atrás de uma cobertura adicional de vidro."

Fármaco brasileiro atua contra tuberculose e câncer

Um fármaco desenvolvido no Brasil, chamado P-MAPA, é capaz de ativar receptores do sistema imunológico e favorecer o combate à tuberculose e ao câncer de bexiga.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que o composto tem ação imunomoduladora, ou seja, ele estimula o sistema imunológico a combater diversos tipos de tumores e doenças infecciosas, entre elas malária, leishmaniose visceral e algumas viroses hemorrágicas.

A molécula ativa foi extraída do fungo Aspergillus oryzae pela rede de pesquisa Farmabrasilis. Os resultados foram publicados na revista Infectious Agents and Cancer.

P-MAPA

Esta é a primeira vez que os possíveis mecanismos de ação do P-MAPA foram descritos.

P-MAPA é uma abreviação de agregado polimérico de fosfolinoleato-palmitoleato de magnésio e amônio proteico.

Testes de laboratório com células humanas, além de experimentos em animais, revelaram que o P-MAPA ativa receptores existentes na membrana celular conhecidos como receptores tipo toll.

Além disso, em ratos, a droga modificou a expressão da proteína p-53, possivelmente relacionada à regulação dos receptores.

"Os receptores tipo toll são capazes de reconhecer fragmentos de vírus e bactérias, além de fatores moleculares associados a tumores ou a doenças infecciosas", explicou Wagner José Fávaro, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que desenvolveu o trabalho juntamente com Fábio Rodrigues Ferreira Seiva.

Receptores tipo toll

Os receptores tipo toll podem auxiliar na redução tumoral de duas maneiras: inibindo a formação dos vasos sanguíneos que irrigam a região e recrutando células de defesa para atacar o tumor.

Segundo Fávaro, o P-MAPA atua especificamente sobre os subtipos 2 e 4 dos receptores tipo toll, relacionados ao câncer de bexiga.

"Ainda não se sabe com certeza se a resposta desencadeada por eles é favorável ou desfavorável. Podem atuar como reguladores negativos ou positivos da carcinogênese, mas nossos resultados indicam que a ativação dos receptores auxiliou na regressão do tumor", disse Fávaro.

Nos animais tratados durante o experimento, o efeito do P-MAPA foi comparado com o da vacina BCG (sigla para Bacillus Calmette-Guerin), usada originalmente na prevenção da tuberculose e considerada atualmente a melhor opção para o controle do câncer de bexiga.

Descobriu-se na década de 1970 que a BCG induz uma resposta imune massiva, estimulando a produção de células que atacam o tumor. No experimento, os ratos tratados com a vacina, verificou-se uma redução de 20% a 30% no grau tumoral, mas os animais continuavam a apresentar lesões malignas.

Já no grupo que recebeu o P-MAPA, a redução do grau tumoral foi de 90%. "Os animais deixaram de apresentar lesões malignas e pré-malignas, passando a apresentar apenas lesões inflamatórias", disse Fávaro.

Farmabrasilis

A rede Farmabrasilis, entidade sem fins lucrativos criada em 2001 e constituída por cientistas brasileiros, chilenos, europeus e norte-americanos, também pesquisa outros candidatos a fármacos.

O P-MAPA é o produto em estágio mais avançado de desenvolvimento.

"O próximo passo é tentar provar em testes com seres humanos que a droga pode ser uma opção terapêutica valiosa", disse Iseu Nunes, um dos diretores da rede.

Biochip detecta dengue na hora

Cientistas de Cingapura criaram um biochip que consegue detectar a infecção por dengue em 30 minutos.

Apesar de progressos recentes, o diagnóstico preciso e seguro da dengue continua sendo uma questão complexa e controversa.

Além das observações clínicas, os médicos precisam de uma série de exames de laboratório, envolvendo amostras de sangue e urina, que podem demorar dias para ficarem prontos.

O novo biochip não apenas faz o exame na hora, como pode ser usado por qualquer pessoa, sem necessidade de treinamento.

Exame pelo RNA do vírus

O pequeno biochip contém um local para depositar uma gota de sangue, e todo o sistema eletrônico para analisar a amostra.

Ele extrai o RNA viral da amostra de sangue aplicando-a a um "cartucho" contendo diferentes reagentes.

Isso evita também a contaminação cruzada que frequentemente ocorre nos sistemas de detecção viral tradicionais, que exigem pipetagens manuais.

O sistema, totalmente autocontido, é descartável.

Li Zhang e seus colegas do Instituto de Microeletrônica de Cingapura, afirmam que agora vão avaliar o biochip para a detecção de outras doenças infecciosas além da dengue.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Como definir a segurança na estratégia de consumerização?

Muitos CIO e CSO já pararam de resistir à utilização dos dispositivos iOS e Android nas organizações que gerem. Em vez disso estão empregando as suas energias de outra forma: em descobrir como aceitar os aparelhos que estão transformando-se rapidamente em dispositivos de negócios.

Além de muito apelativas, dispositivos como o iPhone e o iPad são também cada vez mais capazes de responder às necessidades de segurança e gestão nas empresas. A revolução dos PCs, há 25 anos, obscureceu a distinção entre “trabalho” e “ambiente pessoal”. Hoje, os aparelhos móveis tornaram essa distinção ainda mais tênue. É hora de pensar em como tirar partido da revolução da consumerização.

As questões de segurança são ainda uma preocupação central na maioria das organizações. Ela pode ser feita a partir de uma matriz que divide as necessidades endereçadas pelo BYOD em quatro grupos.

As obrigações de segurança podem variar, mas é possível ajustar a estratégia para dispositivos móveis de acordo com elas. É preciso ter em mente que a mobilidade está em mutação.

As recomendações são baseadas apenas no que está disponível hoje. Espera-se entretanto que os fabricantes continuem a melhorar os seus produtos.

Que categoria de segurança será mais adequada para sua empresa?

Muitas histórias assustadoras sobre a segurança dos smartphones e tablets assumem a necessidade de manter estes dispositivos sob normas quase militares. Mas a maioria das empresas não exige esses níveis de segurança para todos os usuários.

E muitas empresas dos setores da defesa e da área financeira já descobriram como dar suporte a esses aparelhos, apesar das suas maiores necessidades de segurança. O Bank of America e o Citigroup são exemplos disso.

Muitas companhias exigirão uma mistura das quatro categorias descritas abaixo. Afinal, as organizações tanto podem suportar funcionários que têm necessidade de acesso a dados sensíveis, como funcionários para os quais o acesso a esses mesmos dados empresariais vitais é desnecessário.

A estratégia de segurança deverá refletir essa diversidade interna. A verdade universal sobre a mobilidade é que uma solução única não satisfaz todos os conjuntos de necessidades.

Uma nota importante: alguma coisa está errada se trata o uso dos dispositivos pessoais, provisionados ou não pela empresa, com o mesmo nível de requisitos de segurança do que aqueles empregados aos PCs.

Fazer isso representa ter um potencial de vulnerabilidade para corrigir já no patamar dos PC.

Categoria 1: engloba informações comerciais de rotina

Motoristas de caminhões, representantes de vendas, funcionários de vendas, designers gráficos, programadores de aplicações, pessoal de manutenção, restauradores – as pessoas com essas profissões raramente lidam com informação muito sensíveis do ponto de vista pessoal ou legal. Se um smartphone usado por um desses profissionais for perdido ou roubado, o impacto passa apenas pela necessidade de reconstrução de alguns dados, e de garantir que o serviço de comunicações seja suspenso.

Há também o risco de o ladrão ter acesso à conta de e-mail do funcionário, e por isso torna-se necessário mudar imediatamente os dados de autenticação no servidor. Os mecanismos de segurança recomendáveis incluem o uso de um PIN para uso o dispositivo e o uso de uma senha.

Boas, mas não essenciais, as práticas de segurança e de gestão de capacidades englobam processos de expiração de senhas e requisitos complexos para obtenção das mesmas.

É importante garantir também a possibilidade de apagar os dados do dispositivo, remotamente, associada a uma política de eliminação de dados após certo número de tentativas.

Categoria 2: informações importantes de negócios

Gestores de vendas, assistentes pessoais, consultores, professores, editores, operadores de vídeo, programadores, gestores de nível médio – pessoas com estas funções ou profissões têm acesso a alguma informação pessoal e financeira que não vai destruir a empresa se for roubada. Mas que pode causar danos financeiros e de imagem que é importante  prevenir.

Também têm acesso a alguns sistemas internos por meio de senhas que poderão ser usadas por pessoas mal intencionadas. Se o dispositivo móvel for perdido ou roubado, o esforço para evitar as falhas de segurança vão além da eliminação de informação e exigem alteração de senhas partilhadas.

Podem exigir também informar os parceiros de negócios sobre o sucedido, e perder vantagens competitivas no curto prazo.

As capacidades necessárias de segurança e gestão incluem o uso de uma senha complexa para usar no dispositivo, processos de expiração dessas senhas, a possibilidade de eliminação de dados por via remota, e encriptação SSL de e-mail e outros dados.

A eliminação de dados após certo número de tentativas de autenticação falhas também é uma política importante. Não é essencial que sejam usadas redes VPN, e/ou a autenticação por dois fatores para acesso a dados e sistemas de armazenamento. Mas tal como a criptogtafia no próprio dispositivo, técnicas de criptografia dos dados serão muito úteis se disponíveis.

Categoria 3: informações comerciais confidenciais

Funcionários financeiros, auditores, banqueiros, médicos, pessoal de RH, advogados, agentes reguladores, gestores de produto, investigadores, gerentes de divisões, altos executivos de TI, gestores de marketing e chefes de vendas, executivos na maioria das empresas, e todos os seus assistentes – estes profissionais trabalham com informações muito sigilosas [legais, financeiras, de produtos e de RH].

E geralmente têm acesso aos principais sistemas internos de armazenamento de dados. Se os seus dispositivos forem perdidos ou roubados, pode haver sérias consequências financeiras devido e perdas competitivas se detalhes sobre as negociações comerciais, de salários ou dados semelhantes forem revelados.

As capacidades necessárias de segurança e gestão incluem a exigência de senhas complexas para uso no dispositivo móvel, um sistema de expiração de senhas e a capacidade de eliminar dados por via remota conjugada com limites de tentativas de autenticação. Envolve também a utilização de criptografia SSL de e-mail e de outros, além do uso de redes VPN e, ou, sistemas de autenticação de dois fatores para acesso aos sistemas e dados sensíveis.O uso de criptografia no dispositivo também é essencial. Menos importante, mas útil, é o controle de acesso a redes específicas, ou a capacidade de desligar a câmara, e o controlo sobre a instalação de aplicações.

Categoria 4: fornecer informações altamente sigilosas

Fornecedores da defesa, espiões, policiais, diplomatas, militares, responsáveis políticos e assistentes – pessoas com essas profissões e funções trabalham com informações confidenciais cuja exposição pode colocar vidas em risco.

Os seus dispositivos devem suportar a utilização de senhas complexas, sistemas de senhas expiráveis, a eliminação remota de informação, criptografia com nível militar de dados de email e outros. Os processos de eliminação de informação depois de seguidas tentativas de autenticação falhas devem ser de nível militar.

E os dispositivos devem usar redes de acesso por VPN a sistemas internos, além de suportarem autenticação de dois fatores físicos. O dispositivo também deve suportar encriptação de grau militar no próprio equipamento e as normas MIME e FIPS 140.

Deve possibilitar também o controle e bloqueio discreto sobre o acesso a redes e a instalação de aplicações.

IPEN recebe sistema de tomografia com nêutrons

As técnicas convencionais de radiografia, como de raios-X e radiação gama, apresentam algumas limitações que impossibilitam visualizar com maior nível de detalhe a estrutura interna de materiais como água, sangue, óleo, borracha e explosivos.

Um sistema digital para tomografia com nêutrons, que entrou em operação no Instituto de Pesquisas Energéticas (Ipen), permite visualizar em duas e três dimensões a estrutura interna destes materiais ricos em hidrogênio, mesmo quando envoltos por espessas camadas de alguns metais, como alumínio, ferro, aço e chumbo.

O equipamento também possibilita inspecionar materiais radioativos, como elementos de reatores nucleares.

E pode ter aplicações para o estudo da estrutura interna de materiais de diversas áreas, tais como da aeroespacial, arqueológica, médica, biológica e automotiva.

"A implementação desta nova técnica estimulará a abertura de novas linhas de pesquisa na área de imageamento de materiais empregando nêutrons como radiação penetrante", disse Reynaldo Pugliesi.

Radiografia e de tomografia

De acordo com o pesquisador, o sistema já é utilizado para realização de ensaios não-destrutivos de materiais de diversas áreas, como componentes pirotécnicos de engenharia aeroespacial, pás de turbinas de aviões, protótipo de coração artificial e objetos arqueológicos.

E deve ser aprimorado de modo a também permitir inspecionar células de combustível para geração de energia elétrica.

"O sistema de tomografia com nêutrons complementa e amplia os campos de aplicação das técnicas convencionais de radiografia e de tomografia", avaliou Pugliesi.

A inspeção da estrutura interna de materiais utilizando a técnica é realizada irradiando a amostra do material em um feixe uniforme de nêutrons (partículas atômicas que não possuem carga elétrica).

Como funciona a tomografia com nêutrons

Um conversor, composto por elementos químicos com elevada capacidade para absorver nêutrons, como gadolínio, disprósio, boro e lítio, transforma a intensidade de luz transmitida pela amostra em outra radiação, como de elétrons, alfas, prótons e fótons, capaz de sensibilizar um filme convencional para raio X, de modo a formar a imagem da estrutura interna do material.

Ao utilizar um conversor cintilador, a luz emitida pela amostra pode ser capturada por um sensor de uma câmera de vídeo, que possibilita obter e visualizar projeções em duas dimensões da estrutura interna do material analisado em tempo real.

"Por meio deste sistema é possível realizar a análise de processos dinâmicos de líquidos em tempo real", destacou Pugliesi.

Para obter imagens da estrutura interna do material inspecionado em três dimensões é usado uma sistema similar ao de tempo real, mas que captura imagens individuais (tomos) da amostra sob diferentes ângulos, que são armazenadas em um computador e reconstruídas por um software.

Um programa possibilita visualizar detalhes da estrutura interna da amostra do material estudado em um filme tridimensional, a partir do qual é possível localizar, dimensionar ou quantificar espacialmente qualquer detalhe interno de interesse da amostra.

Reator de pesquisas

Segundo Pugliesi, atualmente o equipamento permite realizar algumas poucas tomografias de amostras de material diariamente, mas a ideia é expandir sua utilização.

"Hoje, os maiores usuários desta técnica de tomografia com nêutrons são universidades e instituições de pesquisa. A aplicação rotineira dela exigirá não apenas uma adequação do equipamento, mas também sua aceitação como uma ferramenta de ensaio não destrutivo", avaliou Pugliesi.

O sistema foi instalado em um dos canais do reator nuclear de pesquisa IEA-R1, que já está operando em sua potência máxima, a 5 megawatts, o que possibilitará aumentar o fluxo de nêutrons nas posições de irradiação de amostras, onde são produzidos radioisótopos.

Os radioisótopos são utilizados para produção de radiofármacos para diagnóstico nas áreas de oncologia, cardiologia e neurologia, além de na agricultura, indústria e pesquisa.

USP recebe estação de nanofabricação para semicondutores

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, acaba de receber um "Focused Ion Beam" (FIB), um equipamento utilizado para produzir, processar e caracterizar as propriedades de materiais em escala nanométrica.

O aparelho é considerado uma "estação de nanofabricação" completa e permitirá o desenvolvimento de novas tecnologias, como a dos computadores quânticos.

Feixe de íons

O FIB é usado prioritariamente para produção de materiais semicondutores, como os usados em processadores de computador, LEDs, células solares e em toda a eletrônica em geral.

O aparelho de íons focalizados opera de maneira semelhante a um microscópio eletrônico de varredura (MEV), mas com um importante diferencial: enquanto este último se utiliza de um feixe de elétrons para construir imagens de uma amostra, o FIB utiliza um feixe de íons.

Para entender a importância desse avanço, é necessário compreender o funcionamento do feixe de elétrons.

O bombardeamento de elétrons gera energia, ou seja, quando eles são acelerados e concentrados em um feixe, forma-se uma energia muito intensa. Isso produz energia térmica, com altíssimas temperaturas, capazes de fundir qualquer metal (a parte fundida é, posteriormente, transformada em vapor).

Já o feixe de íons, com objetivos similares, é mais pesado que o de elétrons e, por esse motivo, é destrutivo, podendo remover materiais da superfície de amostras, o que permitirá que se esculpa, por exemplo, imagens tridimensionais sob a superfície das mesmas.

"O feixe de íons tanto pode ser usado para construir uma imagem quanto para fazer o processamento de uma amostra," explica Haroldo Araraki, engenheiro do Grupo de Semicondutores do IFSC.

O FIB é capaz de escrever em superfícies em escala nanométrica. Para se ter uma ideia, um fio de cabelo é mil vezes maior do que a escrita que o feixe de íons do FIB pode entalhar.

Nanofabricação de semicondutores

No laboratório de semicondutores, o FIB será utilizado, entre outras coisas, para desenvolver nanomateriais.

"As propriedades dos nanomateriais são diferentes dos micro ou macromateriais", explica o professor Euclydes Marega Júnior. "Quando uma nanoestrutura interage com a luz, por exemplo, ela altera as propriedades ópticas e elétricas do material. Nessa escala de tamanho, a condução elétrica não é a mesma da de um fio de um chuveiro elétrico."

Agora, com a "estação nanométrica" à disposição, os pesquisadores poderão não apenas explorar as propriedades de diferentes tipos de nanomateriais, mas também criar novos.

"Enquanto que, pelo processo tradicional de feixe de elétrons, um dispositivo demoraria um dia todo para ser feito, além de exigir uma grande infraestrutura, com o feixe de íons o dispositivo fica pronto em alguns minutos", afirma Araraki.

O equipamento já é utilizado na indústria de semicondutores em aplicações como análise de defeitos em materiais em escala nanométrica, modificação de circuitos, reparação de máscaras, etc.

Saber lidar com esse tipo de maquinário, contudo, pode significar a construção da tecnologia do futuro.

"Produzir corrente elétrica em escala nanométrica é muito mais fácil, por isso produzem-se efeitos que geram ondas eletromagnéticas. Muitos estudos são voltados para a produção de luz, nesses meios, e não eletricidade. Ou seja, em vez de transmitir informações por elétrons, tais informações serão transmitidas por fótons", prevê o professor do IFSC.

Fonte: USP

Cartucho jato de tinta inspirado no olho humano nunca entope

Uma nova tecnologia inspirada no olho humano promete acabar para sempre com os entupimentos dos cartuchos das impressoras jato de tinta.

Para limpar os bicos entupidos, a maioria das impressoras usa um "disparo" de tinta fresca para romper a crosta de tinta seca que se forma quando a máquina não é utilizada constantemente.

Ao longo do tempo, esta operação de limpeza desperdiça uma grande quantidade da tinta, reduzindo a vida útil dos caríssimos cartuchos - sem contar que, algumas vezes, a operação de desentupimento não tem sucesso, e então o cartucho é perdido de vez.

A nova tecnologia elimina o desperdício ao dispensar o esguicho de tinta.

Cartucho que pisca

A invenção utiliza uma gotícula de óleo de silicone para cobrir a abertura de cada um dos bocais de saída de tinta quando eles não estão em uso.

O mecanismo é semelhante à película finíssima de óleo que impede a camada de lágrimas de se evaporar do olho. Quando piscamos, as pálpebras espalham e uniformizam essa película de óleo sobre a camada de lágrimas.

Contudo, na escala minúscula de cada um dos bocais de jato de tinta - que disparam picolitros de tinta -, obturadores mecânicos que tentassem imitar as pálpebras não iriam funcionar, porque eles ficariam presos no lugar pela tensão superficial.

Riberet Almeida e Jae Wan Kwon, da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, tiveram uma ideia melhor - eles criaram uma "piscada elétrica".

Em vez de um dispositivo mecânico, uma gotícula de silicone é movida para cima e para fora do bocal por um campo elétrico. A coordenação precisa dos movimentos garante que o "olho da impressora" estará sempre aberto quando necessário, mas sempre protegido quando fora de uso.

"O olho e um bocal de cartucho de jato de tinta têm um problema em comum: eles precisam permanecer abertos, mas não podem secar. Nós usamos a biomimética, a imitação da natureza, para resolver um problema humano," disse Kwon.

Impressoras 3D que não entopem

A tecnologia poderá ter outros usos, além das tradicionais impressoras jato de tinta.

"Outros equipamentos de impressão utilizam mecanismos semelhantes às impressoras jato de tinta," explica Kwon.

O pesquisador refere-se sobretudo aos equipamentos de prototipagem rápida e fabricação aditiva.
Inicialmente utilizados por engenheiros e projetistas, eles hoje já permitem a fabricação de aviões, implantes médicos, ossos artificiais e até robôs.

Essas chamadas impressoras 3D disparam correntes de plástico líquido através de bicos, em um sistema similar ao de uma impressora jato de tinta.

O líquido é espesso e pegajoso, inviabilizando até mesmo o sistema de "disparo" de gotas para limpeza.

Quando entopem, o jeito é substituir o bico. Um bico que saiba "piscar", usando a nova tecnologia, poderá durar muito mais.

LEDs brancos construídos sobre papel vão iluminar suas paredes

Já pensou em acender a cortina, em vez de abri-la? Ou mudar o brilho e a cor do seu papel de parede? Ou acender o teto inteiro, em vez de apenas uma lâmpada?

Estas são as propostas agora tornadas realidade pelo trabalho do paquistanês Gul Amin, atualmente na Universidade Linkoping, na Suécia.

Ele desenvolveu uma técnica que permite que LEDs brancos sejam fabricados diretamente sobre papel ou outras fibras.

Os nanoLEDs, que emitem uma luz branca muito pura, foram construídos com minúsculas barras de óxido de zinco, depositadas juntamente com um polímero condutor, diretamente sobre uma folha de papel.

O pesquisador demonstrou também que é possível fabricar os nanoLEDs por impressão. Nesse experimento, ele usou um papel de parede comum.

LEDs de óxido de zinco

Ao descobrir que nanofios de óxido de zinco poderiam emitir luz, pesquisadores criaram recentemente uma nova categoria de LEDs, ainda menores e mais eficientes que os LEDs comuns.

Amin e seu colega Naved ul Hassan Alvi estavam pesquisando várias técnicas para cultivar diferentes nanoestruturas de óxido de zinco sobre diferentes materiais.

O papel mostrou-se um substrato perfeito, além de abrir caminho para uma grande variedade de aplicações práticas imediatas.

O papel deve ser inicialmente recoberto com uma camada protetora muito fina de uma resina chamada cicloteno, tornando-se impermeável.

A seguir são depositados os componentes ativos, uma malha de nanofios de zinco, dispersos em uma fina camada do polímero PFO (polidietilfluoreno).

Métodos químicos

A técnica foi patenteada e já está licenciada para uma empresa criada por seu professor, Magnus Willander.

"Esta é a primeira vez que alguém foi capaz de construir componentes semicondutores fotônicos inorgânicos diretamente sobre papel usando métodos químicos," disse o cientista-empresário.

Brasileiros identificam relação entre proteína e crescimento de tumores

Pesquisadores brasileiros descobriram como uma proteína - a glutaminase C (GAC) - participa no desenvolvimento de células tumorais associadas ao câncer.

O trabalho poderá facilitar a produção de inibidores do crescimento de tumores.

O estudo acaba de ser publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), nos Estados Unidos, por uma equipe do do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e do Instituto de Física de São Carlos, da USP.

Vício em glicose

A pesquisa segue uma linha que tem sido desenvolvida internacionalmente para encontrar inibidores capazes de combater células tumorais, baseados no "vício" dessas células por glicose e glutamina, sem prejudicar as células saudáveis.

Os pesquisadores utilizaram diversas técnicas para estudar proteínas consideradas "chave" no desencadeamento do câncer, e se depararam com a glutaminase C (GAC), que a comunidade científica considera um "combustível" essencial para manter a proliferação exagerada das células tumorais.

"As células tumorais consomem alta quantidade de glutamina, isso é fato. E grande parte dessa glutamina vem de fontes externas, por meio da alimentação, ou de proteínas que ficam armazenadas nos músculos do corpo, por exemplo", conta Sandra Gomes Dias.

"Normalmente, o nível de glutamina no sangue já é alto, sendo importante para alimentação de células saudáveis. Ao mesmo tempo, servem de combustível para as células tumorais e, consequentemente, para o seu crescimento".

Inibição da proteína

A importância da glutaminase já era conhecida por alguns cientistas, mas os pesquisadores brasileiros fizeram algumas descobertas importantes.

Primeiro, eles conseguiram encontrar um composto - o 968 - que inibe a ação da glutaminase. "Participamos de uma publicação, elaborada na Universidade de Cornell (EUA), onde realizamos o nosso pós-doutoramento, que falava sobre esse inibidor", diz a pesquisadora.

Mesmo assim, ainda era nebulosa a relação direta da glutaminase com tumores celulares.

Foi quando Sandra e seu colega André Ambrósio separaram as três variantes da enzima e encontraram na GAC um "destaque" maior.

"As outras duas variantes não se mostraram como 'chave' para o desencadeamento de tumores. A GAC seria a variante mais presente na mitocôndria, local da célula onde acontece o processamento da glutamina", detalhou Sandra.

Estrutura cristalográfica

Finalmente, a dupla documentou a estrutura cristalográfica da GAC, algo que os cientistas não conheciam até agora.

"Essa informação é extremamente poderosa para a busca de inibidores da GAC, o que vários grupos de pesquisa já estão tentando encontrar", conta Sandra.

"Nossa descoberta aumenta as chances de encontrarmos mais e melhores inibidores para o controle, e até mesmo cura para alguns tipos de câncer", afirma Sandra.

Fonte: IFSC

Bionanotecnologia ataca câncer e reforça imunidade ao mesmo tempo

Os cânceres são notórios por produzir compostos químicos que confundem o sistema imunológico, frustrando as defesas biológicas.

Para combater esse efeito, alguns tratamentos tentam neutralizar o arsenal químico do câncer e aumentar a resposta imune do paciente.

Contudo, as tentativas de fazer as duas coisas ao mesmo tempo raramente são bem-sucedidas.

Bionanotecnologia

Agora, cientistas usaram a bionanotecnologia para desenvolver um sistema que fornece ao corpo, simultaneamente, uma dose sustentada de um reforço para o sistema imunológico, e de um medicamento para inibir a produção dos compostos químicos do câncer.

Isto resultou em uma potente terapia combinada que, em experimentos em animais, retardou o crescimento de alguns tumores e chegou a colocar outros em remissão, levando a taxas de sobrevivência significativamente maiores.

Essa técnica para a aplicação simultânea de vários tratamentos pode resolver as frustrantes dificuldades que as chamadas terapias medicamentosas combinatórias têm enfrentado.

Nanolipogels

Classificada como imunoterapia, a nova técnica usa medicamentos já bem estudados, mas leva-os para o organismo usando nanolipogéis (NLGs: NanoLipoGels), uma tecnologia inovadora para o transporte de medicamentos.

Os NLGs (nanolipogéis ou nanolipogeles) são esferas ocas biodegradáveis com dimensões em nanoescala (bilionésimos de metro), cada uma capaz de acomodar grandes quantidades de moléculas quimicamente diferentes.

Aparentemente as nanoesferas se acumulam nos vasos sanguíneos frágeis dos tumores, liberando sua carga de forma controlada e sustentada, conforme as paredes das nanoesferas e sua estrutura interior quebram-se na corrente sanguínea.

Imunoterapia

Nestes experimentos iniciais, os NLGs continham dois componentes: uma droga inibidora que ataca uma defesa particularmente potente do câncer chamada fator de crescimento transformador-beta (TGF-beta), e a interleucina-2 (IL-2), uma proteína que induz o sistema imunológico a responder às ameaças em pontos específicos.

A capacidade de empacotar dois tipos completamente diferentes de moléculas - grandes proteínas solúveis em água, como a IL-2, e pequenas moléculas hidrofóbicas, como o inibidor de TGF-β - em um mesmo invólucro foi fundamental para o sucesso do tratamento.

Os pesquisadores, da Universidade de Yale (EUA), descreveram suas descobertas na edição desta semana da revista Nature Materials.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Como funciona o WikiLeaks

Como você descobriria que um presidente da França usa a popularidade de sua bela esposa, uma ex-modelo, para aumentar as chances dos interesses franceses em outros países? Ou que o governo brasileiro "disfarçou" a prisão de terroristas e que a diplomacia brasileira durante o governo Lula foi vista como "antiamaericana"? Há algumas opções: você poderia ser um espião, um diplomata norte-americano no Brasil, ou, simplesmente, esperar que um site especializado em revelar documentos secretos publicasse essas informações. Esse site existe e chama-se WikiLeaks.

O WikiLeaks é uma organização internacional sem fins lucrativos cuja proposta é divulgar e comentar documentos que tragam informações consideradas sensíveis e que atestem a má conduta de governos e grandes corporações. O WikiLeaks trabalha com documentos oficiais que de alguma forma foram "vazados" e chegaram às mãos de seus integrantes.

O site tem estado no centro de polêmicas internacionais por conta de suas revelações, como a feita em abril de 2010 quando um vídeo secreto, feito pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, mostrou o desastrado ataque de um helicóptero militar norte-americano no Iraque em 2007 que resultou na morte de vários civis, inclusive dois correspondentes da agência Reuters. Mas esse foi apenas um dos várias escândalos provocados pelo WikiLeaks e que deixaram muita gente poderosa em situação constrangedora.

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Câmera super-rápida acompanha bolinha de pingue-pongue

Se a FIFA já partiu para a tecnologia para descobrir quando um gol foi realmente marcado, o drama pode ser ainda maior para outros esportes.

É muito difícil ver se a bola realmente estava dentro ou fora no vôlei ou no tênis.

Mas pode ser virtualmente impossível até mesmo ver a bola quando se trata de esportes mais velozes, como o tênis de mesa.

Com sorte, os canais de TV que se preparam para cobrir as Olimpíadas de Londres poderão ter tempo de se valer da tecnologia desenvolvida pelo Dr. Masatoshi Ishikawa, da Universidade de Tóquio.

Ishikawa e seus colegas criaram uma câmera que não apenas é extremamente rápida - como as usadas para gerar as "câmeras-lentas superlentas" - como também consegue travar num alvo e seguir esse alvo sem se descolar dele.

E o alvo pode ser algo tão rápido quanto uma bolinha de pingue-pongue em pleno jogo.

Espelhos móveis

"Esta tecnologia consegue controlar automaticamente os eixos X e Y da câmera para manter um objeto sempre no centro do campo de visão, assim como um sistema de autofoco mantém um objeto sempre no foco," afirmam eles.

Em vez de construir um aparato completo para movimentar a câmera, os pesquisadores japoneses usaram um sistema de espelhos motorizados ultrarrápidos - é muito mais fácil e rápido mover um espelho, com massa menor, do que uma câmera inteira.

Motores de alta velocidade reposicionam continuamente os espelhos em uma fração de segundo, que refletem a imagem do alvo diretamente para uma câmera de 1.000 quadros por segundo - o exemplo mostrado no filme foi capturado com uma câmera de 500 quadros por segundo.

O protótipo tem uma amplitude de movimento de 60 graus, uma distância que pode ser percorrida pelos espelhos em 3,5 milissegundos.

Insetos, aviões e bolas

"Nós vislumbramos o uso dessa tecnologia nas transmissões esportivas, mas também esperamos gravar detalhes dinâmicos de insetos e pássaros em voo, carros, aviões etc," disse o Dr. Ishikawa.

O sistema consegue fazer imagens de alta precisão dos insetos e pássaros em pleno voo, sem jamais perdê-los de vista, algo que certamente chamará a atenção de biólogos e estudiosos de aerodinâmica.

Outros campos de aplicação da câmera super-rápida incluem a robótica, cirurgias médicas e em observações científicas em geral - assim como, é claro, na análise e no julgamento em esportes, seja nos Jogos Olímpicos ou não.

INPE apresenta sistema de propulsão de satélites feito no Brasil

O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apresentou nesta segunda-feira o primeiro subsistema de propulsão para satélite desenvolvido no Brasil.

O equipamento, usado na correção de atitude e elevação de órbita dos satélites, operações comuns durante toda sua vida útil, deverá equipar o satélite Amazônia-1.

O subsistema de propulsão foi desenvolvido em parceria com a empresa Fibraforte para a PMM, a Plataforma Multimissão, a base de satélites criada pelo INPE para uso no Amazônia-1 e no satélite de pesquisas Lattes.

A PMM está sendo construída por um consórcio de empresas privadas, sob a coordenação do INPE.

Inicialmente serão construídos dois modelos idênticos, um de qualificação e o outro para voo no satélite.

Qualificação

O modelo de qualificação do subsistema de propulsão já passou pela sequência de testes que reproduzem todo os tipos de esforços durante o lançamento, além do ambiente hostil em que um satélite deve operar.

No Laboratório de Integração e Testes (LIT), em São José dos Campos, foram realizados os testes de vibração, termovácuo, alinhamento e vazamento.

Já no Banco de Testes com Simulação de Altitude (BTSA), em Cachoeira Paulista, aconteceu o teste de tiro real sob vácuo, que simula manobras em órbita. Todos os testes foram aprovados na etapa de qualificação.

"Como os testes foram realizados pela primeira vez em um subsistema de propulsão, os laboratórios tiveram adaptações em suas estruturas. O BTSA, que integra o Laboratório de Combustão e Propulsão, obteve investimentos para adaptações e melhorias", conta Heitor Patire Júnior, pesquisador do INPE que é o responsável técnico do projeto.

Nacionalização

Alguns equipamentos que fazem parte do subsistema de propulsão ainda foram importados por não haver produto similar no país - cerca de 60% dos equipamentos necessários para a construção de todo o satélite serão importados.

No caso do sistema de propulsão, a Fibraforte desenvolveu propulsores, válvulas de enchimento e dreno de combustível e gás pressurizante, tubulação e a própria estrutura e suportes do subsistema.

"Pelo INPE está sendo desenvolvido o catalisador que abastece os propulsores (onde o combustível sofre reação química gerando a propulsão nos motores), todo o processo de soldagem da tubulação que transporta o combustível entre o tanque e os propulsores, além do treinamento das equipes de vários laboratórios envolvidos nesse desenvolvimento", explicou Heitor.

Para os próximos satélites, a Fibraforte pretende desenvolver também o tanque de propelente. Com mais esse passo, sistemas de propulsão para controle de órbita e atitude de satélites estarão livres de barreiras de importação por sensibilidade tecnológica.

"Os novos desenvolvimentos relacionados ao subsistema de propulsão podem levar o país a ser autossuficiente em todos os equipamentos que hoje são importados, levando ao crescimento da nossa indústria aeroespacial", disse o pesquisador.

Impulso espacial

Há poucos dias, o IPEA, um órgão de pesquisas do governo, argumentou que o programa espacial brasileiro precisa de foco, enquanto a quase totalidade dos especialistas concorda que o que está faltando é investimento, para manter operacionais as empresas que desenvolvem tecnologias, a exemplo do modelo adotado pela NASA, nos Estados Unidos.

Há uma grande expectativa do setor com a criação da Visiona, uma empresa fruto da parceria público-privada entre a estatal Telebras e a privatizada Embraer.

O modelo da Visiona foi desenhado pelo ministro Marco Antônio Raupp no ano passado, quando ela presidia a Agência Espacial Brasileira (AEB), focado no desenvolvimento do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).
Conforme acordos internacionais, o Brasil tem até 2014 para colocar o SGB em órbita.

O pesquisador do INPE afirmou temer que a nova empresa acabe importando muitos componentes e não utilize a capacitação do INPE. Contudo, há planos para a fusão entre a AEB e o INPE.

Fonte: INPE

Chave óptica desvia luz em 120 picossegundos

Computadores parecem sempre poder ficar mais rápidos - pelo menos tem sido assim desde que eles foram inventados.

Mas há limites. Os elétrons não são as partículas mais rápidas do universo, e os materiais usados na eletrônica nem mesmo são as rodovias mais rápidas para elétrons.

Para encerrar qualquer conversa quando o assunto é velocidade - que o digam os neutrinos - é melhor passar logo para a luz.

Enquanto a tecnologia não consegue fabricar processadores totalmente fotônicos em larga escala, o caminho parece ser a tecnologia optoeletrônica, que mescla a eletrônica tradicional com a transmissão de dados por luz.

É aí que entra a chave óptica desenvolvida por cientistas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

Chave óptica

A chave consegue desviar um feixe de luz de uma direção para outra em 120 picossegundos (120 trilionésimos de segundo) gastando apenas 90 attojoules de energia (90 x 10-18 joules).

No comprimento de onda usado nesse protótipo - infravermelho próximo, com comprimento de onda de 921 nanômetros - isso significa deixar passar meros 140 fótons de cada vez, para um lado ou para o outro.

Mas bastam 6 fótons para mudar a chave de posição.

Além da velocidade e baixo consumo, esta nova chave óptica destaca-se pela dimensão extremamente reduzida, baseada em um único ponto quântico - outras chaves ópticas já demonstradas são bem maiores.
Transístor de luz

Mas, já que liga e desliga a passagem da luz, será que essa nova chave óptica não poderia funcionar como um transístor óptico?

"Ainda não," diz o Dr. Ranojoy Bose. "Nossa configuração de guia de ondas ainda não pode ser usada para modular um feixe de luz usando apenas um outro pulso de luz."

Mas ele afirma que está trabalhando na redução do número de fótons necessários para ligar e desligar a chave.

Copiloto inteligente evita colisão de carros

Um motorista dirige um carro por um campo de provas, pontilhado por cones e alguns barris.

Um pesquisador instrui então o motorista, que está dirigindo o carro por controle remoto, a conduzi-lo diretamente para cima de um barril.

Contudo, por mais que o motorista tente obedecer a instrução, antes que a colisão ocorra o carro desvia-se do barril.

Passado o perigo, depois que o veículo retorna ao curso anterior, o comando é devolvido ao motorista.

A demonstração ocorreu em Salinas, nos Estados Unidos, e o pesquisador era Sterling Anderson, do MIT, que desenvolveu o "sistema de segurança veicular semiautônomo".

Copiloto inteligente

O sistema, cujo nome Anderson simplificou para "copiloto inteligente", utiliza uma câmera e um detector de proximidade a laser para identificar riscos de colisão.

Sensores podem ser adicionados conforme a necessidade, mas a grande inovação está em um algoritmo que analisa os dados e identifica zonas seguras para trafegar.

Enquanto o motorista se mantém dentro dessas zonas de segurança, o copiloto deixa que ele dirija à vontade.

Mas basta o motorista assumir algum risco - ou outro veículo ou pedestre surgir repentinamente à frente - para que o copiloto virtual assuma imediatamente o controle do veículo.

O motorista só conseguirá fazer alguma coisa depois que o computador tiver colocado o carro de novo na zona de segurança.

Direção compartilhada

"A inovação real é permitir que o carro compartilhe o controle com você," afirma Anderson. "Se você quiser dirigir, ele apenas vai se certificar de que você não se choque com nada."

O pesquisador afirma que a tecnologia pertence à mesma classe dos sistemas de estacionamento automatizado, já presentes em alguns veículos de série.

Já foram realizados mais de 500 testes com o copiloto inteligente. Houve alguns incidentes, que os pesquisadores atribuíram a falhas na câmera, e não no algoritmo.

Agora eles estão trabalhando para inserir um conjunto mais completo de sensores, na tentativa de tornar o sistema à prova de falhas.

Anvisa divulga suplementos alimentares com riscos à saúde

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu um alerta sobre o consumo de alguns suplementos alimentares.
Segundo a agência, produtos como Jack3D, Oxy Elite Pro, Lipo-6 Black, entre outros, podem causar graves danos à saúde das pessoas.
De acordo com o alerta da Agência, alguns desses suplementos contêm ingredientes que não são seguros para o consumo como alimentos ou contêm substâncias com propriedades terapêuticas, que não podem ser consumidas sem acompanhamento médico.
Os danos à saúde podem incluir efeitos tóxicos, em especial no fígado, disfunções metabólicas, danos cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e, em alguns casos, levar até a morte.
Suplementos importados
A regulamentação sanitária brasileira permite que pessoas físicas importem suplementos alimentares para consumo próprio, mesmo que esses produtos não estejam regularizados na Anvisa.
Mas eles não podem ser vendidos no comércio.
Alimentos apresentados em formatos farmacêuticos (cápsulas, tabletes ou outros formatos destinados a serem ingeridos em dose) só podem ser comercializados depois de avaliados quanto à segurança de uso, quando se considera eventuais efeitos adversos.
Isso inclui um registro específico junto à Anvisa.
Segundo o diretor da Anvisa, produtos conhecidos popularmente como suplementos alimentares não podem alegar propriedades ou indicações terapêuticas.
"Propagandas e rótulos que indicam alimentos para prevenção ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução de gordura, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não seguras para o consumo", alerta Álvares.
Dicas para identificar suplementos que não estão
regularizados no Brasil
- Promessas milagrosas e de ação rápida,
como "Perca 5 kg em 1 semana!";
- Indicações de propriedades ou benefícios cosméticos,
como redução de rugas, de celulite, melhora da pele etc.
- Indicações terapêuticas ou medicamentosas,
como cura de doenças, tratamento de diabetes,
artrites, emagrecimento, etc.
- Uso de imagens e ou expressões que façam referência 
a hormônios e outras substâncias farmacológicas;
- Produtos rotulados exclusivamente em língua estrangeira;
- Uso de fotos de pessoas hiper-musculosas ou que
façam alusão à perda de peso;
- Uso de panfletos e folderes para divulgar as alegações
do produto como estratégia para burlar a fiscalização;
- Comercializados em sites sem identificação da
empresa fabricante, distribuidora, endereço, CNPJ
ou serviço de atendimento ao consumidor.

Recomendações aos consumidores
Se você usa ou tem intenção de usar "suplementos
alimentares", a Anvisa recomenda:
- Solicite auxílio de seu nutricionista ou médico para a
identificação de produtos seguros e regularizados junto à Anvisa;
- Desconfie se o produto for "bom demais para ser
verdade"! Ter um corpo definido e emagrecer nem sempre
é rápido ou fácil, principalmente de forma saudável;
- Consumidores que adquiriram produtos que contém
DMAA na composição devem buscar orientação junto
à autoridade sanitária local sobre a destinação adequada
dos mesmos;
- Mais informações podem ser obtidas junto à Central
de Atendimento da Anvisa: 0800 642 9782